Caderno proibido

Caderno proibido Alba de Céspedes




Resenhas - Caderno proibido


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Geisi.Ferla 03/07/2022

Desconcertante
Um dos melhores livros que li ultimamente. Uma escrita que mexe lá nas entranhas, nos recônditos da alma.
Incrível!
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Mimi Macedo 25/02/2023

Curioso
Esse livro faz perceber como o sentimento de culpa pode controlar cada ação do nosso dia. Ver a Valéria todo momento se cobrando pela simples ação de uma escrita me deixou ansiosa explico: a escrita no meu ver e uma oportunidade de se libertar, assim como a leitura.
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Gleice 28/08/2022

Escrever é preciso, viver (não) é preciso
A experimentação literária é subjetiva, o caderno proibido pode ser uma maravilha ou um martírio, dado que em qualquer história, é necessário insistir, assim como quando se está conhecendo alguém. O que nos faz continuar ou desistir, é a forma como a matéria nos toca.
A palavra tem o poder de ir ao íntimo e desafiar o que aprisiona. Foi desta forma que Valeria, ao escrever impressões, sentimentos e desejos, fez pulsar o que tanto almejava esconder. O caderno proibido passou a existir em um dia comum, com um fiasco de liberdade e recheio de solidão. Escrito no pós-guerra, entre a tensão de um possível retorno súbito, a família Cossati tem uma vida simples, substantivo que une a vida de várias outras famílias. É com este substantivo que une-se também, a solidão individual, o lado mais verdadeiro dentro da pele.
Entre o conservadorismo que aprisiona Valeria de admirar a coragem que sua filha tem ao viver uma vida que a própria passou a ter secretamente, ela nos guia em suas ações até o ato que revela o que temia dar voz de dentro para fora: ?estou mais familiarizada com o pecado do que com a coragem e com a liberdade?.
Em algumas passagens, sentimos angústia pela possibilidade da descoberta do caderno proibido por alguém além da própria Valéria, afinal, como é possível compartilhar algo tão íntimo com mais alguém? conosco, afinal, leitores?! Penso que somos os únicos detentores desse poder, de ler Valeria Cossati. Seu marido, Marina, filhos, o diretor e seus pais, até mesmo Clara, jamais poderiam vê-la tão despida assim; condição que a fez finalizar o diário ? caderno proibido ? da única forma que em algum momento da leitura, imaginemos que acabaria. E assim, pensar que a única via que Valeria sente o amor, nos momentos finais de sua escrita, é pela culpa, em um adiamento perpétuo de seu desejo.
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Ariadne 09/02/2023

Esse é mais um livro que entra para o (não tão) seleto grupo de leituras que fiz porque gostei da capa, achei o título curioso e perguntei para mim mesma “por que não?”. 🤭 E sendo bem sincera, eu não sei se tivesse olhado a sinopse antes, eu teria tido a curiosidade de ler esse, já que ele parece ser um livro “comum”.

Valéria, a protagonista, é uma mulher de meia idade, casada com Michele e mãe de dois filhos já crescidos, Mirella e Ricardo. Ela divide seu tempo entre as “tarefas” da casa e o emprego de secretária em um escritório.

Um belo domingo, eis que se sente atraída por um caderno de capa preta e resolve comprá-lo, mesmo que tal ato seja proibido no dia e precise insistir com o vendedor para que consiga comprar o bendito.

A história se passa na Itália da década de 50, e não era permitido comprar outras coisas que não fossem itens essenciais, como comida e cigarros, em pleno domingo! Sim, um absurdo!

Ela resolve, então, que esse caderno vai ser o seu diário, e começa a relatar coisas rotineiras e sem importância. Mas à medida que a narrativa progride, ela se expõe de uma maneira profunda e tocante.

Vejam, eu não sou mãe e muito menos tenho a mesma faixa etária da personagem, mas foi difícil ficar indiferente ao quão injustamente ela era tratada pelos seus familiares. É revoltante acompanhar que ela não tem identidade própria ela, e como a sua vida existe apenas em torno deles, que subestimam a mulher racional que existe ali.

Felizmente, a simples compra desse caderno passar a ser um catalisador de mudanças na mente de Valéria, que de mulher passiva passa a refletir sobre si mesma e a vida que leva, e começa a mudar sua forma de agir e pensar.

