Cada homem é uma raça

Cada homem é uma raça Mia Couto




Resenhas - Cada homem é uma raça


22 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Evy 18/07/2020

Mia Couto entrou pro hall dos autores que eu leria até a lista de compras se vazasse na internet!! É impossível não se apaixonar pela narrativa poética do autor, que traz assuntos tão profundos e situações terríveis com tanta sensibilidade que te faz capaz de encarar aquilo e portanto refletir a respeito, o que, de fato é o essencial numa experiência literária para mim.

Neste livro de contos, que me chamou atenção pelo título, Mia nos apresenta, em onze histórias, a um caleidoscópio de personagens multicoloridos e extraordinários. Já no primeiro conto, com a história de Rosa Caramela, uma senhora corcunda que é apaixonada por estátuas de pedras e cuja loucura e tristeza não se sabe a procedência, nos traga através da sua prosa poética inconfundível e não há retorno.

Conto após conto, somos reduzidos a meros espectadores vidrados em cada detalhe da vida que se mostra com uma sensibilidade que traz lágrimas aos olhos, sorriso aos lábios e profunda reflexão. As temáticas misturam realidade e universo mágico e são de uma beleza singular!

"História de um homem é sempre mal contada. Porque a pessoa é, em todo o tempo, ainda nascente. Ninguém segue uma única vida, todos se multiplicam em diversos e transmutáveis homens".

Dizer mais o que? Recomendo muitíssimo a leitura!
Rodrigo Scarabelli 18/06/2021minha estante
iniciei hoje. Rosa Caramela é de muita sensibilidade


Evy 19/06/2021minha estante
Sim Rodrigo, eu amei esse conto!!! Boa leitura, depois me conta se gostou do todo!!!




Michel Pinto Costa 18/05/2021

Cansativo
É possível que o momento de leitura não tenha sido o melhor. Achei cansativo e abstrato demais em alguns momentos.
É um grande escritor, mas o livro não me emocionou.
comentários(0)comente



lumas 04/08/2021

A sutileza ao falar de assuntos dolorosos e difíceis de digerir. Histórias únicas de personas coloridas que choca e faz-nos refletir.
comentários(0)comente



sonia 28/03/2014

comunicar coisas novas
Este é um dos primeiros livros do Mia, gostei demais do conto O embrodeiro que criava pássaros (embrodeiro é uma árvore) e do conto da viúva que troca a lápide do túmulo do marido parz que a amante chore no túmulo errado!
....
Entre 'parentes aparentes', homem sobremisso, servindo'-se dos sossegos da vida e iluminando-se de enquantos, neste livro já se revela o talento desse africano maravilhoso que, no dizer de Saramago 'está a criar um português sutilmente diferente, capaz de comunicar coisas novas'
Renata CCS 04/04/2014minha estante
OLá Sonia, tive recentemente minha primeira experiência com Mia Couto. Adorei! Com certeza, irei atrás de outras obras. Esta me parece uma boa dica.
ABraços,
Renata




emicê 24/02/2024

Mia Couto é genial quando revela as dores da colonização nessa prosa poética, mas também é genial quando só mostra o dia a dia e o imaginário do povo moçambicano. Um livro lindo, que por vezes é doloroso e por vezes é fantástico.
comentários(0)comente



Caio_Rafael 22/08/2021

Cada Homem É Uma Raça - Contos de Mia Couto
Meu segundo contato com Mia couto foi com Cada Homem É Uma Raça, um livro com vários contos que empolgam e encantam de diversas maneiras, surpreendendo em alguns momentos.

Mia Couto continua sendo Mia Couto, talentoso e criador de contos incríveis.
comentários(0)comente



Prof. Edivaldo 05/04/2020

Contos
Gostei de alguns contos. Agora, o estilo do autor, o vocabulário fazem com que a gente tropece um pouco. Recomendo.
comentários(0)comente



Rodrigo Scarabelli 22/06/2021

Cada homem é uma raça
Sabe aqueles dizeres que ouvimos de que cada homem é um universo em si e quando morre todo um universo morre consigo? Mia Couto nos remete a essa compreensão. 11 contos, 11 universos. Cada um com suas riquezas, constelações subjetivas, mundos vividos. Podemos perceber um fio costurando e perpassando as histórias, oriundo das agruras de uma terra colonizada e povo oprimido.

