The Most Secret Memory of Men

The Most Secret Memory of Men Mohamed Mbougar Sarr




Resenhas - A Mais Secreta Memória dos Homens


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Fabrício Cardoso 14/05/2024

"Os grandes livros são sobre o nada. E tudo está ali."
Escritor sai em busca do paradeiro de T.C. Elimane, autor senegalês que embasbacou a França ao lançar nos anos 30 um romance por demais inovador, O Labirinto do Inumano. É baseado numa história real. Após a repercussão entusiasmada, no entanto, a obra passa a receber críticas de plágio, de que seria o compilado de mitos africanos. Em que pese a fragilidade dos argumentos da crítica, Elimane parte para um autoexílio. Nas andanças de Diégane atrás dele, somos levamos a uma reflexão sobre o papel da literatura, uma atividade burguesa e colonial por excelência, para povos sob jugo. Até que ponto é um instrumento de branqueamento, na medida em que escritores negros têm um espaço predeterminado para fabular - fora daí, parecem invadir território alheio. Ao longo das 400 páginas, Sarr discorre também sobre a fricção da mentalidade mitológica com a racional, que vemos em clássicos como Grande Sertão: Veredas, e como a venda do ideal colonizador soa sempre sexy. "Voce sabe: a colonização semeia os colonizadores a desolação, a morte, o caos. Mas ela também semeia neles - e esse é seu feito mais diabólico - o desejo de vir a ser o que o destruiu." Em que pese a tensão, é um livro lírico e terno sobre o enorme potencial transformador da literatura.
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Mari 01/05/2024

Na cola de Elimane
O livro conta a jornada de um jovem escritor senegalês que vive na França e que convivendo entre a elite cultural senegalesa residente na França descobre um autor misterioso. T. C. Elimane é um autor senegalês que publicou apenas um livro em sua vida: O labirinto do inumano e, com ele, foi intensamente elogiado e duramente perseguido posteriormente, sumindo completamente do cenário cultural sem deixar pistas. O protagonista começa, então, uma caçada atrás de Elimane, passando por diversos períodos históricos e políticos da Europa, África e até América Latina. O livro se torna viciante e você começa a "caçar" Elimane junto com o protagonista.
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camilla.thais.3 13/04/2024

Livro incrível!
Romance hipnótico, engenhoso, com escrita bem lapidada e muita metalinguagem. Fiquei convencida de que é um livro monumental!
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Gabriel Perez Torres 13/04/2024

As Longuíssimas Estradas da Busca
Mohamed Mbougar Sarr, em "A Mais Recôndita Memória dos Homens", apresenta-se como um digno sucessor de Roberto Bolaño, explorando temas de obsessão literária, busca e desaparecimento que são reminiscências de "Os Detetives Selvagens". No entanto, a promessa de uma narrativa envolvente se perde em meio a uma execução que, a partir da metade do livro, torna-se arrastada e cansativa.

O romance começa com uma premissa fascinante: a busca de um jovem escritor pelo autor misterioso T.C. Elimane, cuja obra-prima, "O Labirinto do Inumano", desapareceu quase tão completamente quanto seu próprio criador. Ponto de partida que sugere um mergulho emocionante nas profundezas da literatura e da memória humana, prometendo reviravoltas e revelações impactantes.

Desde o início, a narrativa cativa com seu estilo lírico e as complexas redes de histórias que prometem entrelaçar o passado e o presente de forma significativa, conquistando através de reflexões literárias e discussões que incluem o colonialismo, a identidade e o poder da literatura em moldar a realidade e a memória.

Contudo, à medida que o romance avança, a jornada do protagonista em busca de Elimane torna-se excessivamente prolixa. O que era uma exploração intrigante de personagens e motivos literários logo se transforma em um relato enfadonho, onde a promessa de descoberta se perde descrições intermináveis, mantendo como recompensa para o leitor que insiste na leitura, apenas boas digressões filosóficas.

