Caderno proibido

Caderno proibido Alba de Céspedes




Resenhas - Caderno proibido


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Mimi Macedo 25/02/2023

Curioso
Esse livro faz perceber como o sentimento de culpa pode controlar cada ação do nosso dia. Ver a Valéria todo momento se cobrando pela simples ação de uma escrita me deixou ansiosa explico: a escrita no meu ver e uma oportunidade de se libertar, assim como a leitura.
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Thamires.Ohtsubo 22/03/2024

Pra mim, o ouro desse livro é o fato da coragem da escritora em dizer certas coisas na época em que foi escrito! Parece que o livro conta a história de uma mulher nos dias de hoje, com os sentimentos de hoje? As mulheres não tinham a possibilidade de reclamar e cobrar coisas como temos nos dias de hoje - e ainda bem que temos isso! Mas foi uma luta pra chegar até aqui e acredito que a Alba teve participação nisso.

O diária da Valéria era onde e quando ela podia ser ela. Pensar nela e nos seus sentimentos sem culpa, já que a vida dela era casa, filho, marido e trabalho - como de muitas mulheres ainda hoje. E, sem amigas, era o lugar de desabafo e atenção. Eu senti muita coisa lendo o livro: felicidade por ela conseguir se olhar, tentar se reencontrar depois de tanto tempo. Tristeza por pensar que só dessa forma ela conseguia colocar tanta angústia pra fora. E certo desapontamento pela forma com que o livro acaba? queria mais informações, mais detalhes, já que a inferência do que tem ali não me agrada! Hahahaha
Mas acho que eram os caminhos comuns vida naquele tempos.

Outra coisa que me chamou a atenção foi o fator idade. Uma mulher de 43 anos, com filho e marido, vista como velha demais, com ?propósito? já atingido, com um cenário futuro sem direito a emoções, novidades, mudanças? isso também vem mudando. E que essas expectativas que vem de fora pra nossa vida, não nos tirem nunca o direito de sentir e viver coisas novas sempre.

Eu gostei bastante do livro, me fez refletir muito e recomendo a leitura - principalmente para as mulheres!
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Paulo Sousa 19/05/2023

Leituras de 2023
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Caderno proibido [1952]
Orig. Quaderno proibito
Alba de Céspedes (?? 1911-1997)
Cia das Letras, 2022, 288p.
Trad. Joana Angélica d?Ávila Melo
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?Era um domingo e o moço da tabacaria não queria me vender o caderno, eu lembro. Ele disse: ?É proibido?. Então fui tomada por um desejo irrefreável de tê-lo, tinha esperança de poder extravasar nele, sem culpa, meu secreto desejo de ainda ser Valeria? (Posição Kindle 3425).
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Valeria Cossati, a personagem e voz narradora de ?Caderno proibido?, decide contar seus mais profundos anseios no caderno que mantém escondido do marido Michele e dos filhos Riccardo e Mirella. Ela sabe que precisa manter o sigilo de suas notas diárias, muitas vezes escritas nas solitárias madrugadas, quando todos estão dormindo e já não podem absorver um pouco da vida da nossa infeliz narradora.
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Caderno proibido, romance epistolar da lavra da escritora italiana Alba de Céspedes, é uma obra tocante, cuja estória ambientada numa Europa pós-guerra, não deixa de ser um romance de costumes, já que a todo tempo, Valeria se debruça sobre valores, hábitos e uma gama de estereótipos amplamente aceitos e impostos sobretudo às mulheres. E é nesse ambiente que nossa narradora inicia a busca por sua própria identidade, há muito soterrada pelos labores do lar, pelas obrigações para com marido e filhos, que vão mitigando sua alegria de viver.
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Buscando meios de encontrar algum sentido para sua vida, ela encontra trabalho num escritório, onde muitas vezes prefere estar à sua própria casa e, por consequência, ela acaba por encontrar no amor de seu chefe, também um homem casado, a possibilidade de reacender em seu coração toda a juventude que julgara perdida.
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Todas as suas dúvidas, inseguranças, medos e anseios são deitados ao caderno ocultado dos demais. É ali que ela pode se descobrir das amarras familiares e culturais para conceber uma realidade onde, apesar da grande certeza do escândalo em caso de descoberto, ela concebe a insana busca pela felicidade genuína, destruída há muito pelas conveniências do lar. Valeria é uma prisioneira numa prisão sem muros e seu relato, cada vez mais tocante, mostra quão grande e necessária é subir à superfície para ter um fugidio fôlego de viver, causado pelo sufocamento pelo marido leniente e pelos filhos já adultos e cujas atitudes rebeldes extenuam ainda mais a fatigada narradora.
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A experiencia desta leitura, feita nos curtos hiatos dados pelas demandas acadêmicas que vêm extinguindo o tempo para outras leituras, foi maravilhosa! Caderno proibido é uma leitura que, apesar dos bons pares de anos, é bastante atual, além de dinâmica e leve. Há relatos que Elena Ferrante, a genial escritora e autora da tetralogia napolitana - livros que muito me agradaram - foi ou é uma assídua leitura de Céspedes. É compreensível: duas geniais damas da literatura que se cruzam para produzir cousas muito, muito boas. Excelente, ambas!
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Tamires.Tanaka 11/04/2024

