1822

1822 Laurentino Gomes




Resenhas - 1822


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Jim do Pango 28/12/2011

Carta ao autor
Brasília, 10 de novembro de 2010.



Prezado Laurentino Gomes,

Espero que possa perdoar minha ousadia em me dirigir a você para comentar minha leitura do seu último livro.

Trata-se, claro, do 1822. No qual você se digna a relatar como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil um país que tinha tudo para dar errado.

Antes de mais nada, aceite minhas sinceras e merecidas congratulações pela sua obra. Não falo, é evidente, apenas do 1822, pois acredito que o projeto que começou com a publicação do 1808 é um só, de forma que os elogios devem se estender ao livro anterior. Aliás, voltarei a tratar do 1808, por certo que a comparação entre os livros me parece inevitável.

Você acertou em cheio, Laurentino, meu caro! Esse país precisava de um estímulo desses para que, quem sabe no futuro, nosso povo tenha mais consciência do processo de formação de nossa cultura e pare, de uma vez por todas, de se comportar como se o Brasil tivesse sido inventado em 1958, com a vitória na Copa da Suécia.

Inclusive, a nossa falta de apego às nossas raízes foi oportunamente lembrada na dedicatória do 1822. Dedicatória brilhante, registre-se! Até gostaria bastante ter sido um professor de História, mas escolhi ser advogado. Um advogado que se define como um historiador diletante. Sou um apaixonado pela História, que padece o grande mal de viver em um país sem memória, se me permite a utilização da expressão. A dedicatória, portanto, não poderia ser mais acertada. Me lembrei de um professor de história que tive, que além de muito carismático, era dono de uma voz potente que se alastrava por todos os cantos da classe e nos obrigava a prestar atenção nele, mesmo se não quiséssemos. Era inútil resistir às suas exposições sobre o mundo romano, as invasões bárbaras, o cristianismo ocidental, a idade média, a renascença, o mercantilismo até chegar às grandes navegações. Porém, a potência vocal não era o que verdadeiramente distinguia esse saudoso mestre, nada disso. O vultoso interesse que suas lições despertavam irrompiam, isto sim, da paixão com que ele tratava o tema e de sua abordagem sempre entusiástica e vibrante, que era capaz de nos fazer olhar pela janela por um instante e imaginar uma horda de hunos, liderados pelo invencível Átila, tomando a escola de assalto e espalhando o terror com suas flechas certeiras. Meu antigo professor de História, de quem nunca mais tive notícias, é um dos que mereceram a sua honesta homenagem, Laurentino.

Foi assim que nem bem havia chegado ao primeiro capítulo e já estava gostando muito de ler 1822. O tratamento dispensado aos membros da Casa de Bragança, a família real Portuguesa, é um dos pontos altos de ambos os livros. Os integrantes da realeza portuguesa, que desembarcaram no Brasil em 1808, eram figuras de fato pitorescas, uma rainha louca, um príncipe regente tímido e que não raro levou a pecha de covarde, que era casado com uma espanhola indomável em todos os sentidos e reputada por levar uma vida amorosa agitada. Não demorou para que esses personagens históricos se tornassem aquelas personagens caricatas, sempre tratadas com certo desprezo e troça por nós brasileiros. No 1808, você já havia demonstrado que a fuga para o Brasil foi na verdade uma retirada estratégica, que garantiu a permanência da dinastia Bragança no trono coisa rara em se tratando da Europa continental sob Napoleão , o surgimento de uma nova nação, o Brasil que se tornou a capital do império e se lançou para o mundo e, ao final, resultou em dois membros do clã reinando, um de cada lado do Atlântico. Em 1822 quem surge com ares de herói nacional é D. Pedro, comumente injustiçado no Brasil, que ignora as façanhas perpetradas por ele nos dois continentes, nos quais foi rei e imperador, desposou uma princesa Habsburgo, proclamou a independência, venceu uma guerra civil improvável e, ao abdicar ambas as coroas, deixou um filho e uma filha reinando respectivamente no Novo e no Velho Mundo. Um príncipe que morreu bastante jovem e ajudou a mudar a face do mundo em sua curta e vibrante trajetória.

