Mobiliário para uma fuga em março

Mobiliário para uma fuga em março Marana Borges




Resenhas - Mobiliário para uma fuga em março


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Angie - @livros_libras 10/01/2022

A escrita da Marana Borges incomoda.
Incomoda, pois nos faz refletir sobre a nossa mãe, a nossa família, a nossa casa, ao que é ou que achamos que é nosso.

Este foi o primeiro livro que finalizei em 2022 e durante algumas semanas a leitura foi um deleite: “mobiliário para uma fuga em março” é um romance-poema, narrado com fluxo de consciência e com uma estrutura que nos foge das mãos, pois nas páginas onde havia “uma” frase “apenas” era certeiro o tapa na cara e as horas de reflexão sob aquela frase.

O livro não é para fracos, pois a estrutura textual e narrativa exige-nos muita atenção, e, principalmente, exige sermos emotivos e sensíveis. Somente assim a escrita nos cativará e entenderemos qual a real fuga da personagem (e quem sabe, das nossas internas também.)

Recomendo muito a leitura.
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Cleany 10/10/2022

"Eu vivo na metáfora pois senão palavra bruta."

Quando comecei a ler esse livro, tweetei que não sabia se ele penderia mais para um da Aline Bei ou para um da Ariana Harwicz. A primeira é uma das minhas autoras favoritas; da segunda, comecei todos e nunca terminei nenhum. Marana Borges não aceitou ser tão facilmente classificada nesses critérios. "Mobiliário para uma fuga em março" demanda uma categoria para si, um meio termo, eu diria, acostumada demais a colocar tudo em caixas.
É um livro que prende, e então solta... para prender novamente. Fui e voltei para ele diversas vezes nesses dias, lendo-o em grandes pedaços. A certo ponto, quis que ele fosse menor. Agora não sei.
"Mobiliário para uma fuga em março" é um livro sobre traumas, sobre laços que são também forcas. Me deixou confusa, incrédula, e provavelmente voltarei para ele algumas vezes, buscando entender mais, entender qualquer coisa. Faz sentido que um livro sobre partidas e retornos demande que voltemos a ele, afinal.
Não é um livro fácil, mas também não é um livro ruim. Me identifiquei em algumas partes, mas não chegou a ser, para mim, o que eu chamaria de conexão. Por isso, a nota morna.
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@raissa.reads 15/02/2024

A história se escreve em torno de uma casa que a narradora quer, a todo custo, sair. A casa de sua mãe. Durante a leitura ela conta sobre sua relação com essa mãe, muito controladora, e com o irmão, que cresce rápido demais. E essa casa também cresce, pros lados, pra cima, pra dentro e engole essa menina. A casa chama esses objetos domesticos que permeam todo o romance-poema, e transformam essa narrativa numa incômoda leitura. Incômoda pois ela as vezes confunde, as vezes te toca na mais ligeira memória. Te toca pois você percebe que o romance começa com parágrafos e termina despedaçado em um poema, com suas linhas quebradas, quase como um último fôlego da narradora.

O livro não é fácil. Um fluxo de consciência que as vezes nos perde mas em pouco tempo nos alcança novamente. Acho que essa estrutra de texto exige que sejamos sensiveis pois mostra a real fuga e perda da personagem no seu próprio mundo para deixar de lado o que passa na casa.

Perfil literário: @raissa.reads
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