Tudo nos transmitido por meio da prosa tão poética de Mia Couto!
comentários(0)comente



Adriana1037 22/01/2014

Quando as raças se misturam.
O livro é uma seleção de contos de Mia Couto que aborda a questão da raça através de diversas histórias. "Minha raça sou eu mesmo." "...se não havia pretos quem fazia os serviços pesados lá na terra dela (Rússia)? São brancos, respondeu. Brancos? Mentira dela, pensei. Afinal quantas leis existem nesse mundo? Ou será que a desgraça não foi distribuída conforme as raças?" " Motivo dessa mulher é ser de outra raça. Não é negra como nós..."
Abordando diferenças de raça o autor vai desenrolando as histórias e envolvendo os personagens em uma teia de tradições e costumes africanos. Crenças, valores e linguagem se unem para constituir o jeito de ser e viver.
Estão presentes nos contos muitos regionalismos na forma da linguagem e dos costumes. Ao final do livro há um glossário para orientar o leitor nos termos mais específicos.
comentários(0)comente



I.Cream.Sopa 05/03/2024

Como esse é um livro obrigatório, eu não comecei ele muito animada. Mas já conhecendo outra obra do Mia Couto, eu já sabia mais ou menos o que esperar. Tiveram contos que não gostei (quase pulei o segundo conto) mas, em compensação, os últimos 4 contos foram muito bons. O último, Os Mastros de Paralém, foi o meu preferido.
comentários(0)comente



Alexandre Kovacs / Mundo de K 26/05/2016

Mia Couto - Cada homem é uma raça
Editora Companhia das Letras - 200 páginas - Lançamento 11/04/2013.

No momento em que desembrulho minhas lembranças dos onze contos desta coletânea, publicada originalmente em 1990, penso em escrever uma resenha que permita aos leitores sobressonhar com a parecença do texto, usando um pouco da linguagem inventada pelo moçambicano Mia Couto. Pescando uma palavra aqui e outra ali da prosa mágica do autor, tento mostrar um pedacinho do seu mar de poesia no onduralar que seus sonhos imaginadavam, mas acabo ficando imovente e receio desconseguir completar a tarefa, um verdadeiro drible nos corretores ortográficos. Contudo, nesse enquanto, vem andarilhar comigo no desfolhar das tardes e conhecer uma imagem forte da sofrência do povo africano, uma terra sem dúvida devastada pelas guerras e ganância dos colonizadores, mas onde ainda sobrevive a esperança no espírito livre do homem, pelo menos na literatura de Mia Couto.

Segundo alerta o personagem Geguê para o seu sobrinho no conto "O apocalipse privado do tio Geguê": as mulheres são muito extensas, a gente viaja-lhes, a gente sempre se perde, e é exatamente o que acontece quando a bela Zabelani, com olhos de convidar desejos, vem morar com tio e sobrinho, fugida dos terrores do campo, com os pais desaparecidos em anônimo paradeiro. É claro que não demora muito para o sobrinho se apaixonar por ela, um amor em estado de infinita chegada. Sentimos que não há como os personagens escaparem da tragédia anunciada, à medida que avançamos na trama.

"História de um homem é sempre mal contada. Porque a pessoa é, em todo o tempo, ainda nascente. Ninguém segue uma única vida, todos se multiplicam em diversos e transmutáveis homens. (...) Nasci de ninguém, fui eu que me gravidei. Meus pais negaram a herança das suas vidas. Ainda sujo dos sangues me deixaram no mundo. Não me quiseram ver transitando de bicho para menino, ranhando babas, magro até na tosse. (...) O único que tive foi Geguê, meu tio. Foi ele que olhou meu crescimento. Só a ele devo. Ninguém mais pode contar como eu fui. Geguê é o solitário guarda dessa infinita caixa onde vou buscar meus tesouros, pedaços da minha infância." ("O apocalipse privado do tio Geguê" - pág. 29)

Uma inusitada história de amor (sempre presente nos contos de Mia Couto, apesar da crueldade da terra) acontece em "A princesa russa", onde um casal imigrado da Rússia para Moçambique vem desenterrar riquezas no negócio de exploração de uma mina de ouro. Eles encontram uma realidade ainda mais difícil do que em sua terra natal e, logo, a mulher, que não consegue se adaptar à solidão da sua nova habitação, se revolta com as condições de trabalho locais e estabelece um relacionamento de confiança com Fortin, o negro encarregado dos criados, narrador deste conto. É ele que relembra os fatos da sua vida muitos anos depois em confissão a um padre.

"Venho confessar pecados de muito tempo, sangue pisado na minha alma, tenho medo só de lembrar. Faz favor, senhor padre, me escuta devagar, tenha paciência. É uma história comprida. Como eu sempre digo: carreiro de formiga nunca termina perto. (...) O senhor talvez não conhece mas esta vila já beneficiou de outra vida. Houve os tempos em que chegava gente de muito fora. O mundo está cheio de países, a maior parte deles estrangeiros. Já encheram os céus de bandeiras, nem eu sei como os anjos podem circular sem chocarem-se nos panos. Como diz? Entrar direito na história? Sim, entro. Mas não esqueça: eu já pedi um muitozito do seu tempo. É que uma vida demora, senhor padre." ("A princesa russa" - pág. 77)

Em "O pescador cego", Mia Couto nos mostra que o barco de cada um está em seu próprio peito, conforme a epígrafe que abre o conto, baseada em um provérbio africano. Acontece em certa pescaria que Mazembe, perdido em uma tempestade sem fim e pressionado pela fome brutal, decide arrancar os próprios olhos e utilizá-los como isca, uma prova de que o juízo emagrece mais rápido que o corpo.

