Erva brava

Erva brava Paulliny Tort




Resenhas - Erva brava


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Lurdes 07/06/2022

Senhoras e senhores! Quero lhes apresentar a cidade de Buriti Pequeno, no interior de Goiás. 

Não me perguntem a localização exata, pois ela não aparece nos mapas. Não por ser muito pequena, embora seja, mas porque ela não existe. 
A cidadezinha em questão foi criada pela autora, @paullinytort , como pano de fundo dos 12 contos de Erva Brava e, fazendo um tour pela cidade, conhecemos os protagonistas destas pequenas/grandes estórias, melancólicas, desesperançadas, tristes ou, simplesmente, patéticas.

O Rio Amanaçu já não respira e suas margens abrigam jovens drogados, tratados com o mesmo desprezo e descuido com que o rio foi tratado.

O Morro da Baleia, que costeia a cidade, encobre belezas, segredos, perigos e sítios como do plantador de abóboras gigantes que vive como ermitão, ou da comadre Vitória, que está farta dos maltratos do marido.

A igreja com seu campanário, objeto de devoção do sineiro Tonico, acolhe crentes e não tão crentes.

A praça central não tem pombos, para tristeza da esposa do prefeito, que considera uma revoada de pombos um símbolo de prosperidade.

A soja, além de engolir a natureza e transformar tudo em silêncio pode, também, engolir homens.

Cada conto aborda um tema específico/ núcleo de moradores e, apesar das estórias não se entrelaçarem diretamente, nenhuma delas é aleatória e, juntas, formam um retrato desta comunidade, esquecida, invisibilizada, tão parecida com tantas outras, se observada de longe, mas que sob a lente de Paulinny se revela em suas pequenas grandezas, na dureza das mãos, das vidas e mostra como é difícil alimentar sonhos em Buriti Pequeno, até mesmo os mais singelos.

Alguns problemas dá pra resolver com machado ou erva brava, mas outros, nem Deus dá conta.

"se nem a perfeição do Cristo enterneceu o criador, o que será de nós e de nossos problemas?"

A intensidade das narrativas vai em um crescendo, até o ápice, no último conto, que nos emociona profundamente, unindo todas as estórias em uma nova.

Um livro Brilhante que precisa ser lido. 
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Maria.Gabrielly 02/06/2022

Já não existe Buriti Pequeno
Esse livro me surpreendeu demais, a ambientação goiana, os personagens caricatos, mas incrivelmente bem construídos fizeram cada conto parecer tão real. Eu gostei mesmo!
Chorei no conto do sino e ri com o das abóboras, várias experiências e sensações foram experimentadas nessa leitura, não sei se é pq sou goiana, mas que vale a pena ler vale!
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Alex.Santos 29/05/2022

Primeiro livro de contos da autora e com contos maravilhosos um melhor que o outro com personagens marcantes como seu tônico e Joaquim baiano moradores da buriti pequeno cidade fictícia. O último conto fecha o livro com perfeição.
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Toni 26/05/2022

Leituras de 2022 | Clube de Leitura da @circulares.livros

Erva brava [2021]
Paulliny Tort (DF, 1979-)
Fósforo, 2021, 104 pág.

“Erva brava” reúne doze contos que se passam todos em um mesmo canto do mundo, uma cidadezinha ficcional perdida no estado de Goiás chamada Buriti Pequeno. E é a partir dessa matriz criacional – o chão, a terra, a natureza e a ação do “autoproclamado” progresso sobre ela – que a escritora brasiliense nos entrega um projeto literário denso, profundo e coeso, espécie de encruzilhada de tempos e espaços deste Brasil, de mudanças velozes e violências estruturais tenazes.

Dos campos tomadas pela monocultura – “Então onça não tem mais, ela pensa, sentindo de repente que tem mais medo da soja que dos bichos” – aos usuários de drogas à beira do rio Amanaçu “que agora fede, às vezes mais que fossa”; do sineiro que não tem a quem transmitir seu ofício à primeira-dama que deseja encher a praça da cidade de pombos; do corpo encontrado nos detrás de um terreno (“Não existe justificativa para matar um homem. Ou existe?”) ao corpo de um operário tragado por um silo de soja (de novo ela) enquanto fazia hora extra, as histórias de “Erva brava” tensionam as transformações de um Brasil negligenciado, observando no presente o desamparo de um povo feito de micro e macro-violências, e a inclemência de uma natureza que também se deseja presente, personagem, protagonista.