O ritmo da narrativa sofre, tornando a leitura uma tarefa mais árdua do que prazerosa. Embora "A Mais Recôndita Memória dos Homens" se destaque por seu belo uso da linguagem e complexidade temática, não pode-se ignorar que a segunda metade do livro carece da energia e direção que inicialmente promete. A busca pelo escritor desaparecido, embora central para a trama, arrasta-se de maneira que testa a paciência do leitor, culminando em um clímax que, apesar de eventualmente satisfatório, chega tarde demais para redimir totalmente a experiência.

Em resumo, enquanto Sarr mostra um talento inegável para a prosa e profundidade temática, "A Mais Recôndita Memória dos Homens" poderia beneficiar-se de uma narrativa mais enxuta e focada. Para os admiradores de romances literários densos e filosóficos, este livro ainda oferece muito a ponderar e apreciar, mas aqueles em busca de uma trama ágil e envolvente podem se encontrar desejando que a jornada tivesse sido mais condensada.
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Carolina.Gomes 01/04/2024

Por fora bela viola
A sinopse e a capa desse livro me seduziram. Achei que seria uma experiência incrível, mas a despeito das críticas elogiosas, não achei isso tudo.

Sendo bem sincera, achei um livro mediano. Um vocabulário rebuscado e frases de efeito que não levam a lugar algum.

O autor mirou na Sombra do Vento do Zafon e falhou miseravelmente.

Muitos narradores e eu me perdi na história. Quando estava bom, mudou o narrador e o negocio desandou.

Esperei o desfecho de parte importante da história e nada. As pontas soltas me incomodaram.

Me perguntei o q Chico Buarque viu aqui para dizer que ?não sabe como vai voltar a escrever depois dessa leitura.?

Nessa linha de raciocínio, me pergunto: e quem escreve pós Dickens, Tolstoy e Dostô? Acha q escreve?

Muito barulho por nada, já dizia WS.

Capa bonita, conteúdo a desejar.
Eliza.Beth 01/04/2024minha estante
Eitaaaaa? jogou até uma citação de William
Ameiiiiiii kkkkkkk
Como sabes, seu gosto literário para mim é quase uma ordem
Logo, passarei longe


Carolina.Gomes 02/04/2024minha estante
Passe! Dispensável kkk




profa_ana_paula 29/03/2024

Um livro sobre livros
É um livro interessantíssimo, escrito por um rapaz jovem e que fala, dentre mil questões espezinhadas, sobre ser um autor. Não é um livro fácil, e isso já se percebe do início, que a ideia apresentada é bem densa. Mas o autor consegue, através de vários artifícios, construir uma escrita fluida e interessante. Contém muitas referências e muitas frases de efeito, meu livro está todo marcado. Em última análise, o livro também debate sobre as questões decoloniais. Recomendo a leitura.
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Angela594 20/03/2024

A literatura como poder
Livro muito interessante, um pouco maçante no começo, mas envolvente no seu desenvolvimento, que aborda muitos assuntos: a literatura africana, o desejo de ser reconhecida e acolhida pelo mundo ocidental, a repulsa por esse desejo, a submissão ao estilo literário do ocidente e a rebeldia contra ele, o ser estrangeiro em sua terra e na da conquistador, uma critica à crítica literária e ao seu teor politico, a literatura como força de impacto na vida das pessoas, seja leitor ou escritor, a literatura como poder criador e destruidor. Bonito livro, acima de tudo instigante, que nos faz pensar a crítica e nos propoe a ter senso crítico
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Maria13268 18/03/2024

Vocabulário difícil
Goste da narrativa,mas achei o livro confuso!Confesso que me perdi algumas vezes!
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Crixtina 17/03/2024

A mais recôndita memória dos homens
?Topar com alguém silencioso, alguém verdadeiramente silencioso, sempre põe em questão o sentido ? a necessidade ? de nossa própria palavra, a qual subitamente questionamos se não é uma tagarelice maçante, uma borra da linguagem.?
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Amanda 17/03/2024

Um livro completo
Um livro completo e, para o meu gosto, perfeito.
Romance, suspense, terror, drama, comédia e surrealismo se misturam numa homenagem à literatura.
Repleto de referências à outras obras e escritores, vai lá no passado e vem passeando até o presente com pontos históricos e debates bem atuais.
Lotado de reflexões profundas que te obrigam não só a pensar na história, mas também em sua própria vida; passado, presente e futuro.