Ao que entendo, depois do próprio D. Pedro, o tal escocês louco por dinheiro, foi o grande destaque do livro, não sendo ameaçado pela princesa triste, tampouco pelo homem sábio. Lord Cochrane, que ainda hoje é reverenciado pela Royal Navy como um dos 12 principais navegadores ingleses de todos os tempos, ao lado dos não menos ilustres Drake, Nelson e Cook, foi irrefutavelmente um homem de seu tempo. As acusações de pirataria e a contestação que recebeu em todas as nações pelas quais travou suas guerras em nome da liberdade, a meu sentir, não são capazes de obnubilar a marca que deixou na História. O Primeiro-Almirante da Marinha Brasileira, também lutou ao lado de Bolívar e se bateu com os turcos para, enfim, devolver uma liberdade que a Grécia havia perdido séculos atrás para os romanos.

Perceba, que a leitura do seu 1822 me despertou a curiosidade e o desejo de aprofundamento nos estudos de personagens e fatos históricos. Sem dúvida que essa é uma qualidade que só os bons livros possuem: uma boa leitura atrai, recomenda, encadeia outras.

Confesso que senti falta de uma maior participação do legendário Francisco Gomes da Silva, o Chalaça, um dos amigos mais próximos do Imperador D. Pedro I e um dos personagens mais caricatos do período. São tantas e tão peculiares as histórias em torno do Chalaça, tantas e tais galantes e admiráveis aventuras, que penso que caberiam alguns esclarecimentos que ajudassem a trazer a luz sobre o Conselheiro Gomes, o eterno bon vivant, que teve a vida explorada, contada em forma de memórias, no excelente romance de José Roberto Torero.

Por outro lado, a projeção que o seu primeiro livro alcançou o tornou referência literária. Hoje em dia, quando se pensa em História do Brasil, os seus livros, com justiça, são os primeiros a serem lembrados pela maioria das pessoas. Isso é fantástico, mas é também uma grande responsabilidade. Tenho certeza, Laurentino, meu caro, que você não ignora a extensão desta responsabilidade, mas mesmo assim, já que me propus a escrever-lhe esta carta, dedicarei algumas linhas para tratar de algumas inconsistências que considero graves que podem ser observadas no decorrer da obra comentada.

Comparando os dois livros, em linhas gerais, o 1808 parece mais consistente, ainda que até hoje eu não tenha logrado digerir aquela história de que as tropas francesas chegaram depauperadas a Portugal. É certo que o Marechal Junot deu seguidas mostras de incompetência na condução das operações e prejudicou sobremaneira os interesses franceses, mas também, há muitas lendas sobre a ocupação francesa na península ibérica que germinaram por meio de sementes inglesas. Pois bem, eu dizia que o 1808 parece ser fruto de uma pesquisa mais detida, enquanto o 1822 não raro parece um livro escrito às pressas, no afã de se contemporizar os limites aprazados por um editor inescrupuloso, um Sr. Garamond da vida e se por acaso você tiver lido o inescusável "O Pêndulo de Foucalt" do Umberto Eco, vai saber do que estou falando.

Ademais, em minha modesta opinião, é terrível que você próprio, o autor, se utilize do termo livro-reportagem para se referir à sua obra. Me soou como uma pseudo-justificativa de um jornalista por estar escrevendo sobre História, quando isso me parece totalmente prescindível, na medida que o jornalista é criterioso e trata sua obra com elevado rigor técnico.

E nesse ponto, meu caro Laurentino, esperava mais de você em seu segundo livro. Para citar um exemplo esclarecedor, confesso que fiquei profundamente decepcionado ao ver você citou como fonte da relação de monarcas franceses sepultados na Catedral de Saint-Denis uma lista hospedada em uma enciclopédia virtual, que é passível de alteração por qualquer pessoa, mediante um cadastro simples.

Evidentemente não tenho nada contra as referências on line, muito pelo contrário. Tampouco me insurgiria contra a Wikipédia. Na verdade eu acesso a Wikipédia quase todos os dias. Sou um usuário assíduo, mas, sempre que possível, tenho o cuidado de comparar os resultados com outros sites mais confiáveis e com fontes impressas. Só não penso ser admissível que a Wikipédia seja utilizada como referência, por se tratar de fonte frágil e muito flexível, o que a torna inapta para embasar isoladamente qualquer estudo que se preze.

Para não ficarmos apenas nesse exemplo poderia falar de algumas correntes controvertidas que são lançadas em meio ao texto sem a devida contraposição com outras teses e sem a indicação das fontes, como ocorre, por exemplo, no capítulo dedicado à maçonaria, em que você se refere à simbologia maçônica presente na arquitetura de Washington D.C. e se limita a dizer que a presença dos símbolos foi comprovada por Dan Brown em O Símbolo Perdido. Ora, Laurentino, como todos sabemos Dan Brown é um romancista, de maneira que não se deve tratar seus ótimos livros, notadamente as polêmicas teses neles presentes, como se fossem artigos científicos, conquanto a Igreja Católica e muitos de seus fiéis o tenham feito em relação a O Código Da Vinci. Você se lembra da confusão que aquilo causou?

