Ley 28/07/2022Me irritaram, mas a temática é maravilhosaAntes de iniciar essa leitura senti um certo medo de me deparar com algo forçado, mas houveram tantos pontos que gostei quanto outros que surtiram o efeito contrário. O ponto de vista juvenil, com uma boa ambientação ajudam a melhorar os temas centrais do livro e desenvolver melhor o assunto.
Elisa, a protagonista, tem suas convicções e pretende segui-las a todo custo. Ela se garante em suas habilidades e crê que pode vencer se for boa no que faz. Ao se candidatar como editora chefe do clube de jornalismo da escola, ela sabe que vai conseguir a vaga e não se vê nenhum pouco ameaçada pelo garoto que se candidatou de última hora.
Algumas coisas não saem como Elisa gostaria, um resultado que ela conclui ser por culpa do patriarcado. É totalmente compreensível a visão da protagonista e tudo muito claro. Ela não está ali para agradar ninguém e sua conduta mostra bem isso. Ela também tem conhecimento de como, apesar de ter princípios bons e experiência no assunto, a sociedade pode ser machista para uma mulher como ela, esmagando seus sonhos por ela não aparentar ser como todos querem.
A situação é incoerente com o que a personagem acredita. Logo, Elisa tenta lutar para conseguir a vaga de acordo com seus requisitos, mostrando que o oponente não merece o posto apenas por ser um homem. Como nem tudo é tão simples, inevitavelmente os personagens se aproximam e isso não ocorre de imediato.
A aproximação também não era premeditada, mas acaba tendo um efeito diferente do que era esperado. Elisa conhece-o melhor, começando a ter uma certa afinidade com ele e vendo-o como alguém legal. Com certeza isso gera uma certa discussão interna na protagonista, mas é impressionante como ela é centrada.
Nem tudo o que ocorreu na leitura foi como eu gostaria. Algumas condutas tanto de Elisa como de Len, seu oponente, foram um tanto fora do que eu esperava, mas foram experiências que eles precisavam passar. O livro ajuda a ter uma visão de algo corriqueiro da sociedade em uma linguagem simples e objetiva, mesmo passando raiva aqui e ali.
O centro do livro são discussões sobre o feminismo e acontecimentos que desvalorizam uma mulher que não segue sendo o que é esperado. Também evidencia como algumas visões precisam ser moldadas e erros desfeitos. Acima de tudo, mostra como você é julgado e responsabilizado por quem é. Elisa inspira em vários momentos por persistir em suas convicções.
O livro é rápido para ser lido, tendo muita representatividade asiática e temas importantes debatidos. O romance juvenil fica em segundo plano, mas é fofo e traz apreensão por não sabermos o que acontecerá. Se você curtir todos esses elementos que destaquei na obra, tenho certeza que irá gostar da leitura.
site:
https://www.imersaoliteraria.com.br/2022/07/resenha-nao-nasci-para-agradar.html