Faça-se você mesmo

Faça-se você mesmo Enzo Maqueira




Resenhas - Faça-se você mesmo


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Matheus656 14/12/2023

Cinematografico
A narrativa é descritiva e realista, remete em todos os sentidos um filme que o personagem principal almeja, entre sonhos, lembranças e arrependimentos.
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Pri 14/12/2021

Linguagem seca, sarcasmo, noir argentino
A ficção é sempre a possibilidade de extrapolar até mesmo a linguagem. É forjar criativamente a necessidade humana de tantas vezes recomeçar, traçar novas rotas, libertar-se, fugir.⁣

“Faça-se você mesmo”, de Enzo Maqueira, finalista do Prêmio Silverio Cañada da Semana Negra de Gijón, na Espanha (2019), publicado pela @pontoedita, com tradução de Mauricio Tamboni, me trouxe a ideia de que é preciso enlouquecer (ou representar a loucura) para recuperar a própria lucidez diante de uma realidade que nos incita a buscar a felicidade o tempo todo e a qualquer preço.

Não há um limite claro, na narrativa, do que é a realidade experimentada pelo protagonista ou a ficcionalização de sua vida (seria um filme criado por ele mesmo?).⁣
O que é real? O que é sonho? Terminei a leitura sem saber.⁣

Um homem sem nome, neurótico, hipocondríaco, em crise, que pensa que a felicidade está em ser artista, vai em busca do sonho perdido, ao resgate de sua infância.⁣
“Fellini tinha razão: as únicas memórias que valem a pena estão na infância”.⁣

Esse retorno à Patagônia argentina vai representar um rompimento das bordas que ele havia criado ao viver na capital. Lá, sem testemunhas, ele pode obcecar, ficar pelado, achar que está doente, ser outra pessoa, comer carne excessivamente, planejar uma vida de artista, rascunhar filmes que pretende fazer, refletir sobre a dissolução do que se ousa chamar de masculinidade.⁣

A narrativa me prendeu do início ao fim. Li em dois dias porque precisava saber o que havia acontecido e causado a fuga do personagem. Esse clima de suspense e mistério aparece logo no início com variações desta frase se repetindo até a metade do livro: “Martina nunca vai perdoá-lo. Ele se lembra do que fez com ela e começa a roer as unhas.”⁣

O protagonista, como instrutor de autoajuda, não consegue acreditar no que “prega”, que realmente podemos ser quem queremos, que é só aprender a “focar as energias”, “simplesmente contemplar”.⁣
“Era nisso que consistia seu trabalho: incentivar os medíocres. Mas e ele?”.⁣

O livro encanta pelas referências a cineastas da nouvelle vague, principalmente Fellini, e ao Queen (seu vizinho é chamado de Freddie Mercury pela semelhança com o vocalista da banda inglesa).

A crítica ao discurso vazio da autoajuda já aparece na ironia do título do livro. Maqueira é muito feliz no que propõe, na linguagem seca e demolidora que utiliza, no discurso filosófico e no sarcasmo dentro do noir. A narrativa vai em um crescente se tornando até mesmo assustadora. Um dos melhores livros que li este ano, sem dúvida.
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Cássio F B 23/12/2021

Faça-se você mesmo
O mano cagou nas calças tão forte que abandonou sua vida e fugiu pra uma vila remota.
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