Me diga uma coisa, Laurentino: de onde você tirou a idéia de colocar as notas explicativas ao final de cada capítulo? Não gostei nenhum pouco daquilo, meu amigo. Em alguns livros, os autores (ou editores, resta saber) decidem posicionar as notas explicativas nas últimas páginas e isso, ao que sinto, prejudica a leitura, pois obriga o leitor a parar até encontrar a página, no final do livro, com a referência. Outro efeito desse sistema é fazer com que o leitor apenas ignore as notas e, portanto, termine por não apreender parte da mensagem, o próprio autor, aliás, é prejudicado, pois a sua mensagem acaba sendo apreendida apenas parcialmente. Você (ou seu editor) conseguiu fazer algo ainda pior: a opção pelas notas explicativas ao final de cada capítulo chegou a me irritar, devo confessar. O que há de errado com as boas e velhas notas de roda pé, Laurentino? Pense nisso nos próximos.

Não duvide, porém, meu caro Laurentino, que o balanço dos trabalhos é amplamente positivo. Espero que daqui para frente você busque cada vez mais o aperfeiçoamento para que os próximos volumes sejam cada vez melhores. Nós leitores, esperamos sinceramente que você dê continuidade ao seu belo projeto. Que venham:

(i) o 1831, que poderá abordar os eventos e transformações ocorridos no Brasil durante a Regência e o Segundo Reinado, tendo D. Pedro II como protagonista;

(ii) o 1849 (ano do nascimento do grande abolicionista Joaquim Nabuco), que contará como o Pernambucano, que foi político, diplomata, historiador, jurista, jornalista e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, se tornou um dos expoentes do processo que possibilitou que, anos mais tarde, uma princesa da Casa de Bragança, a primeira senadora do Brasil, assinasse a lei que aboliu a escravatura;

(iii) o 1870, que poderia tratar da Guerra do Paraguai e de como o nosso Duque de Caxias liderou o exército brasileiro no longo conflito e derrotou Solano López, o Napoleão do Prata;

(iv) o inevitável 1889, sobre os eventos que levaram à proclamação da República pelo golpe de estado do grupo de militares liderados pelo Marechal Deodoro da Fonseca;

(v) o 1944, que contará como o último Marechal de Campo do Exército Brasileiro, Mascarenhas de Morais, liderou a Força Expedicionária e marcou a primeira ação militar da antiga colônia na Europa;

(vi) lista que poderá se estender indefinidamente até se chegar aos livros 2006 e 2011, que contarão respectivamente as trajetórias das duas primeiras mulheres a ocuparem respectivamente as presidências do Supremo Tribunal Federal e da República.

O certo, caro Laurentino, é que continuarei acompanhando com vivo interesse essa saga. Entrementes, espero que tanto o 1822 quanto os próximos sejam objeto de uma campanha de publicidade até mesmo mais maciça e agressiva do que ocorreu com o 1808, pois isso certamente irá fomentar a pesquisa e as publicações acerca da História do nosso país, território que, infelizmente, permanece pouco explorado.

Cordiais saudações.

Seu leitor
C.B.

Luiz 19/11/2010minha estante
Zás!

Você é muito topetudo, Carteaux!



Zé Pedro 07/12/2010minha estante
Muito boas observações! Principalmente o Chalaça merecia uma capítulo a parte.


Alexandre 09/12/2010minha estante
Continue escrevendo rapaz. Tenho acompanhado suas resenhas e pude concluir que são muito bem escritas. Meus parabéns


Dr. Lestat 14/02/2011minha estante
Caramba, curti muito a resenha, só por causa dela me deu vontade de ler o livro, e quem diria o chalaça existiu mesmo, mas uma coisa que achei pouco explorada também foi os aspectos mais desconhecidos de D. Pedro I, alguns exemplos, ele era um tarado(não podia ver mulher), adorava uma boa briga(como no caso quase desconhecido em que só ele e o Chalaça bateram sozinhos em varios membros do exercito portugues que queriam levar Dom Pedro I pra Portugal à força), gostaria também de recomendar pra quem quiser rir e conhecer como a história brasileira pode ser interessante e engraçada quando vista do ponto certo o ótimo episódio 172 do Nerdcast em que com muito bom humor eles discorrem sobre o Brasil Império no seguinte link
http://jovemnerd.ig.com.br/nerdcast/nerdcast-172-historias-do-brasil-imperio/

Abraços a todos.


