Leila 12/05/2024A tristeza dos anjos, do autor islandês Jón Kalman Stefánsson, promete mais uma vez conduzir seus leitores por uma jornada gélida e introspectiva, permeada pela crueza e beleza dos fiordes islandeses. Neste livro, somos apresentados novamente ao protagonista "Menino", aqui nomeado como Rapaz, de Paraíso e Inferno, que, desta vez, se aventura ao lado de um carteiro em uma missão de entrega de correspondências que se revela muito mais do que uma simples viagem.
A trama se desenrola quando o carteiro Jens chega à Aldeia, quase sem vida, onde é acolhido por Helga e pelo já conhecido rapaz, ambos personagens do livro anterior. Rapidamente, Jens precisa se recuperar para continuar sua jornada rumo aos distantes fiordes, uma tarefa que parece impossível sem a ajuda daquele que está habituado às adversidades marítimas. Assim, o rapaz decide acompanhá-lo nessa perigosa empreitada até os confins da Islândia, onde se inicia o inverno eterno.
Stefánsson, com sua prosa suave porém brutal, nos conduz por um cenário onde a dureza da natureza contrasta com a liberdade vertiginosa que a acompanha. A jornada dos protagonistas é mais do que uma simples entrega de cartas; é uma busca pelas raízes da própria vida, onde a tentação da morte se contrapõe à luz interior que todos carregamos.
Embora o livro mantenha a atmosfera marcante e a natureza como personagem central, para mim A tristeza dos anjos não possui o mesmo impacto que seu antecessor, Paraíso e Inferno. Achei a narrativa menos densa e envolvente. As nuances e os conflitos parecem menos potentes, o que tornou a leitura menos marcante.
Enfim, é um bom livro, mas não me animou a continuar lendo o autor, já me dei por satisfeita em conhecer sua escrita e creio que encerrarei por aqui e partirei para outros livros e autores que tenho a conhecer da minha estante.