Ana 29/05/2024
Só amor
Nossa, como eu amei! Livros nacionais trazem um conforto e uma sensação de pertencimento que pra mim, nenhuma história gringa vai conseguir chegar. Primeiro livro do Vitor que leio e amei a escrita leve e extrovertida.
O ponto de vista ser da casa me surpreendeu muito positivamente pois ao mesmo tempo que tínhamos nos mínimos detalhes tudo o que acontecia ali dentro, não fazíamos a menor ideia do que acontecia além dos perímetros dela. Era um misto de aprofundamento e curiosidade. E a casa como narradora observadora brilhou demais, as piadinhas bestas, os comentários sagazes me pegaram muito, me diverti pra caramba.
Os personagens são muito interessantes. Eu como uma pessoa nascida no ano 2000 me identifiquei com diversas coisas. Eu simplesmente amo quando a ambientação da história é nos anos 90/00, pq eu consigo me ver muito ali naquele universo e é uma nostalgia deliciosa, me transportei de verdade.
Acho que a história que eu mais gostei foi a da minha xará Ana. Me identifiquei com suas inseguranças e torci muito pelo seu final feliz. A do Greg também não ficou pra trás. Eu simplesmente amava locadoras e quando o hype da época passou, fiquei arrasada. Amei todas as conquistas do Greg, sua relação com a tia, com o Tiago, foi uma história muito gostosa de ler. A que eu menos gostei foi a de Beto pq não sentia que acontecia muito coisa, mas parando pra pensar melhor faz muito sentido pq na pandemia simplesmente acontecia tudo e ao mesmo tempo não acontecia nada. Quem não teve complicações ou família/amigos que tiveram suas vidas comprometidas pelo vírus, viveu numa monotonia sem fim. Então se não foi a intenção do autor retratar isso, foi assim que eu interpretei e aceitei.
Mas apesar de não ter amado a história de Beto, deu um belo gancho para o final e conseguirmos principalmente entender o que aconteceu com todos eles. Eu amo livro de contos que se entrelaçam e foi chegando no final também comecei a ficar preocupada de não ter um fechamento pra história. Apesar de não me importar tanto com finais abertos é muito melhor ter a oportunidade de fechar aquele história redondinha pela visão do próprio autor sem ter que criar mil teorias. Ainda mais pela visão do Keanu, o cachorro, o que tornou tudo isso muito melhor ?
Enfim, foi uma delícia de verdade esse livro. Fala de amor, de descobertas, de se permitir, entre tantas outras coisas. Acho que se eu lesse na época da pandemia eu com certeza ia favoritar, pq foi quase.