Carla Verçoza 24/09/2023
Ótima leitura!
Nessa história, mãe e filho se odeiam. O filho tem alguma condição psiquiátrica não revelada (só se sabe que tem 16 letras). Há muito rancor pela mãe. A forma dura com que ele se refere à mãe é impactante.
No verão, ele e a mãe vão para uma cidadezinha da França e começam a lidar com suas questões. Vamos acompanhando a mudança no relacionamento de mãe e filho, arrependimentos, amor, ódio, perdão. Tudo muito bonito e bem escrito, recomendo a leitura.
"Para sentir que tinha nascido, mamãe preparou naquele dia um bolo com creme de leite e comprou dez garrafas de cerveja. Comuniquei-lhe, não desprovido de um certo prazer, que não tinha nenhum presente para ela. Não faz mal, respondeu. Invejava sua capacidade de ignorar as coisas mais evidentes. Eu a odiava, papai a odiava, sua única amiga vendedora a odiava. Mika estava morta. Apesar de tudo, eis que havia feito um bolo e comprado cerveja. Se ao menos vovó estivesse em casa, mas não, o que significava que ninguém, absolutamente ninguém no universo inteiro, ligava para ela, para o dia do seu aniversário ou para a sua vida, no fim das contas." Pág. 19