Christiane 25/02/2022
O machismo se faz presente em qualquer situação dentro patriarcado, seja na sociedade, na política, na família e na religião. Temos uma ilusão que pessoas religiosas deveriam ser amorosas e jamais praticar violência, mas isto não funciona assim. Neste livro temos vários relatos de mulheres cristãs que ao pedir ajuda ao pastor de sua igreja acaba sendo aconselhada a rezar, a compreender, a relevar, o que perpetua a violência. Porém temos também os cometários de pastores que não concordam com isto. Tudo depende da interpretação que se faz dos textos sagrados e do que se deseja obter deles.
A Bíblia nos traz ensinamentos, porém há maneiras de interpretar isto, primeiramente é preciso verificar se se trata de um ensinamento válido eternamente ou se é algo próprio do contexto histórico e social em que foi escrito. Temos que nos lembrar sempre que naquele tempo a mulher não tinha nenhuma voz, era totalmente submissa e restrita ao lar, aos filhos, ao marido. Quando Jesus rompe com isto e escuta as mulheres, conversa com elas, as acolhe, há um enorme rompimento do status quo da sociedade. O texto de gênesis é preciso sempre lembrar que há dois, o um e o dois, e é somente no dois que surge Eva nascendo de uma costela de Adão.
Gostei muito de quando no livro se narra o silenciamento de Adão diante do que Eva faz com a maçã e a serpente. Sempre me perguntei porque ele, tendo ouvido Deus, não fez nada, não recusou ou aconselhou Eva?
Sobre a questão da submissão há uma explicação do que se trata esta submissão que não é restrita à mulher, porém é aí que surge o problema, porque normalmente os pastores relatam apenas esta parte, dão ênfase a esta parte, se esquecendo da parte do homem.
Porém o livro é importante, para orientar mulheres cristãs que elas não precisam se submeter à violência, ou ao abuso psicológico do homem, elas merecem ser amadas, e ter uma vida digna, e que ao tomar uma atitude elas não estão indo contra os ensinamentos sagrados.