A escravidão na poesia brasileira

A escravidão na poesia brasileira (Org.) Alexei Bueno




Resenhas - A escravidão na poesia brasileira


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Biblioteca Álvaro Guerra 26/10/2022

A escravidão institucionalizada, que marcou a vida brasileira dos primórdios da colonização até o crepúsculo da monarquia, é um tema recorrente na obra de alguns dos maiores poetas da nossa literatura, de ontem e de hoje. Nunca, porém, antes de "A escravidão na poesia brasileira", este recorte temático havia sido usado para reunir, em um só volume, tamanho e tão importante repertório.
Mapeamento exaustivo de três séculos e meio de 'poesia brasileira - do século XVII até os nossos dias -, este ensaio antológico apresenta ao leitor mais de oitenta autores, de todos os estilos e escolas literárias, e mais de 200 poemas, muitos célebres, outros injustamente esquecidos e outros ainda jamais publicados em livro.

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9786555873726
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Mariana Dal Chico 20/06/2022

Poesia e escravidão

A antologia “A escravidão na poesia brasileira do século XVIi ao XXI” foi organizada por Alexei Bueno e publicada em 2022 pela Editora Record, que me gentilmente me enviou um exemplar de cortesia.

Em sua introdução, Bueno, é enfático em afirmar que o tema desse livro é a escravidão negra na poesia brasileira, diferente do tema maior e mais abrangente, o negro na poesia brasileira.

Os poetas aparecem em ordem cronológica de nascimento, o texto segue a ortografia vigente, com exceção de casos implicaria a perda de valor expressivo.

Os temas encontrados nas poesias aqui presente são: o exílio forçado, a travessia do atlântico, as sevícias físicas, a profanação da mulher, a separação das famílias, a exploração dos velhos (Lei dos Sexagenários), as revoltas e fugas, Palmares e figuras míticas (Zumbi, Chica da Silva, Anastácia), reações às leis e o túmulo do escravo (único lugar que lhe seria dado descanso).

Maria Firmina dos Reis
Hino à liberdade dos escravos
“Salve Pátria do Progresso!
Salve! Salve Deus a Igualdade!
Salve! Salve o Sol que raiou hoje,
Difundindo a Liberdade!

Quebrou-se enfim a cadeia
Da nefanda Escravidão!
Aqueles que antes oprimias,
Hoje terás como irmão!”

Castro Alves
O navio negreiro
(Tragédia no mar)

[…]
“Ontem plena liberdade,
À vontade por poder...
Hoje... [*****]m'lo de maldade,
Nem são livres pra... morrer...
Prende-os a mesma corrente
- Férrea, lúgubre serpente
Nas roscas da escravidão.
E assim roubados à morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoite... Irrisão!…”
[…]

Carlos Drummond de Andrade
Fala de Chico-Rei
[…]
“Aqui edifiquei a minha, a nossa Igreja
e coloquei-a nas mãos da virgem etíope,
nossa princesa santa e sábia: Efigênia,
sob as bênçãos da Rainha Celeste do Rosário.
Meus súditos me são fiéis até o sacrifício,
por lei de fraternidade, não de medo ou tirania.”
[…]

O livro ainda conta com uma breve biografia sobre cada poeta cuja poesia fez parte dessa antologia.

A leitura dessa obra é enriquecedora e importante, recomendo tanto para quem gosta de poesia, como para quem se interessa pelo tema.

site: https://www.instagram.com/p/Cd3nGRRrKJK/
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