Bruno 05/03/2024
Infelizmente cringe
Eu queria muito poder vir aqui e falar que eu amei este livro. Mas, infelizmente, não seria sincero.
O livro não me conquistou, apesar de eu não ser exatamente o público-alvo, eu leio livros infantojuvenis (e até infantis) e gosto muito.
A leitura é fluída, com uma escrita boa e sem enrolações. Os capítulos são rápidos e o livro em si é pequeno.
Mas... achei a história rasa.
Me pareceu que quis agradar vários lados e não assumindo (e talvez não agradando) nenhum. Possui cenas quentes (mas sem nada explícito), alguns palavrões e termos mais adultos, ao mesmo tempo que tem cenas tão bobas que me deu vergonha alheia (como a Kitsune ficar deitada em posição fetal na soleira da porta esperando o Felix entrar, ou então rolar na grama e perseguir o próprio rabo e rosnar como um filhote, ou dizer que solta fogo "por outros lugares").
Inclusive, o livro tenta me vender que a protagonista é muito fofa, adorável e ingênua, porém, a maioria das cenas eu senti vergonha por ela, e no resto ela só me pareceu boba, e não fofa.
Não gostei muito do desenvolvimento dos personagens, nada cativantes, e alguns até sobram na trama. Diria até que achei alguns bem chatos (principalmente a Hana, que começa sofrendo por homem, e passa o livro se jogando pra cima de qualquer um que aparece). Queria alguma personagem forte, com personalidade, com camadas, mas até a personagem mais forte do livro, que possui um passado trágico e tudo mais, acaba implorando por amor (não que seja ruim, mas quando todos os personagens só querem pegar alguém ou serem amados, acaba ficando chato).
Algumas decisões, diálogos e facilitações não me soaram muito naturais. Senti alguns furos na história, como o fato de terem um aparelho de teletransporte mas ficarem andando de taxi (e também, com que dinheiro eles pagaram essas corridas, se nenhum dos dois tem dinheiro humano?). A conveniência de algumas cenas (como a do encontro no shopping, todo mundo já se conhecer, o Feliz contando toda missão e vida pro primeiro humano que encontra) deixou só um gosto de "é? tá bom...". Além de outras cenas que achei desnecessária (como o grupinho jogar Uno depois de fugir de um incêndio).
Senti falta da ficção científica com a fantasia. Pois, de fantasia tem poucos elementos em si (o planeta de fogo, que por sinal não foi explorado em praticamente nada, os aliens desse planeta e as experiências), e de ficção científica ficou limitado a tubos e canos "estéticos" no laboratório, um outro laboratório estilo "vampiro futurista", "vento espacial" e outros termos que podem ser ficção, mas passam longe de "científica". Aliás, eu diria que o livro é um romantasia. Foco no romancinho, com pitadas de fantasia.
O final da história foi no mínimo broxante. A Feronia era uma personagem com tanto potencial, inclusive a história dela no capítulo contado pelo Alaric eu gostei. Mas, a motivação da vingança e do final dela, achei fraco e sem propósito. Já o Alaric, não concordo com nenhuma decisão dele, entendo a motivação, mas achei o personagem um bund@ mole que não sabe o que realmente quer. E ele acabar indo para lá, por decisão do Sajmel, piorou ainda mais (ainda mais sabendo de tudo), não faz muito sentido (pra não dizer nenhum).
Senti que a autora quis dar um final feliz pra cada personagem, se apegando a todos. Mas sinto que a história pedia coisas diferentes.
Infelizmente para mim não desceu, mas torço que o livro encontre seu público.