A escrita de Tort tem algo de obsessivo, de anticlimático e – por que não dizê-lo? – apocalíptico. Os contos são minuciosos e alguns são tão densamente intrincados que exigem mais de uma leitura. Aqui, a desfeitura do mundo é muito mais que um alerta: é o anúncio de uma literatura que nasce da terra para devolver-lhe as histórias que lhe foram roubadas pelo silêncio envenenado do agronegócio, pela exploração do homem ou pelo feminicídio de cada dia. Uma literatura que carrega consigo, em seu turbilhão de palavras e imagens, sonhos e sofreres, vinganças e medos, a justiça transbordante dos “rios voadores”.

#paulinnytort #ervabrava #fosforoeditora #contos #literaturabrasileira #leiamulheres #curculareslivros
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Priscila322 23/04/2022

Orgulho de um livro brasileiro
Quando leio algo tão lindo, bem escrito e poético e percebo que é algo 100% brasileiro. Com sua narrativa de interior e toda sua poesia, sinto tanto orgulho.

Consegui ver neste livro as cores e sons de cada trecho narrado.
Cada conto com sua história trágica, com a pequenez de diferentes universos, finalizando em um último conto tão cheio de sentidos e resumindo tudo em um só destino.

Paulliny consegue nos fazer acreditar que estas histórias poderiam se passar em qualquer interior do Brasil, conseguimos ver este pequeno universo bem perto de cada um de nós.
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Rafaelle.Nascimento 21/04/2022

Muito interessante um livro com cenário no centro oeste. E a descoberta foi num post sobre livros brasileiros que fogem do cenário RJ e SP.
É um livro tão vivo que me senti dentro da cena observando os movimentos e acontecimentos.
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Olgashion 21/04/2022

Um livro de contos no cerrado brasileiro. Um cenário diferente dos que eu estou acostumada a ler mas ao mesmo tempo tão próximo do meu Nordeste
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Aninha @tolendomuito 28/03/2022

Gostei muito de conhecer um livro que retrata o centro oeste, minha terra natal. A obra é composta por contos, todos exploram um pouco dos costumes, crenças e lugares que compõe a região. Achei legal ler e ter uma identificação maior por citar diversas coisas do meu conhecimento.
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duda 18/02/2022

Uma viagem por mim mesma
Descobri esse livro através do @brunobritobruno_ no instagram e confesso que não esperava me ver tanto nessa história. O livro retrata uma cidadezinha fictícia no interior de Goiás, predominada pela crença popular, os grandes produtores de soja e um rio que já não era mais tão rio. Como moradora de interior (e de Goiás), foi muito fácil relacionar as histórias lidas no livro com histórias das quais eu vivenciei muitas vezes. A autora conseguiu retratar a simplicidade costumeira do interior com muita precisão e o que mais me apaixonou foram os detalhes, a linguagem popularmente goiana e sertaneja, a ambientação feita com muito cuidado para fazer com que a gente se sentisse ali mesmo, vivenciando tudo aquilo. Atualmente é minha melhor leitura do ano, foi maravilhoso poder presenciar essa história acontecendo.
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Rafael C. Barbo 03/01/2022

O goiano e suas histórias
Paulliny deixa fluir pelos dedos histórias reais, de uma cidade ficcional. Cada conto é um arrastar pra um mundo vivo, rico, pulsante. Histórias curtas, narradas em cenários que giram ao redor de buriti pequeno. Cidadezinha que aos montes existem no Goiás. Tomada pela soja, controlada por fazendeiros, e imersa ainda na cultura religiosa cristã, herança ainda de uma colonização antiga, mais abstrata. O livro é gostoso de ler. Deixa no ar sentimentos facilmente captáveis por aqueles que ou cresceram na roça, ou no interior, em cidades pequenas. Ter o cerrado como fundo, e os impactos ambientais na rasteira, como pano pra tela de uma pintura real que vem ocorrendo há muito foi interessante. Misturar o antigo, a nostalgia com o moderno, com o pop. Recomendo demais o livro.
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