Mohamed te oferece a mão para te levar em uma caminhada doida, te pede pra confiar e seguir. Recomendo que se entregue e vá, será um belo passeio!
Carolina.Gomes 02/04/2024minha estante
Li outro livro, Amanda kkk




Hirata 16/03/2024

Emocionante, sensual e histórico
Uma leitura que me deixou bem surpresa. O livro possui muitas camadas e diversos momentos que não conseguia me desgrudar da narrativa eletrizante.

As referências históricas, em formato de relatos e memórias, é muito realista e tocante. Achei incrível como o autor consegue impor todos esses acontecimentos em apenas 400 páginas, diversas gerações são abordadas e muitos diálogos são necessários para que a história se conclua no final.

Senti que, algumas vezes, ficava perdida na narrativa, não sabia realmente quem era o narrador ou sobre quem estavam falando, até o final do capítulo. Mas mesmo assim, isso deu um toque emocionante, por imaginar um diálogo que não tinha muitas referências.

Foi uma leitura que me surpreendeu muito positivamente. Não esperava essa densidade de relatos, memórias e afeto entre os personagens, todos muito marcantes e característicos. Diégane, o principal, é muito profundo e conseguimos entender direitinho o que está pensando, o porquê de suas ações. Foi uma leitura eletrizante, principalmente a partir dos 25% do livro!
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Alexandra 26/02/2024

Nada que é humano é único
Um livro que versa sobre livros. Também discorre sobre a literatura, sobre seus desafios, seus vazios e divagações. Sobre colonização e colonizados. Sobre solidão e resgate. Sobre humanidade. São tantos os temas e os possíveis debates, que há certa incômodo em muitos momentos e dificuldade de entendimentos em outros tantos. Um bom livro. Vale conhecer.
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Vinicius 20/02/2024

A vida nos pertence precisamente quando escapa
Gosto quando um livro não entrega tudo na primeira leitura. Pelas diversas camadas que ele possui, sinto que uma releitura trará um outro olhar e novas descobertas desse grande mosaico-labirinto-quebra-cabeça, ao menos para mim...

Não lembro exatamente como cheguei ao livro, mas recomendo chegar assim, sem pretensão alguma, desconhecendo a história e aberto para explorar 400 páginas, ainda que algumas num ritmo mais lento. Por isso, caso goste de saber o mínimo possível, pare de ler a resenha aqui, pois comentarei sobre alguns temas, ainda que sem spoiler.

Um jovem escritor senegalês tem contato com um livro que muda radicalmente sua forma de ver o mundo, um divisor de águas. O impacto sobre o jovem faz com que ele inicie uma investigação em busca do autor TC Elimane, que não é visto há anos.

Essa jornada pela busca pelo autor é a própria metáfora da busca por si, por sua identidade e pelo sentido da escrita (da vida?).

"Cada um de nós deve encontrar sua pergunta. Por quê? Para obter uma resposta que desvelará o sentido de sua vida? Não: o sentido da vida só é desvelado no fim. Não buscamos a pergunta para descobrir o sentido da vida. Nós a buscamos para encarar o silêncio de uma pergunta pura e intratável. Uma pergunta que não contaria com nenhuma resposta. Uma pergunta cujo único objetivo seria lembrar àquele que a faz a porção enigmática que sua vida carrega".