Bom livro
Um livro da década de 50 e que conta a história de uma mulher, mãe, dona de casa e que trabalha fora. A rotina desgastante, o quanto é invisível para sua família. Muitos questionamentos atuais são levantados neste livro. Ele é em forma de um diário e conta o ponto de vista dessa mulher sobrecarregada e cansada da vida que escolheu.

Gostei da escrita e a leitura fluiu.

?Agora me pergunto onde fui mais sincera: se nestas páginas ou em minhas ações.?
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Ariadne 09/02/2023

Esse é mais um livro que entra para o (não tão) seleto grupo de leituras que fiz porque gostei da capa, achei o título curioso e perguntei para mim mesma “por que não?”. 🤭 E sendo bem sincera, eu não sei se tivesse olhado a sinopse antes, eu teria tido a curiosidade de ler esse, já que ele parece ser um livro “comum”.

Valéria, a protagonista, é uma mulher de meia idade, casada com Michele e mãe de dois filhos já crescidos, Mirella e Ricardo. Ela divide seu tempo entre as “tarefas” da casa e o emprego de secretária em um escritório.

Um belo domingo, eis que se sente atraída por um caderno de capa preta e resolve comprá-lo, mesmo que tal ato seja proibido no dia e precise insistir com o vendedor para que consiga comprar o bendito.

A história se passa na Itália da década de 50, e não era permitido comprar outras coisas que não fossem itens essenciais, como comida e cigarros, em pleno domingo! Sim, um absurdo!

Ela resolve, então, que esse caderno vai ser o seu diário, e começa a relatar coisas rotineiras e sem importância. Mas à medida que a narrativa progride, ela se expõe de uma maneira profunda e tocante.

Vejam, eu não sou mãe e muito menos tenho a mesma faixa etária da personagem, mas foi difícil ficar indiferente ao quão injustamente ela era tratada pelos seus familiares. É revoltante acompanhar que ela não tem identidade própria ela, e como a sua vida existe apenas em torno deles, que subestimam a mulher racional que existe ali.

Felizmente, a simples compra desse caderno passar a ser um catalisador de mudanças na mente de Valéria, que de mulher passiva passa a refletir sobre si mesma e a vida que leva, e começa a mudar sua forma de agir e pensar.

A escrita é como uma terapia para ela e o diário passa a ser o seu amigo mais íntimo. Eu não sei explicar muito bem as sensações que esse livro me causou, mas me senti profundamente viciada à mente dessa mulher. É uma narrativa tão pessoal, e tão bem escrita, que ao final senti como se eu tivesse conhecido Valéria a minha vida toda.

site: https://www.instagram.com/p/CoacgqtvMt_/
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Giully 27/07/2023

Um diário é um autorretrato, sendo responsável somente pela perspectiva daquele que o produz. "caderno proibido" é um autorretrato de Valeria, uma mulher italiana no período pós-guerra, levando uma vida normal, com seu marido e dois filhos jovens, com metade de sua idade.
o diário de Valeria é uma imagem que, na época, não correspondia à imagem da mulher, sempre retratada como serviçal dos interesses alheios, cuidadora e provedora do conforto familiar, sem interesses próprios, necessidades e prioridades que não fossem as da família. Valeria, sendo uma mulher normal, possui problemas, angústias e desejos que sente não poder manifestar, pois difere do que é esperado dela tanto pelo seu núcleo próximo, quanto pela sociedade em geral. coisas que atualmente são normais, todos conhecemos, mas que mesmo assim, ainda não são tratadas com a seriedade devida.
os embates entre maternidade e mudança geracional fazem parte do cotidiano de Valeria, que contempla as diferenças da vida da filha aos 20 anos com a sua, quando tinha a mesma idade, além do comportamento do filho mais velho, conservador, que difere bastante do da irmã. tais diferenças possuem reflexos imediatos e confusos na perspectiva da mãe, que encontra-se dividida entre as tradições e as portas que se abrem, minimamente, nesse novo mundo para as mulheres.
como corresponder às expectativas insuperáveis de ser uma mulher nos anos 50, enquanto é preciso aceitar as novas perspectivas do novo tempo, acompanhar a mudança do mundo e ser o que todos precisam? tudo isso, enquanto, ao escrever um diário, descobrem-se coisas novas sobre si. como aguentar a responsabilidade pela existência de outras pessoas enquanto descobre a sua própria?
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Juliana 08/03/2024

