Glauber Rosendo 12/01/2023
Desmistifica as fábulas do intelectualismo na era digital.
O livro te dá uma surra de realidade, diariamente mascarada pela falácia do surgimento de novas gerações mais inteligentes, ágeis, críticas, dinâmicas e multifuncionais, devido ao intenso uso das "tecnologias em telas" (smartphones, PC's, notebooks, TV's, videogames, etc.).
Os ditos "Nativos Digitais" são definidos pelas mídias como a catarse da evolução humana, criados no seio da tecnologia e portanto, uma simbiose cognitiva de processamento natural "humano-máquina".
Contudo, através de vastos estudos neurocientíficos, o autor mostra que, em verdade, toda essa tecnologia à disposição dos "nativos" é subutilizada.
Seria impossível descrever cada ponto de análise do autor aqui, pois são vários. Desde o fato em que os "nativos" tendem a usar mais as tecnologias para recreação (menos em atividades cognitivo-produtivas), até a redução do desenvolvimento cognitivo por carência de exercício neural.
O autor, entre outras discussões, explica como a internet e as redes deram voz aos diversos grupos representativos sociais, fortalecendo o aspecto democrático, ao passo que também criou uma nova fase de exclusão social (pessoas se organizando em grupos, nichos ou bolhas, evitando ideias opositoras).
Além da exclusão de opositores, evitar ideias contrárias é antinatural e prejudica o desenvolvimento intelectual. A precariedade da leitura também reduz o índice de novas palavras aprendidas, não expandindo o vocabulário, também ligado diretamente à evolução cognitiva.
Enfim, gente, não perca tempo. Se você curte tecnologia e tem curiosidade sobre os reais impactos dela na sociedade, está é uma leitura indispensável. Só não dou 5 estrelas porque a quantidade excessiva de estudos, explicando a mesma coisa, me deixou entendiado algumas vezes.