sofia.vicctoria 21/08/2024
Toda dor é por enquanto
Por ironia do destino ou não, esse livro estava parado na minha estante há um ano e pasmem - embalado, coisa que nunca acontece. ficou guardado até o momento em que precisei ler.
Há uma profunda tentativa de discernir as fronteiras entre fé e transtornos mentais, estabelecer onde termina psiquê e começa o espírito. Mas o que dizer da vida de um cristão verdadeiro, que carrega em si o peso da ansiedade e da depressão? Se o amor de Deus nos cerca, por que atravessamos desertos de dor? Como se sustenta a fé diante de tais tormentas?
Neste mundo caído, o sofrimento é uma forma do Senhor nos esculpir à imagem de Cristo. Porém, quando a noite escura da alma chega, quando a angústia se enraiza nosso ser, o coração vacila e a mente questiona: onde está a Providência? Onde se esconde a Graça divina?
Existe um salto que todo crente enfrenta entre a ortodoxia e a ortopraxia. Mas é inegável que transtornos psicológicos como ansiedade e depressão dificultam ainda mais a distância entre o que se acredita e o que se vive.
Assim, a questão mais urgente não é distinguir com precisão o que é psicológico e o que é espiritual. Mas enxergar a visão integral do ser humano: corpo, alma e espírito - como um só, lutando por equilíbrio.
Inevitavelmente o sofrimento e a angústia vão nos atingir, e como crentes, temos duas escolhas: sucumbir ao desespero ou entregar nossas dores a Cristo, ainda que com uma fé trêmula e vacilante.
@ana.staut traz nesse livro um relato pessoal tocante de uma cristã que enfrenta ansiedade e depressão. Se valendo de recursos naturais - bons psicólogos e psiquiatras -, que também são graça de Deus. Mas sobretudo, prega a si mesma, como fazia o salmista em sua angústia e desorientação, relembrando a sua alma da Esperança Viva, do Cristo que promete a redenção final, do dia em que toda dor será dissipada.
É por isso que a nossa alma anseia. E é isso, acima de tudo, que faz um cristão tomado pela dor, continuar caminhando. Pois, se Cristo vive, há sempre esperança. E onde há esperança, há um motivo para enfrentar o sofrimento.
Glória a Deus por tantos cristãos que, com coração e mente, se dedicam a compreender as nuances entre fé e saúde mental, e que encontram, na dor, um reflexo da Graça divina.