Leila 08/07/2023De cada quinhentos uma alma, obra da autora Ana Paula Maia, é um romance que desperta reflexões profundas sobre a natureza humana, entrelaçando habilmente elementos bíblicos com a realidade da pandemia do Covid-19. Este livro começa exatamente onde termina o livro anterior da autora, que também já li, o Enterre seus mortos, trazendo também as mesmas personagens que apareceram tanto em Enterre seus mortos como em livros anteriores.
A trama se passa em um mundo devastado por uma doença misteriosa e letal, onde um grupo de personagens lutam pela própria sobrevivência, enquanto enfrentam dilemas éticos e morais.
A autora explora bem as consequências psicológicas da pandemia (esse livro foi lançado no segundo semestre de 2021), mergulha nas profundezas da alma humana, expondo medos, desespero e a luta pela sobrevivência em um cenário pós-apocalíptico.
A presença de elementos bíblicos ao longo da narrativa confere um aspecto simbólico e enriquecedor à história. As referências sutis à Bíblia, como a divisão em grupos de quinhentos, remetem a passagens e alegorias religiosas. Esses paralelos ampliam a profundidade temática do livro, ao mesmo tempo que oferecem espaço para interpretações mais amplas sobre a condição humana diante do caos.
No contexto da pandemia do Covid-19, encontrei paralelos intrigantes com a realidade atual. A disseminação da doença, a luta pela sobrevivência, as tensões sociais e as questões éticas emergentes são temas que ressoam fortemente com os desafios enfrentados pelo mundo contemporâneo.
Enfim, apesar de ser um livro super curto, eu gostei da experiência de leitura, assim como havia gostado da obra anterior que li. #ficaadica