Favoritei
Elena Ferrante realmente bebeu muito desta fonte. Fico tão triste quando um livro como esse termina :(

Valéria começou a escrever e entrou numa autodescoberta. Vivia no modo automático, sem profundos questionamentos, antes do diário. Mas com a escrita vieram as reflexões, muitas reflexões.
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revisabewss 01/06/2023

O diário de uma mulher na casa dos 40 e poucos anos em 1950 mas poderia facilmente se encaixar se fosse hoje.
Acompanhamos a protagonista em uma jornada de auto descoberta e mudança. Valéria se expõe totalmente pro leitor e não tem como conhecer tão afundo alguém e não se familiarizar com alguma parte dela.
Ao mesmo tempo que você entende ela e sente empatia, em alguns momentos também te desperta raiva. É uma montanha-russa de sentimentos, assim como a protagonista, que está passando por isso, ela faz também o leitor entrar em conflito consigo mesmo, sempre lembrando que tudo que temos é o ponto de vista que ela nos mostra, .
É uma leitura que conversa com a gente de forma mais intima.
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Rafael G. 15/10/2022

Resenha - Caderno Proibido
Valeria nasceu tarde demais para absorver completamente os valores da mãe, e cedo demais para as transformações da revolução sexual. É final da década de 50: Itália do pós-guerra, mundo prestes a mudar para sempre, e ela é uma mulher de 40 anos. Sua filha, Mirella, já dá sinais de que não prioriza os interesses da família (sobretudo os de um possível marido); quer trabalhar para conquistar a própria autonomia - diferente do irmão, Riccardo, que não parece disposto a libertar a mãe da obrigação de cuidá-lo.

É nesse contexto que o caderno proibido entra na vida da narradora e a desorganiza: Valeria conta dos seus dias e começa a tomar consciência de si, da própria inteligência e de como é explorada por todos a seu redor. A escrita, portanto, é insuportável na medida em que a faz perceber suas relações sem o véu da perfeita acomodação, mas indispensável enquanto possibilidade de intervenção.

É bonito como a escrita, para Valeria, torna-se cura - ou talvez clínica seja uma palavra melhor? Ela não precisa necessariamente deixar de sentir tamanho cansaço, tédio ou raiva, desde que possa falar a respeito (trazer à superfície da consciência e da folha do caderno). Assim, é interessante acompanhar como, ao desorganizar Valeria, a escrita pode detonar o silêncio e a previsibilidade de todas as relações da casa.

Gostei muito.
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Bruna 08/03/2024

Antes de iniciar essa leitura, tinha visto algumas resenhas e pessoas fazendo referência a um encontro da personagem principal com ela mesma. Uma redescoberta muito íntima. Minha percepção foi diferente. Acho que nessa procura por respostas aos seus sentimentos, ela acaba se perdendo ainda mais. Uma mulher no início do século passado era uma pessoa tolhida de suas vontades e com pouca (quase nenhuma) liberdade para tomar sua decisões. Impossível não se identificar com a personagem quando se é mulher, mãe e esposa. Ainda hoje, nós mulheres, temos nossas lutas sobre as expectativas que nos colocam. Valéria, protagonista, consegue imaginar com a ajuda de seu diário, tudo que poderia ter sido caso tivesse tomado suas próprias decisões e isso traz sofrimento de tudo que não aconteceu. Nas poucas decisões que toma, sofre com seu próprio julgamento. Uma leitura que traz reflexão.
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rafisreading 23/03/2024

Que livro fantástico! Nao esperava muito, mas o livro é muito bom, fala bastante sobre o papel da mulher na sociedade e como mesmo mudando com as gerações, a gente sempre está fadada a estar exausta
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Fernanda.Canseco 22/02/2023

Talvez tenha o lido no momento errado, porque senti uma certa monotonia, mas acredito ser inevitável quando o livro se constitui de um diário. É muito bom. As reflexões que são tecidas me fizeram refletir como pessoa e como mulher. De fato assemelha-se em muito com a escrita da Elena Ferrante. Recomendo.
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