Como o círculo de amigos do narrador é feito de escritores há diversas reflexões sobre o que os motiva, o que os faz se tornarem escritores e o que é ser um escritor africano vivendo em Paris. (Aqui me lembrei de um debate do livro A alma imoral sobre traição vs tradição)

"A criança que fomos sempre lançará um olhar decepcionado ou cruel sobre o adulto que nos tornamos, mesmo que esse adulto tenha realizado seus sonhos. Isso não significa que a idade adulta esteja, por natureza, condenada, ou seja falsa. Simplesmente, nada nunca corresponde a um ideal ou a um sonho de infância vivido em sua cândida intensidade. Tornar-se adulto é sempre uma infidelidade à nossa mais tenra idade. Mas aí reside toda a beleza da infância: ela existe para ser traída, e essa traição é a origem da nostalgia, o único sentimento que permite, talvez um dia, no outro extremo da vida, reencontrar a pureza da juventude".

Não devemos esperar um romance de investigação com pistas e soluções, mas sim ter contato com diversos relatos que se encaixam (ou não) para mostrar um pouco mais da figura misteriosa de Elimane.

Mohamed Mbougar Sarr entrega um livro riquíssimo, esculpido cuidadosamente em cada frase, que permite abertura de debates sobre escrita, racismo, colonização, decolonização, família, sociedade, vida...

"Você sabe: a colonização semeia nos colonizados a desolação, a morte, o caos. Mas ela também semeia neles - e esse é seu feito mais diabólico - o desejo de vir a ser o que os destruiu".

Pra mim o tema que costura todos os demais é a solidão, essa jornada única da nossa subjetividade, que é tanto a origem quanto o destino do nosso labirinto particular.

"E a verdade do coração de Madag, você se diz, a verdade de seu livro, é a história do último sacrifício de um homem: para alcançar o absoluto, ele mata sua memória".
Flávia Menezes 20/02/2024minha estante
Adorei a sua resenha, Vinicius. E estou intrigada agora com esse livro, que já vou procurar pra colocar na minha lista de leitura. Parabéns!


edu basílio 20/02/2024minha estante
wow. este é o vini: sucinto e lapidar. adorei sua resenha, que me deu inclusive vontade de ler o livro ??


Vinicius 21/02/2024minha estante
Curioso pra ler sua resenha, Flávia!

Leia sim, Edu. Não é um livro que agrada todos, mas você bem gosta destes né rs


edu basílio 21/02/2024minha estante
o escorpiano em mim adora uma polêmica rsrs


Marcelo 21/02/2024minha estante
Quero ler. Ouvi boas recomendações




Eduardo 18/02/2024

Trama e crítica muito bem feitas, mas prolixa demais...
Uma história muito intrigante de conflitos familiares e interpessoais, pessoais e sociais. Digamos que com vários "plot twists"!

Quando esperamos que tudo foi esclarecido e há mais o que contar, o autor traz uma nova trama, às vezes em linhas longínquas ao contexto predecessor.

Não dou nota máxima porque acredito que se perde no enredo nas últimas 150 páginas, tramas interessantes, mas desnecessárias que acabaram por tornar o livro cansativo e sem a magia vista na primeira parte, que nos prendia!

Recomendo, mas com ressalvas de possível abandono....

"A criança que fomos sempre lançará um olhar decepcionado ou cruel sobre o adulto que nos tornamos"
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Fernanda 15/02/2024

Clube do Livro Põe na Estante - Fevereiro de 2024
"Jamais tente dizer do que um grande livro fala..."
Esse trecho do livro resume o tal.
Comecei lendo sem saber nada sobre o livro, a história, obra escolhida pelo clube do livro... me surpreendeu, positivamente, muito! História foi tomando rumos não previsíveis, personagens interessantes, frases e reflexões emocionantes.
Recomendo muito, infelizmente caríssimo, mais de 100,00, triste...
Bônus: capa linda!
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