A escrita é como uma terapia para ela e o diário passa a ser o seu amigo mais íntimo. Eu não sei explicar muito bem as sensações que esse livro me causou, mas me senti profundamente viciada à mente dessa mulher. É uma narrativa tão pessoal, e tão bem escrita, que ao final senti como se eu tivesse conhecido Valéria a minha vida toda.

site: https://www.instagram.com/p/CoacgqtvMt_/
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myhtuck 27/02/2024

Caderno proibido
O livro conta a história de Valeria que, em seu caderno negro e luzidio, comprado em um dia proibido, registra e disseca suas relações familiares. A história se passa na Itália da década de 50, sociedade machista e patriarcal. Subordinada ao marido e aos filhos, ela se inferioriza intelectualmente em muitas passagens e tem muitos embates e conflitos geracionais com a filha de vinte anos (em muitos momentos me lembrei da relação com minha mãe). O casamento é retratado como desgastado, infeliz e tedioso.
A leitura é fluida e leve, gostosa de ser lida.

"Às vezes penso que há muitos anos já não amo Michele e que continuo a repetir essa frase por hábito, sem perceber que os sentimentos amorosos não existem mais entre nós e foram substituídos por outros, talvez válidos em igual medida, mas totalmente diferentes."

Nota: 5/5
Desafio Bookster 2024
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Dida 24/02/2024

Esse livro estava na lista de 2023 do Leia Mulheres Natal, mas li apenas algumas páginas e o abandonei, como fiz com alguns outros no mesmo ano.
Eu adoro livros-diários, ou diários reais de autores que gosto, então eu sabia que essa leitura seria agradável. Para minha surpresa, não foi tanto. O livro em si é incrível, a escrita da autora é fluida e ótima, mas os temas que acabam vindo a medida que lemos sobre a vida de Valéria são dolorosos, a gente se identifica e sente raiva da vida que ela leva que se assemelha a tantas de nós. Em alguns momentos você sente raiva da personagem, mas percebe depois que, assim como ela, também nós relutamos diante de ideias novas e de gente parecida conosco mas que tem coragem de fazer o que queremos e não fazemos, assim como Valéria em relação à sua filha Mirella. É terrível notar o apagamento que a personagem sofre a medida que ela nos descreve sua vida, a sensação que tive é de que ela nunca viveu plenamente sua vida, que não se conhece, que foi apenas mudando de condições que a prendiam em pequenos mundos onde ela sempre tinha que agir de acordo com quem a rodeava, e estar sempre colocando as necessidades alheias à frente das dela mesma: primeiro na condição de filha, depois de esposa e enfim, de mãe, mesmo com os filhos adultos. Ela está sempre envolta num sentimento de culpa, por menor que seja o que ela faça. A sensação de claustrofobia está sempre presente, ela nunca tem tempo ou espaço para si, está sempre se doando e sendo atropelada pelas necessidades ou julgamentos dos outros.
É um livro que sem dúvida nos faz refletir sobre nossa condição de mulheres e sobre a carga (social, psíquica, física, etc) que recai apenas sobre nós desde sempre.
Denise.Dantas 04/03/2024minha estante
O que mais me incomodava era quando o marido e os filhos riam quando ela falava de si. Ou tomavam decisões por ela, sem nem perguntarem pelo menos o que ela achava... Angustiante a leitura para nós mulheres!


Dida 09/03/2024minha estante
Sem dúvida angustiante e muito real!!!!




andrealog 10/10/2022

Os segredos de todas as mães
Quem inventou que a maternidade nos apaga? Em que momento da humanidade alguém resolveu que ao ter filhos nos tornamos mães do mundo, inclusive dos maridos, irmãos, sogros e pais? A protagonista do romance, como muitas mulheres, encontra num caderno o instrumento de sua resistência em insistir em existir como indivíduo e não apenas ? a mãe?. Adorável, tocante e instigante
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Giully 27/07/2023

