spoiler visualizarLucy 22/07/2023
Foi empolgante. Mas não deixou o gostinho de quero mais.
Infelizmente, tenho que dizer que este segundo livro não foi tão divertido. O primeiro (que reli antes de prosseguir com a minha leitura) era engraçado por conta de toda a imprevisibilidade e o mal entendido na vida de Finlay. Tudo dava errado, mas acabava dando certo. Aqui só foi meio estúpido e inverossímil. Foi um livro ruim? Longe disso. Assim como o anterior, as páginas voam. E ele nunca pode ser considerado parado. Muita coisa acontece, porém, foi convenientemente bobo, ilógico e com um final que me surpreendeu. Não de uma forma positiva.
Finlay não evoluiu como personagem. Vamos ser sinceros: ela é uma péssima mãe, é irresponsável e age de uma forma que seria mais aceitável em uma adolescente, não em uma mãe divorciada de 32 anos. Sua insistência em salvar Steven não nos gera simpatia já que ele sempre foi (e sempre será) um canalha mentiroso. Porém, apesar dele ser um babaca com b maiúsculo, ele se mostra um bom pai. Finn permanece uma bagunça que sempre precisa ser ajudada pelos pais, pela irmã e pela babá para cuidar dos filhos. Ela permanece irresponsável com o trabalho. Steven é mostrado como um monstro arrogante por jogar na cara dela que ela precisa dele, mas ela mesma não faz muita coisa pra mudar isso. Se não fosse tudo que aconteceu no livro passado, Finn ainda estaria sendo bancada por ele enquanto escrevia livros medíocres. Não estou dizendo que isso o redime (eu o mataria de graça), mas tratá-la como coitada é um tanto absurdo.
O triângulo amoroso (e o romance em geral) não trás metade do charme de antes. Ambos são apagados, e achei a trama com Julian muito juvenil. Sem contar que não consigo engolir que Julian sabe de tudo que ela fez, e isso não lhe fez nem piscar. Nem questionar se ela é uma louca. Ele me parecia até muito suspeito, mas agora só o acho bobo e descartável, afinal, prefiro o homão que é Nick. Nick, que é onipresente, aparentemente, e que sempre resolve ignorar que Finn está SEMPRE envolvida em umas coisas muito estranhas. Só faria sentido Nick ignorar tanta red flag se, na verdade, ele fosse o vilão.
E vamos falar do vilão. Uma coisa legal no livro passado era o fato de todas as perguntas receberem a devida resposta. Aqui fica muito gancho para a continuação. E a revelação sobre a identidade da Exausta só faz sentido se baseando na primeira mensagem. A partir da segunda, não tem lógica nenhuma. Ou seja: foi péssima. Todo o desenrolar do mistério foi conveniente DEMAIS, mesmo se não levarmos a sério. É só botar uma peruca que você vira um camaleão? Sempre o cara que está a fim de você vai salvar tua pele ignorando todos os crimes que você comete? (E ela ainda diz que não precisa ser salva... enquanto é salva o livro todo). No geral, não foi tão divertido e as conveniências foram absurdas demais para serem plausíveis.
Como último ponto, Vero. Eu sei que a autora quer criar uma vibe de irmandade feminina com as amigas que estão lá pra tudo e que se amam e se ajudam. Mas... Não me desce que Finlay, simplesmente, deixou sua contadora perder todo o seu dinheiro (sem seu conhecimento, lembre-se) e ainda disse que lhe daria tudo mais que recebesse! Você é mãe, tem contas pra pagar, advogado pra contratar, carro pra consertar, mas vai dar todo seu dinheiro pra quem traiu sua confiança (e esconde coisas) por acreditar que foi por uma boa causa!? Sabe que o que ela fez se chama apropriação indébita e é um crime? E isso que ela nem é formada, então nem pode atuar como contadora... Enfim, pode parecer um crime pequeno diante de todo o resto, mas é confiança demais que jamais deveria ser incentivada ou elogiada. Finn está pedindo pra ser feita de idiota de novo.