Yasmin 10/05/2011minha estante
Não existe esse termo: "antes de mais nada", o certo é usar "antes de qualquer coisa".


Jim do Pango 10/05/2011minha estante
Antes de mais nada, obrigado pela sua leitura Yasminick.

Considerei a dica, mas, após uma breve pesquisa, decidi manter a expressão.

Me filiei à corrente de M. T. Piacentini:

http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=184&rv=Gramatica

Mais algum reparo?


Dani 12/05/2011minha estante
Antes de mais nada, esse meu amigo é muito inteligente :) E fez uma ótima resenha!


Meiry 16/09/2011minha estante
Amigo, sua resenha é tão boa quanto o livro!


Jeanne 28/12/2011minha estante
Parabéns pela ótima resenha! Foi inevitável não comentar em algo tão bem produzido.


Ramón 10/04/2012minha estante
Concordo com tudo cara. Desde a Wikipedia a Dan Brown, também me assustei com as referências. Notas em fim de capítulo são mesmo um tédio! Também prefiro inevitavelmente as notas de rodapé. Mas achei audaciosa e imperita sua estipulação das datas a serem trabalhadas pelo autor, no final da sua carta. Abraço.


Andrehphz 24/12/2012minha estante


Arthur 01/09/2013minha estante
Estou sem ação aqui. Resenha perfeita.
Alguém faça essa texto chegar às mãos de Laurentino Gomes por favor.


Flávia Rocha 26/09/2013minha estante
Uau, isso foi uma sensacional crítica literária. Merece uma publicação em jornal.


vic 18/03/2014minha estante
Alguém me diz qual é Conflito,clímax e desfecho do livro??? Por favor é para um trabalho escolar.


Luciana 06/04/2014minha estante
ótima resenha....


Ramon 28/05/2014minha estante
Ótima resenha, amigo.
Parabéns!


SylviaReginaPellegrino 25/11/2016minha estante
Gostei de sua resenha, meu caro! Nada a acrescentar, apenas parabenizar o autor que soube escrever os fatos de forma real, levando o leitor a se envolver completamente. Apesar de achar, à evidência, que o brasileiro deveria respeitar mais sua história. Ou melhor, devia pesquisar e conhecer verdadeiramente como o Brasil foi construído. Vou esperar que venha o Segundo Império. Que o autor saiba mostrar um imperador culto e que muito fez pelo Brasil e uma princesa (não carola, como o brasileiro gosta de fazer troça), mas uma mulher corajosa, sabedora de que poderia não receber a coroa e não hesitou em assinar várias leis (quando Regente do Império) para acabar com a escravidão no Brasil, culminando com a Lei Áurea. Não sou monarquista, nem historiadora, porém sou brasileira, advogada, escritora e gosto muito de História, em especial da nossa. Acho que devemos parar de nos sentir um povo ressentido pela monarquia brasileira e, sim, respeitá-la. Nosso Imperador Pedro II, nascido no Brasil, foi considerado (conforme documentos raros no Museu Imperial e de colecionadores) o imperador mais sábio e culto de seu tempo. Isso já é motivo de orgulho. Enfim, vamos aguardar que o autor traga mais livros e mostre ao seu povo a sua verdadeira história. A verdadeira formação de um povo. Isso talvez retirasse do brasileiro o sentimento de "coitadinho" que precisa da ajuda do Governo para sobreviver e ouvisse mais o hino nacional para inculcar em seu cérebro o refrão "um filho seu não foge a luta". Temos uma história rica e poderemos ter um futuro brilhante se conhecermos melhor nossa formação como povo, honrarmos nossa história e, ao invés de reclamar pelos cantos, trabalharmos duros para retirar nosso País desse pântano que vivemos .


Elineuza.Crescenci 11/02/2020minha estante
Apreciei por demais seus comentários.


Daniel.Azevedo 20/12/2020minha estante
Tá mas dava pra reduzir essa crítica a um parágrafo, pra que ser tão prolixo


Claudinez 18/03/2021minha estante
Resenha que dá livro!


BiolaBlues 30/01/2022minha estante
Amigão, vai lá e escreve um livro desse porte. Sabichão.