Um diário é um autorretrato, sendo responsável somente pela perspectiva daquele que o produz. "caderno proibido" é um autorretrato de Valeria, uma mulher italiana no período pós-guerra, levando uma vida normal, com seu marido e dois filhos jovens, com metade de sua idade.
o diário de Valeria é uma imagem que, na época, não correspondia à imagem da mulher, sempre retratada como serviçal dos interesses alheios, cuidadora e provedora do conforto familiar, sem interesses próprios, necessidades e prioridades que não fossem as da família. Valeria, sendo uma mulher normal, possui problemas, angústias e desejos que sente não poder manifestar, pois difere do que é esperado dela tanto pelo seu núcleo próximo, quanto pela sociedade em geral. coisas que atualmente são normais, todos conhecemos, mas que mesmo assim, ainda não são tratadas com a seriedade devida.
os embates entre maternidade e mudança geracional fazem parte do cotidiano de Valeria, que contempla as diferenças da vida da filha aos 20 anos com a sua, quando tinha a mesma idade, além do comportamento do filho mais velho, conservador, que difere bastante do da irmã. tais diferenças possuem reflexos imediatos e confusos na perspectiva da mãe, que encontra-se dividida entre as tradições e as portas que se abrem, minimamente, nesse novo mundo para as mulheres.
como corresponder às expectativas insuperáveis de ser uma mulher nos anos 50, enquanto é preciso aceitar as novas perspectivas do novo tempo, acompanhar a mudança do mundo e ser o que todos precisam? tudo isso, enquanto, ao escrever um diário, descobrem-se coisas novas sobre si. como aguentar a responsabilidade pela existência de outras pessoas enquanto descobre a sua própria?
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Tamires.Tanaka 11/04/2024

Bom livro
Um livro da década de 50 e que conta a história de uma mulher, mãe, dona de casa e que trabalha fora. A rotina desgastante, o quanto é invisível para sua família. Muitos questionamentos atuais são levantados neste livro. Ele é em forma de um diário e conta o ponto de vista dessa mulher sobrecarregada e cansada da vida que escolheu.

Gostei da escrita e a leitura fluiu.

?Agora me pergunto onde fui mais sincera: se nestas páginas ou em minhas ações.?
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Juliana 08/03/2024

Favoritei
Elena Ferrante realmente bebeu muito desta fonte. Fico tão triste quando um livro como esse termina :(

Valéria começou a escrever e entrou numa autodescoberta. Vivia no modo automático, sem profundos questionamentos, antes do diário. Mas com a escrita vieram as reflexões, muitas reflexões.
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Lenir 24/03/2024

Li a obra participando do desafio de 2024 do influencer Pedro Pacífico (BOOKSTER), com o tema Liberdade. O livro é o diário de uma dona de casa dos anos 1950, que também trabalha fora, na Itália pós-Segunda Guerra. É uma leitura deliciosa que faz refletir de forma sensível sobre muitos temas atuais: relações de gênero e família, sobrecarga materna, dupla jornada feminina, rivalidade feminina e outras construções da estrutura patriarcal, além de conflitos de geração e desigualdade social. Também me parece que o texto coloca a liberdade como algo umbilicalmente ligado à privacidade, à individualidade, ao autoconhecimento e à capacidade de não se preocupar com convenções sociais inúteis.
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Bárbara 04/07/2023

A sufocante realidade feminina
Fiquei num sentimento dividido entre gostar ou não do livro. A descrição da vida de uma mulher sufocada pela família é muito fácil de gerar identificação, mas senti falta de algo que não sei dizer o que é. Me deixou muitas dúvidas.
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DêlaMartins 19/06/2023

Na Itália pós-guerra, Valeria, uma mulher por volta de 40 anos, sai num domingo para comprar cigarro para o marido e, impulsivamente, também compra um caderno preto (proibido de ser vendido num domingo). Ela começa um diário, escrevendo sobre seu cotidiano como esposa, mãe de 2 jovens adultos e funcionária de um escritório. Conforme vai escrevendo, Valeria vai se reencontrando com ela mesma, voltando a ser Valeria e não só a mãe e esposa. Ela não tem com quem conversar e o espaço para se expor, questionar, perceber o que aconteceu e acontece com sua vida, passa a ser seu diário secreto, que ela sempre esconde em lugares diferentes.

Conflitos de geração, relacionamento com seu marido, com seu chefe e com sua mãe, suas questões sobre maternidade e dedicação, suas impressões sobre amigas, seus preconceitos, sua inércia com relação à vida que leva, seus ressentimentos, além das descobertas que faz sobre si mesma, são tratados de uma forma amarga, às vezes, rancorosa. Uma vida em função de agradar aos outros e às convenções, em detrimento da busca pela própria satisfação ou até mesmo felicidade. Uma vida de anulação com muita frustração e culpa se apresenta nesse diário. Pra mim, a vida de Valeria chega a ser deprimente, bastante amarga, chata.

