Wellington 25/02/2023
O Homem Eterno – 9,0
C. S. Lewis, autor de As Crônicas de Nárnia e amigo de Tolkien (O Senhor dos Anéis), foi ateu até os 31 anos de idade. Instigado pelo amigo católico do mundo de Gandalf e do Um Anel, leu certo livro de G. K. Chesterton... E converteu-se ao cristianismo, se tornando influente teólogo e propagador da Fé.
O livro que ele leu é este aqui.
Chesterton faz um esboço histórico da humanidade através da religião. Começando nas eras da pintura de caverna, passando por mitologias, viajando pelas filosofias orientais e chegando aos dias de hoje (bom, aos dias do século XX), o autor visa mostrar duas coisas: 1- como é natural a crença em Deus ou sentir-se parte de algo maior; e 2- como o advindo de Cristo mudou todas as coisas.
À exceção de algumas passagens densas, fico feliz em dizer que não só cumpre com ambos os objetivos – o que não é pouca coisa –, mas vai além: tem argumentação sólida em defesa da teologia católica, reconhecendo do que ela realmente se trata (“o cristianismo é a defesa das formas”) e qual o papel da Igreja no mundo.
Vale nota dois pontos interessantes. Primeiro, Chesterton diz que há duas maneiras de se chegar em casa; uma é nunca sair dela, a outra é viajar o mundo para, ao voltar, reconhecê-la. Faço parte do segundo grupo. O outro ponto é quando diz que, por uma perspectiva teológica, o cristianismo só tem um rival verdadeiro: o espírito asiático, contemplado em tradições como a budista e confucionista. Concordo. Rival não significa inimigo; rival significa uma concepção única, diferente, vendo o mundo por outro ângulo com pontos ora de aproximação, ora de distanciamento.
Edição muito bonita, com boa diagramação e preço acessível. Adoro livro com fitilho. A revisão poderia ser melhor, tem erros bobos de gramática.
Recomendo para realmente conhecer o que é catolicismo.
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