Pacheco 25/10/2023
O melhor efeito rebote de todos os tempos.
Continuando a saga de ler e resenhar todos os cinco livros da série "Garotas em Quadra", aqui vai a vez do segundo, "Efeito Rebote", escrito pela Laura Vitelli.
Assim como disse sobre o anterior quando falei sobre ele, também já faz um tempo desde que comecei e terminei de ler essa história, sendo assim, a resenha está vindo com um tanto de atraso.
Novamente, o que por um lado é bom, já que tira todo o sentimento pós-leitura que ignora a racionalidade, dando lugar a emoção e euforia; por outro lado, como terminei hoje, às 17h43 da tarde de uma quarta-feira, dia 25 de outubro, o livro que fecha a série "Garotas em Quadra", existe em contrapartida toda a alegria e tristeza que só a despedida de uma das melhores experiências que já tive pode proporcionar.
Não sei como costumam ser suas experiências literárias, mas as minhas, apesar de serem boas a ponto de me considerar sortuda, ao atribuir esse peso a essa série pode ter certeza de que é porque tocou ainda mais fundo. São cinco jogadoras de basquete do time da faculdade, vivendo seus clichês que aquecem nossos corações e passando por dores que nos tocam e fazem com que queiramos poder cuidar delas até a dor ir embora e dar lugar a felicidade que tanto merecem.
Então, relembrando o que viram na resenha anterior e adiantando o que encontrarão nas próximas: aqui será um espaço coberto de elogios, preenchido do sentimento de alguém que encontrou um cantinho de conforto para recorrer sempre que preciso.
Em "Efeito Rebote" a autora dá continuidade a história das cinco garotas que, a princípio, pouco pareciam ter em comum, mas conforme vamos adentrando mais aos pensamentos, sentimentos e vivências da Leah, percebemos que há mais.
Leah, por exemplo, se dá tão bem com Scout acima até do quão se dá com as outras por certas similaridades que, apesar da Zangado do grupo não nos revelar ainda, sabemos que existe. E acaba sendo muito importante, de fato.
Mas focando em falar sobre o que encontramos aqui, temos o famoso romance entre pessoas que se odeiam. Do tipo que soltam tantas faíscas quando estão por perto que todos sabem que na linha tênue entre o ódio e amor, vai dar namoro. Só falta mesmo o Rodrigo Faro de fundo e o "ele gosta!", "demais!" tocando de algum lugar. Também há convivência forçada, quando por serem ambos capitães de seus times de basquete - ela das Red Fox e ele dos Red Tigers -, acabam precisando trabalhar juntos. Sendo tão opostos, já dá para imaginar que unido ao ódio que permeia seus dias, não será fácil. Leah é certinha, Kahel é festeiro e suas vidas fora da KSU são de realidades diferentes.
Ainda que nenhum privilégio apague as dificuldades que cada um passa.
A capitã das Red Fox é e a cada livro se provou mais o equilíbrio entre Scout e as outras. Ao mesmo tempo em que é fechada sobre sua vida pessoal e tem dificuldades de confiar nas pessoas, não é tão carrancuda ou contida sobre se aproximar das outras pessoas. Senti que com ela a questão não era sobre preferir a solidão à perda, mas sobre resguardar suas feridas e dedicar totalmente a garantir que sua irmã mais nova não venha a tê-las. Além disso, ela é a mãezona do time, não é à toa que todas a respeitam.
Kahel, por outro lado, tem essa liderança nata dentro de si, mas não a deixa aflorar, como um menino perdido que depois de anos esqueceu o caminho de casa. Então, se distrai com o que o diverte, as saídas, as bebedeiras e tudo mais. Nesse ponto, ele me lembra muito a Jo antes de reconhecer seus sentimentos. Além disso, ele não odeia Leah, não como ela o odeia, mas ele gosta dessa dinâmica que criaram a ponto de embarcar nela. Ele se diverte a provocando tanto quanto descobre gostar ainda mais quando feito de outra maneira.
As interações deles me ganharam demais porque ao mesmo tempo que nas palavras pareciam dar passos para trás, hesitando a uma aproximação, nos pensamentos se via o contrário. Especialmente Kahel, que em momento acha um absurdo alguém querer a beijar, mas não demora a se perguntar como seria fazer o mesmo.
Inclusive, amei o quão dedicado à ela, ao tempo dela, ele foi. É o mínimo, eu sei, mas como seres humanos erram e na falta de comunicação muito pode ficar subentendido, sendo certa ou errado, isso me agradou demais.
O problema que gera o que acontece no prólogo era uma teoria que eu tinha e acabei acertando. O que não me deixou mais tranquila, mas gerou cenas que, passado toda a parte dolorosa, aqueceu meu coração demais. Foi lindo ver o poder da amizade dessas cinco garotas.
Como sempre, em todos os livros, acima do romance, a amizade delas foi o ponto alto de tudo!
Mas claro, houveram outras coisas que gostei, como os integrantes da Casa do Vale. A Miranda, o Mav, o Seb… Eu leria fácil um livro deles, apesar de já sabermos o final feliz de um desses… E tem a irmã da Leah e também a do Kahel. Hailey é tão curiosa, divertida e a esperança que depositou na mãe foi tão lindo de se ver! A Lilly também, me diverti tanto com ela. Dá vontade de ler algo das duas também.
Quanto às meninas, Scout deu um arremesso certeiro garantindo de vez um lugar no meu coração, especialmente com todo o suporte que deu a Leah mesmo sendo a que fugia de amizades. Abby contra atacou de forma perfeita para não perder seu espaço, principalmente quando fez cropped para as meninas, sério, amei demais isso! Jo deu seu último lance no próprio livro dela, nem precisava de mais, já tinha todo meu amor, mas conquistou mais, é fato. E a Alex foi um belo amor por tabela mesmo, porque ela só disse que gostava da Gabriela de High School Musical e eu já tava aqui definindo que eu sou ela, ela sou eu e não há mais volta. Uma cena e confirmou o que eu já sabia.
E no fim, no arremesso para passar os últimos anos ilesos do amor, acabaram errando e passando a posse de seus corações um para o outro. Como Kahel disse, "o melhor efeito rebote de todos os tempos".