O que Valeria escreve sobre seu cotidiano mostra uma mulher que é útil para os outros, mas invisível. Uma mulher cheia de contradições que, apesar das descobertas e de algumas contravenções, não consegue se libertar de preconceitos (seus e dos que a cercam) e das convenções.

Um bom livro, mas cansativo.
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Joao.Almeida 07/04/2024

Uma obra profunda que traz diversas reflexões. Somos introduzidos em uma sociedade pós-guerra sob os olhos de Valéria, uma mulher com jornada dupla, que inicia um processo de autoconhecimento ao adquirir um singelo caderno para utilizá-lo como diário. É interessante como o processo de documentar acontecimentos banais do dia a dia possibilita reflexões sobre si e os outros.
Em um primeiro momento, surge uma indignação sobre como a protagonista aceita certas condições e apresenta opiniões contraditórias, mas é importante relembrar sobre a forma como ela foi criada e onde estava inserida. Apesar dos avanços, a mulher ainda sofria muitas amarras sociais e era constantemente cobrada para ser um exemplo.
Nesta obra, não temos grandes acontecimentos ou reviravoltas, são relatos do cotidiano de uma mulher de classe média que passa a questionar sua existência e sentir-se inconformada com a vida que leva.
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Paulo Sousa 19/05/2023

Leituras de 2023
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Caderno proibido [1952]
Orig. Quaderno proibito
Alba de Céspedes (?? 1911-1997)
Cia das Letras, 2022, 288p.
Trad. Joana Angélica d?Ávila Melo
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?Era um domingo e o moço da tabacaria não queria me vender o caderno, eu lembro. Ele disse: ?É proibido?. Então fui tomada por um desejo irrefreável de tê-lo, tinha esperança de poder extravasar nele, sem culpa, meu secreto desejo de ainda ser Valeria? (Posição Kindle 3425).
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Valeria Cossati, a personagem e voz narradora de ?Caderno proibido?, decide contar seus mais profundos anseios no caderno que mantém escondido do marido Michele e dos filhos Riccardo e Mirella. Ela sabe que precisa manter o sigilo de suas notas diárias, muitas vezes escritas nas solitárias madrugadas, quando todos estão dormindo e já não podem absorver um pouco da vida da nossa infeliz narradora.
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Caderno proibido, romance epistolar da lavra da escritora italiana Alba de Céspedes, é uma obra tocante, cuja estória ambientada numa Europa pós-guerra, não deixa de ser um romance de costumes, já que a todo tempo, Valeria se debruça sobre valores, hábitos e uma gama de estereótipos amplamente aceitos e impostos sobretudo às mulheres. E é nesse ambiente que nossa narradora inicia a busca por sua própria identidade, há muito soterrada pelos labores do lar, pelas obrigações para com marido e filhos, que vão mitigando sua alegria de viver.
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Buscando meios de encontrar algum sentido para sua vida, ela encontra trabalho num escritório, onde muitas vezes prefere estar à sua própria casa e, por consequência, ela acaba por encontrar no amor de seu chefe, também um homem casado, a possibilidade de reacender em seu coração toda a juventude que julgara perdida.
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Todas as suas dúvidas, inseguranças, medos e anseios são deitados ao caderno ocultado dos demais. É ali que ela pode se descobrir das amarras familiares e culturais para conceber uma realidade onde, apesar da grande certeza do escândalo em caso de descoberto, ela concebe a insana busca pela felicidade genuína, destruída há muito pelas conveniências do lar. Valeria é uma prisioneira numa prisão sem muros e seu relato, cada vez mais tocante, mostra quão grande e necessária é subir à superfície para ter um fugidio fôlego de viver, causado pelo sufocamento pelo marido leniente e pelos filhos já adultos e cujas atitudes rebeldes extenuam ainda mais a fatigada narradora.
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A experiencia desta leitura, feita nos curtos hiatos dados pelas demandas acadêmicas que vêm extinguindo o tempo para outras leituras, foi maravilhosa! Caderno proibido é uma leitura que, apesar dos bons pares de anos, é bastante atual, além de dinâmica e leve. Há relatos que Elena Ferrante, a genial escritora e autora da tetralogia napolitana - livros que muito me agradaram - foi ou é uma assídua leitura de Céspedes. É compreensível: duas geniais damas da literatura que se cruzam para produzir cousas muito, muito boas. Excelente, ambas!
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