Agostinho8 27/12/2023

A história do Brasil contada em detalhes, de forma leve, clara e de fácil entendimento.

Através da narrativa nos ajuda a entender o país hoje, enquanto povo e nação.
Leitorconvicto 27/12/2023minha estante
Livro importantíssimos sobre o Brasil


Elineuza.Crescenci 27/12/2023minha estante
Esse eu gostei muito.




Ma Rossato 14/07/2020

A verdade de nossa História
1822 não só esclarece fatos ocultos da história do Brasil, como também desmistifica enredos bem conhecidos e populares.
Dom Pedro I é a figura central do livro; por ele nutrimos admiração e decepção no decorrer das páginas, oscilando entre herói e vilão. Sem dúvida uma figura autêntica que foi crucial ao povo brasileiro.
Curiosamente podemos identificar questões ainda presentes e discutidas atualmente, como a supremacia branca, direitos dos negros, machismo, adultério, corrupção e previlégio de classes.
Recomendo fortemente a leitura e a continuação pelas obras do Laurentino Gomes.
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Renata CCS 22/01/2013

Por que não tive essa aula na escola?
Os livros 1808 e 1822, ambos de Laurentino Gomes, levam o leitor a fazer uma viagem à história real do Brasil nos anos que precederam, aconteceram e sucederam à independência brasileira. Foram escritos de forma leve, envolvente, longe da linguagem acadêmica e extremamente rebuscada que a maioria dos livros sobre a história do Brasil traz. O perfil jornalístico e todo o minucioso trabalho de pesquisa deram a estas obras características de romance e de aventura, com notas cômicas e heróicas, mas sem dúvida, fica claro que são obras de não ficção. A forma envolvente com que escreve, com linguagem acessível, valendo-se de relatos biográficos, vasta bibliografias, documentos históricos, cativa até o leitor menos interessado pela história do Brasil e convence a seguir até o fim. O autor nos convida a conhecer a outra versão da história, talvez a mais verdadeira e mais brasileira de todas as versões, e sem dúvida, a que mais nos envolve. Eu definiria os livros como obras que apresentam o Brasil aos brasileiros e revela a nossa história a deixando mais parecida com as características de nosso povo.
Aline 08/05/2013minha estante
Se tivesse tido aulas assim na escola, minha notas em historia seriam bem melhores. Todos os professores deveriam indicar!


mrcs' 14/10/2013minha estante
Esse livro e viciante, não larguei enquanto não terminei. Acredito que mesmo para quem não gosta de Historia do Brasil, muito provavelmente vai passar a se interessar. Concordo que os professores deveriam indicar, seria um excelente pontapé inicial para os estudiosos da matéria.


Renata CCS 14/10/2013minha estante
Laurentino escreve tão bem - e sem nenhum pedantismo - que parece que tudo aconteceu ontem. Um leitura leve e fácil!


Adriano 23/05/2016minha estante
Belíssima resenha !
Ainda estou na segunda metade de 1808, mas pretendo dar continuidade a leitura com 1822.


AiltonALT 02/08/2017minha estante
A não leitura do livro 1808 pode atrapalhar a leitura do livro 1822?




@tigloko 28/02/2022

"Independência ou Morte"
Continuação incrível iniciada no 1808, com o mesmo alto nível de detalhes e fatos do anterior.

Aumentei uma estrela em relação ao 1808 pois é um período que me interessou mais durante a leitura. Todo o cenário que se deu a Independência do Brasil e a formação do Primeiro Reinado( em especial a participação da maçonaria, algo que eu desconhecia) fez o livro fluir de uma maneira especial, apreciando cada informação. Além de fornecer as diferentes perspectivas sobre esse período, tanto das pessoas que participaram pelo lado brasileiro quanto o português. Fez o livro ficar bem mais abrangente.

No mais, estou muito empolgado para a conclusão da trilogia.
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Canteli Marcio 15/11/2022

Continuação em alto nível do livro anterior
Mereceu todos os prêmios que recebeu
Leitura fluída e indispensável
Silvana137 15/11/2022minha estante
Ótima resenha ..já quero acho que minha lista de 2023 já tá passando do que deveria kkk


Canteli Marcio 15/11/2022minha estante
Pretendo completar a trilogia




ToniBooks 31/10/2021

Um livro essencial.
Ainda que seja clichê afirmar que tal livro é essencial, corro esse risco e isso reafirmo. Mais um excelente registro de Laurentino Gomes, que escreve com a letra do repórter e narra com a visão do historiador.
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Eduarda.Silva 04/01/2022

ótimo!
É a continuação de 1808 (que, particularmente, eu gostei mais), o livro reportagem foi escrito por um jornalista que utilizou diversas fontes e visitou países como Portugal, Estados Unidos e África para concretizá-las.

