Luan 01/05/2020
Questões mil
Há pouco tivemos o volume mais espiritual, dessa vez, temos o mais filosófico.
Largar ou não a espada? Ogawa decide abandonar o caminho após constatar, estupefato, a magnitude de Kojiro, num combate contra o surdo-mudo, no qual ele empunhara apenas uma vereta contra a laminada cortante do então instrutor Hosokawa. E, ao desistir de sua jornada, decide viver em prol de Kojiro, o auxiliando e sendo sua boca e ouvidos. Então, resolve que o jovem rapaz será seu substituto no clã. À princípio parece que a aceitação ou não está em aberta, dependendo de outros fatores.
Otsu, por sua vez, tem encontros sobrenaturais com Ueda, sim, ele mesmo, do clã Yoshioka. Confesso que essa ideia de Takehiko em migrar para o sobrenatural não me agrada e acredito desviar muito do que o gibi propôs desde o início. Apesar dos assuntos entre ambos serem abordados de maneira inusitada e cômica ? relacionados a Musashi e seu incerto futuro? não me agradou.
Parte considerável do volume é baseado nas interações de Koetsu e Takuan, sobre Kojiro e Musashi, respetivamente. Questões como, o que é a espada? Qual o caminho da espada? O que é belo? E muitas outras são levantadas nessa conversa prazerosa e cheia de ensinamentos.
Já Musashi, segue preso. Suas conversas com Kyoto Shoshidai, Itakura Katsushige, fazem com que o ronin comece a se questionar sobre muitas e que a ele seja proposto novos caminhos a seguir. Sua decisão, certamente, não tenha fora a mais inteligente. Esperar o que de alguém que decide lutar contra 70 homens de uma vez?
Takehiko Inoue segue brilhante. O ponto alto dessa HQ são as ilustrações.