Larissa3225 27/04/2023É okÉ difícil falar sobre esse livro porque eu tenho plena consciência de que eu não sou o público alvo dele. Não sou a maior leitora de romance e, por mais que os personagens já tenham 20 e poucos anos, o livro tem uma vibe YA, que eu também não curto muito.
Levando isso em conta, acho injusto taxar o livro de ruim só porque eu não me envolvi com a história nem com os personagens. Não amei o livro, mas também não o odiei. Talvez por não ter me conectado com ele, os problemas do livro acabaram tendo um peso um pouco maior e refletindo na nota.
Eu achei a ideia em si interessante: dois amigos de infância que se reencontram e redescobrem essa amizade e um possível romance. Também gostei de acompanhar a amizade do grupinho. É legal vê-los se reconectando e descobrindo como essas amizades funcionam na vida adulta. Alguns temas abordados ao longo do livro também são interessantes, como relacionamento com os pais e relacionamentos abusivos. Não é nada suuuper profundo, mas é interessante.
Gostei de como o relacionamento da Norah com seu pai foi trabalhado. Por um momento, achei que seria passado um pano, mas não. Existem discussões sobre como existem coisas ali que não estão certas e precisam ser corrigidas e perdoadas. E também gostei da relação do Ed com os pais. É uma relação complexa e tratada de forma bastante realista. Fiquei impressionada com uma fala dele sobre seus sentimentos em relação ao pai. Achei muito honesta e real. Além disso, é um livro com bastante representatividade e que coloca os personagens em situações "normais", não resumindo a vida dos personagens ao preconceito.
Como disse anteriormente, não sou a maior fã de romances, mas acredito que o romance aqui funciona. Senti um pouquinho de falta de mais tensão sexual entre eles. Mas pensando agora, talvez essa tensão esteja presente de uma forma mais leve e "amigável". Por eles serem amigos, as cantadas têm um clima de piadinha e a tensão em si é diluída.
Porém, eu tive alguns problemas com o livro. Primeiro, eu não gosto dessa mania de autor brasileiro escrevendo livro que se passa em outro país. A história poderia muito bem se passar no Brasil, sem nenhum prejuízo.
Outro problema que eu tive foi com a escrita. A autora escreve bem, porém, em alguns momentos parece que ela quer fazer uma escrita mais profunda e poética e, para isso, usa palavras diferentes, mais pomposas. Só que, várias vezes, as palavras escolhidas não fazem sentido dentro do contexto. Daí a leitura fica truncada, porque é preciso reler a frase e tentar adivinhar o que a autora quis dizer. Na minha opinião, esse livro se beneficiaria muito de uma revisão de texto, para corrigir isso e alguns outros erros que ocorrem ao longo da história (esses errinhos foram me irritando muito ao longo do livro). Uma revisão possivelmente também corrigiria algumas incongruências que ocorrem. Por exemplo: no começo da história, um personagem é um zelador e no fim, ele está treinando um lutador; um personagem não tem dinheiro para uma reforma, mas alguns capítulos depois quer comprar uma mansão. Enfim, são coisas pequenas mas que acabaram chamando a minha atenção e incomodando.
Porém, o maior problema do livro é o seu tamanho. Ele é excessivamente longo. A história em si não tem muitos eventos e podia ser contada em menos páginas. Em um determinado momento, me peguei pensando o que ia acontecer pelos próximos 50% do livro, já que o casal já estava junto e eu não via nenhum outro conflito grande o suficiente para ocupar metade da narrativa. Isso torna o livro maçante e cansativo. Umas 200 páginas a menos tornariam o livro muito mais fluido.
Infelizmente, essa leitura não funcionou para mim, mas pode funcionar muito bem para outros leitores. Principalmente para quem não é chato como eu.