Tem seu início em 1821, onde Dom João VI voltou para Portugal e termina em 1834 com a morte de Dom Pedro I.

Laurentino Gomes detalhe os pontos que ele achou mais interessante e traz muitas informações sobre o Dom Pedro I, é um livro com a linguagem simples e de fácil entendimento, recomendo!
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Adiel.Guimaraes 22/06/2021

!!!!!!
Um mito recorrente sobre a Independência do Brasil diz respeito ao caráter pacífico da ruptura com Portugal. Por essa visão, tudo teria se resumido a uma negociação entre o rei D. João VI e seu filho D.
Pedro com algumas escaramuças isoladas e praticamente sem vítimas. É um erro. A guerra da independência foi longa e desgastante. Durou 21 meses, entre fevereiro de 1822 e novembro do ano seguinte.
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Thi Acrisio 26/02/2022

1822
Ótima escrita do Laurentino, já havia gostado muito de 1808, e esse me prendeu completamente. O foco do livro é Dom Pedro I e sua importância histórica para o Brasil e Portugal, ele retrata o nascimento, a saída da corte, o processo de independência, as guerras civis, a abdicação do Imperador, seu retorno a Portugal e sua morte. Um personagem fantástico e importantíssimo do nosso passado. Leitura maravilhosa.
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Vinicius 13/08/2022

Como nasce um país
Apesar de sempre gostar de história minha memória não permitia que eu tirasse notas razoáveis quando estudava. Mesmo sabendo que memorizar datas e eventos não seria suficiente eu perdia a linha de raciocínio e não conseguia enxergar a complexa rede de interesses que existia por trás dos fatos.

Acho que um dos méritos de Laurentino Gomes é tecer essa grande teia de personagens, num mundo em que surgiam as ideias republicanas e o direito à liberdade enquanto do outro lado uma aristocracia privilegiada não queria abrir mão de seus direitos.

Adorei o fato de os capítulos focarem num personagem ou grupo, assim vamos passando novamente pelos eventos já narrados, mas agora sob um novo ponto de vista.

Também surpreendente foram os anônimos que talvez não tenham seus nomes nos livros de história, mas que deixaram sua marca na resistência. Como Maria Quitéria que, apesar da proibição de mulheres nos campos de batalha, lutou bravamente e foi condecorada com a Ordem do Cruzeiro. Ou ainda os diversos brasileiros sem qualquer treinamento que perderam a vida na Batalha do Jenipapo lutando praticamente desarmados.

Eu acho espantoso como num território tão vasto grupos com pouco poder militar conseguiram se motivar a ponto de manter uma campanha coesa. A crença num país mais democrático, independente e justo.

E, claro, a figura central da história, o ambíguo D. Pedro I, que a exemplo dos melhores personagens de Game of Thrones, nos leva da admiração ao desprezo em segundos. A ficção imita a realidade.

Lembremos da história do nosso país para não cairmos na lábia dos analfabetos funcionais que tentam manipular o conceito de nacionalismo para seus próprios interesses.
amandafffdo 13/08/2022minha estante
Se não conhece, acho que vai gostar... Brasil, uma biografia.


Vinicius 13/08/2022minha estante
Ah, legal! Esse calhamaço está na minha estante faz anos rsrs. Em breve quem sabe eu mergulhe nele




Tuninho 11/08/2023

Segundo livro da trilogia de Laurentino Gomes é excepcional. O modo como narra os acontecimentos históricos como se fosse uma reportagem é sensacional, além de muito instrutivo. 1808, 1822 são excelentes e todo brasileiro deveria ler. Agora vou para o último, 1889, o segundo reinado. Muita coisa pra ser contada.
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Nat 08/12/2020

Segundo livro da trilogia, com foco no período em que Dom Pedro foi nosso imperador. Muito interessante acompanhar como ele passou de herói da Independência à uma pessoa escorraçada do Brasil. A escrita do Laurentino é sem frescuras e bem explicada. Muito bom!

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
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Otoniel.Filho 30/08/2020

1822
Algumas partes maçantes e desgastantes, retratando principalmente a trajetória de dom Pedro I, abrindo nossos olhos mais uma vez como as instituições de ensino do nosso país são débeis da real história do nosso próprio país!
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