"Vivemos longe de nós, em distante fingimento. Desaparecemo-nos. Porque nos preferimos nessa escuridão interior? Talvez porque o escuro junta as coisas, costura os fios do disperso. No aconchego da noite, o impossível ganha a suposição do visível. Nessa ilusão descansam os nossos fantasmas. (...) Tudo isso escrevo, mesmo antes de começar. Escrita de água de quem não quer lembrança, o definitivo destino da tinta. Por causa de Maneca Mazembe, o pescador cego. Deu-se o caso de ele vazar os ambos olhos, dois poços bebidos pelo sol. Maneira como perdeu as vistas é assunto de acreditar. Há dessas estórias que, quanto mais se contam, menos se conhece. Muitas vozes, afinal, só produzem silêncio." ("O pescador cego" - pág. 97)
comentários(0)comente



Carina 11/09/2013

Contos com raça
O livro de J.K. Rowling, apesar de ser pouco mais que um apêndice da saga original de Harry Potter, não deixa de possuir suas virtudes. Os contos “O Mago e o Caldeirão Saltitante”, “A Fonte da Sorte”, “O Coração Peludo do Mago”, “Babbyty, a Coelha, e seu Toco Gargalhante”, e é claro, “O Conto dos Três irmãos” são semelhantes aos tradicionais contos de fadas. Entretanto, a autora aproveita a intertextualidade para modificar o que não lhe agrada no gênero, como a passividade das heroínas.

A linguagem utilizada brinca com a da própria análise literária, nos comentários de Dumbledore. J.K. inova também ao resgatar a origem trágica dos contos de fada, fazendo literatura infantil na qual estão presentes a morte e a crueldade.

Quem se prende à imagem de Harry Potter dos filmes (ruins), deixa de conhecer uma boa autora que sabe brincar com os limites da linguagem e explorar o universo lúdico, como provam os contos de Beedle.
Rodrigo 12/09/2013minha estante
Acho que se enganou na resenha!!


G. 03/10/2013minha estante
haahaahahahahahahahahah


Adriana1037 20/01/2014minha estante
hein?!?!?


Thiago 04/07/2015minha estante
Aí sim, resenha sensacional kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.( ?° ?? ?°)


Samir 25/06/2017minha estante
É... O.o


Marianna 19/07/2017minha estante
Resenha do livro errado...


Marianna 19/07/2017minha estante
Resenha no lugar errado...




Jacqueline 27/07/2014

Todo mundo tem uma história de amor
Basicamente um livro que fala sobre amor, essa eterna busca (ainda que de amores nem tão convencionais). Os contos são povoados por personagens inusitados: uma corcunda, que se relaciona com estátuas e se enamora de um velho, cardíaco, sustentado pela mulher, que aluga sapatos; um órfão, cheio de ausências, criado pelo tio, que conhece o primeiro amor; a mulher que foi primeiro viúva e depois esposa; um vendedor de pássaros (“que não tinha sequer o abrigo de um nome”); um empregado negro, que no confessionário revela como traiu a confiança da patroa, uma Princesa Russa, que abandou seu amor na Rússia e sofre com o marido que a subjuga; um pescador que fica cego ao oferecer seu olhos como isca e que não consegue mais prover o sustento da família; uma linda moça que se apaixona por um seminarista; um forasteiro que desperta os temores de uma comunidade (sempre a dificuldade de lidar com o diferente); um barbeiro que já atendeu o Sidney Poitier; um colono, pai de um casal de filhos, que os proíbe de ir para Paralém das montanhas).

Três contos merecem destaque (não que os outros não sejam bons):

A lenda da noiva e do forasteiro

Na superfície, outro conto sobre amores. Em outras camadas, nos deparamos com metáforas várias e histórias arquetípicas: a mulher oferecida ao estrangeiro para salvar a cidade, a escolha entre a tradição e a ruptura, o conhecido e o novo, o previsível e controlado X o esperado e fora de controle. Os quase últimos jovens de uma aldeia, noivos, deveriam dar continuidade a tribo. Um estrangeiro que chega e desperta as mais tenebrosas fantasias ameaçadoras. A moça que parte em sacrifício para salvar a tribo, por sugestão do sábio ancião, no melhor estilo Geni. Sua demora faz com que o noivo parta para resgatá-la. Ele mata o forasteiro e encontra a noiva chorosa porque dele havia se enamorado. O falecido tinha como missão proteger um lugar, garantindo que nele a solidão pudesse estar, combatendo assim o tempo (como não se apaixonar?). Ao final, o jovem é colocado diante da decisão de ganhar o mundo com ela ou retornar à aldeia sozinho.

