Leila 16/09/2022Amei demais esse livro, genteee! Me identifiquei demais com a personagem em muitos, mas muitos momentos. Acho que quase toda mãe irá se identificar com a Valéria, independente da idade dos filhos. Uma das minhas grandes lutas ao ser mãe foi não me tornar "invisível", não deixar de ser a Leila, para ser a mãe da Maria Clara, mãe do Matheus ou mesmo a esposa do fulano, do ciclano e etc, não perder a minha individualidade, e oh, quem é mãe sabe, não é tarefa lá muito fácil. Os próprios seres amados a quem nos dedicamos não nos enxergam como seres únicos e "separados" deles, acostumam tanto a nos terem ali, que é osso estabelecer essa linha tênue entre amor e cuidados e o abuso de nossa pessoa (é quase rir para não chorar). Teve uma frase no livro que me doeu na alma, mas é bem por aí, algo que alguém da família fala para a mãe "já que você não está fazendo nada, faz essa costura na calça aqui pra mim", afff, como se não pudéssemos ter um minuto de paz e descanso na vida. Enfim, esse foi um dos pontos que o livro me pegou. Mas existe inúmeros outros que gostei muito também, todas as preocupações diárias da personagem, todos os seus gritos surdos de socorro...enfim, acho que não estou fazendo muito sentido, mas vão lá ler o livro e depois me contem se também conseguiram se conectar com a Valéria como eu me conectei,ok?
A personagem resolve comprar um caderno e começar a escrever seu dia a dia nele e daí o título do livro e até mesmo isso é feito às surdinas porque ninguém entenderia esse comportamento "estranho da mãe", afinal, mãe não tem segredos, quase não tem sentimentos próprios né?, então a obra toda nos é apresentada em entradas de diário e é uma delícia de ler, vão por mim, é muito bom!