Rosalinda, a nenhuma (ou o caso da mulher que primeiro foi viúva e só
depois esposa)

Um dos melhores contos do livro, conta a história de Rosalinda, “que não era nem Rosa nem linda”, como fazia questão de lhe dizer o marido, que pode enfim se tornar esposa quando seu cônjuge, estafermo e bêbado, parte dessa. A felicidade se sentir não mais um numeral ("uma" das), mas de ser finalmente coloca no seu lugar (definido) de oficialidade – "A" mulher - é ameaçada quando vê outra mulher chorando no túmulo do falecido em uma de suas visitas diárias ao cemitério.
De “uma”, ela passa a “a” e daí para “nenhuma”, como expresso no título do conto, é um pulo.

O ex-futuro padre e sua pré-viúva

Uma linda jovem se apaixona por Benjamin, um seminarista convicto, e faz de tudo para tê-lo. No melhor estilo “o que quer uma mulher?”, que nem Freud consegue responder, Benjamim padece, enredado pela jovem. Um toque de realismo fantástico deixa no ar as veracidades dos fatos e a autoria dos atos.

Para além das tramas dos contos em si, o autor nos brinda com:

- O abuso de prefixos negativos que engrandece o incômodo e a dor

“Ela se condizia sozinha, despovoada.”

“Nessa noite eu desconsegui de dormi. Saí, sentei a insónia no jardim da frente.”

“Desorfanar”

“Desmininava”.

“Vivemos longe de nós, em distante fingimento. Desaparecemo-nos.”

- Personificando e coisificando (e ampliando o efeito poético):

“Um mocho piou, incriminando o porvir.”

“Naquela noite, as horas me percorriam, insones ponteiros. Eu queria só me esquecer-me.”

“Somei dúvidas”.

“Ficou numerando dúvidas.”

“O tamanho daquela verdade não cabia em si.”

- Os contrastes:

“Chiquinha, ainda tão filha, como podia já ser mãe?”

- Os adjetivos inusitados e as regências inventadas:

“Um dia me trouxe uma bota de tropa. Grande, de tamanho sobrado. Olhei aquele calçado solteiro, demorei o pé.”

- E as ideias deslocadas de seus lugares de origem:

“A beleza dessa menina, meu sobrinho, é você que lhe põe.”

“Porque a saudade dos homens é toda no presente, nasce do amor não cumprir, na hora, os seus deveres.”

Mia Couto, sempre vale a pena!
comentários(0)comente



Felipe 16/06/2015

faz isso mais não, Mia...
Thiago 04/07/2015minha estante
KKKKKKKKKK.


Alê | @alexandrejjr 30/07/2019minha estante
O que ele não deve fazer, Felipe?




Aninha 13/01/2018

"a vida, ela toda, é um extenso nascimento."
"Foi essa instrução que ele me deu: lições de esperança quando já havia desfalecido o futuro." (página 30)

Esse é meu décimo livro do Mia Couto e, ainda não me cansei de me encantar com a melodia das suas palavras. Nesta obra, que possui 11 contos, não foi diferente.

Tristeza, perda, dor, mistério, culpa, morte são elementos presentes nesses contos, os quais aparecem sempre de uma forma sublime, terna:

"Se desfez das lágrimas, para que outra coisa serve o verso das mãos?" (pág.15)

"... quando desembrulho minhas lembranças eu aprendo meus muitos idiomas. Nem assim me entendo..." (pág.29)

Os personagens são pequenos universos, que transbordam em suas particularidades: uma mulher corcunda que se dedica a cuidar de estátuas, uma viúva que passou a amar o marido de fato depois de morto, um vendedor de pássaros que desperta sentimentos por onde passa, um pescador cego e sua luta pra sobreviver, um barbeiro que atende debaixo de uma grande árvore e é vítima de uma brincadeira. Esses são só alguns, mas já dá para se ter uma ideia da fantasia e da magia que cercam cada um.

Para Mia, a vida sempre tem algo a nos revelar:

"Vivemos longe de nós, em distante fingimento. Desaparecemo-nos." (pág.97)

"(...) os olhos, janelas onde nossa alma se acende." (pág. 100)

"... acordar não é a simples passagem do sono para a vigília. É mais, um lentíssimo envelhecimento, casa despertar somando o cansaço da inteira humanidade. (...) a vida, ela toda, é um extenso nascimento." (pág. 129)

Vale a pena a leitura!

site: http://cantinhodaleitura-paulinha.blogspot.com.br/2018/01/cada-homem-e-uma-raca.html
comentários(0)comente



22 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR