A Horda

A Horda Gisela




Resenhas - A Horda


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Levy 23/11/2023

Livro de contos incríveis e imersivos
Mesmo já conhecendo a escrita de Gisela, fui tomado de surpresas e fascínios provindos de suas narrativas enquanto as lia.
As histórias que mais gostei foram: Urutau, O vampiro de Montparnasse, Fortaleza e Walpurgisnacht.
E as que criei um carinho especial: A chegada do Inverno, Summis Desiderantis e Merica.
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Tatyana Casarino 18/07/2023

Contos góticos versáteis e encantadores! Leitura que vale a pena!
Resenha do livro A Horda - Contos Errantes da escritora Gisela Biacchi.

Recebi o livro A Horda - Contos Errantes com imensa alegria. O recebimento de um livro da Gisela vai muito além da literatura, pois ela tem um jeito único de embalar e preparar mimos para o leitor. Amei o capricho e o carinho do pacote que incluiu um lindo cartão, brindes da Editora Medusa e um lindo marcador de páginas.
Com purpurinas, brindes, adesivos e um envelope que parece mágico, abrir um pacote de um livro da Gisela já é um acontecimento artístico e criativo por si só. Acredito que é muito importante elogiar também o modo de enviar um livro para o leitor, porque receber um livro em casa é o nosso primeiro contato com o universo mágico do autor.
A autora Gisela Biacchi escreve contos de suspense e é uma querida amiga de longa data. Acompanho o seu trabalho desde a publicação do livro “Contos de Fome e de Sangue”. O seu novo livro “A Horda” apresenta contos com um estilo bastante peculiar: o estilo literário neorromântico-gótico-simbolista.
Os contos são bem distribuídos e independentes. Logo, podem ser lidos na ordem mais desejada pelo leitor. Eu li os contos de forma aleatória e não na sequência dos capítulos, pois quis absorver cada narrativa mágica com calma durante o inverno. Todos os contos estão bem escritos, mas alguns conquistaram mais o meu coração de leitora.
É difícil escolher um conto favorito, pois muitos contos marcaram a minha leitura de maneira especial. Contudo, posso citar os contos que mais me agradaram: Batismo de Fogo, Fortaleza, Laço de Sangue, O Último Baile e Réstia de Luz.
O que mais me chamou a atenção nos contos da Gisela é o elemento “surpresa” dentro da vida dos personagens: os personagens são, geralmente, humildes e levam vidas pacatas até conhecerem o mundo extraordinário através de algum evento sinistro. Esta sequência narrativa do tédio dentro da vida comum do personagem até a emoção sinistra é bem representada e bem construída pela autora num cenário que conta com um ritmo adequado e qualidade na coesão do texto.
A autora desenvolveu mais os personagens, mostrando uma evolução na narrativa desde a publicação do seu primeiro livro de contos. Dentro da “Horda”, o leitor conhece melhor o contexto em que cada personagem vive, a sua personalidade, os seus anseios e até mesmo a sua linhagem ancestral. Esse desenvolvimento foi muito importante, pois a orfandade de alguns personagens, as frustrações e a presença da bruxaria na ancestralidade são algumas características centrais para o entendimento e a emoção transmitida por cada conto.
A autora é muito mais que uma escritora de contos góticos. E não estou falando da sua formação intelectual e tradicional na área do Direito, mas dos ofícios “mágicos” que ela desempenha na sua literatura: arqueologia e história. Ela mistura descobertas históricas, elementos esquecidos da cultura do nosso povo e tradições com ficção.
A impressão que eu tive é a de que a autora é uma “arqueóloga” literária que busca os elementos sinistros escondidos nas profundezas da nossa cultura. Nesse sentido, os seus contos, por mais que sejam sobrenaturais, deixam o leitor refletindo sobre a possível veracidade deles.
Sabe aquela história trágica que pode ter acontecido com o seu vizinho ou num passado longínquo e apagado dos livros de história? Os contos da Gisela deixam essa sensação de lenda misturada com veracidade, que carrega a mesma naturalidade de uma criança contando casos de terror para os amigos em volta da fogueira e a mesma qualidade profissional de um arqueólogo sério.
O seu estilo também vai muito além do gótico, pois tem traços do terror clássico, do suspense, do místico, do mistério e até mesmo da aventura. Vale lembrar que a cultura gaúcha marca o seu espaço dentro da literatura da autora muitas vezes. O estilo da Gisela é bem peculiar, tem valor íntegro e identidade única. Sendo assim, não é possível prender o seu modo de escrita em uma classificação simples ou num rótulo qualquer.
Confesso que não sou uma leitora amante do terror nem uma grande especialista neste gênero. Não gosto de filmes de terror nem dos livros do terror clássico. Mas, curiosamente, gostei dos contos da Gisela.
Então, qual o motivo da escrita desse tipo de terror e suspense gótico ter agradado a minha perspectiva de leitora? Bem, vários motivos explicam o fato da escrita da Gisela ter me conquistado:
*a escrita dela é elegante;
*o susto surge na hora certa;
*diferentemente dos filmes de terror sangrentos e deselegantes, os contos da Gisela estão submersos numa atmosfera gótica elegante e sedutora;
*a estética é agradável e harmônica (a estética é algo muito valorizado na literatura por mim);
*o terror é um elemento contextualizado dentro dos contos;
*o terror não é o único elemento e sempre está permeado por outros elementos bem versáteis;
*a parte sinistra do conto está bem elaborada e entrelaçada com revelações místicas, mágicas e sobrenaturais.
Allhallowtide, por exemplo, é um conto dentro da Horda que me fez gostar de terror e de levar susto de um jeito bem peculiar e divertido. Posso dizer que aprendi a gostar de terror com a Gisela, pois ela é muito talentosa e dona de uma escrita elegante.
Mas, para quem me conhece, é óbvio que eu gostei mais dos contos com traços místicos, simbólicos e metafóricos. Laço de sangue é um conto que reúne todos esses traços. Não foi por acaso que ele conseguiu uma boa classificação num concurso literário, pois ele é um dos melhores contos da Gisela.
Laço de sangue é um conto incrível que mistura simbolismo e fantasia, captando a alma feminina através de uma criativa metáfora sobre os ciclos internos que uma mulher atravessa desde a sua primeira menstruação até a menopausa. Como sou uma entusiasta aprendiz do misticismo e do sagrado feminino, esse conto me agradou muito.
Para quem gosta de uma linha mais mística e delicada, os contos “Batismo de fogo” e “Fortaleza” agradam bastante. Batismo de fogo representa a autenticidade da bruxaria ancestral enquanto “Fortaleza” demonstra um equilíbrio perfeito entre melancolia e resiliência.

Como eu já disse, é difícil escolher um conto favorito. Porém, curiosamente, posso afirmar que escolhi um favorito e vou revelar a minha preferência no final desta resenha. O meu conto favorito é o mais diferente do livro, considerando a construção da linha narrativa: Réstia de Luz.
Escolher um conto favorito é questão de gosto e vai muito além de qualquer crítica especializada em qualidade literária. É óbvio que eu escolheria este conto com base nas minhas paixões pessoais, as quais envolvem anjos, teologia, filosofia, estudo das religiões, esoterismo e batalhas entre o bem e o mal.
Contudo, analisando este conto além das minhas paixões, também acredito que ele carrega grande qualidade literária e grande valor dentro da Horda. É um conto bem escrito, dinâmico, surpreendente e que tem boa coesão. Os motivos por trás das ações do personagem são bem contextualizados e profundos. Existe harmonia entre os elementos textuais e tudo se encaixa perfeitamente nesse conto.
O conto retrata um anjo caído que, por mais que seja um “vilão” para os olhares comuns, não deixa de carregar um pouco da humanidade de cada leitor. O conto é moderno e possui um ambiente solar, brasileiro e tropical como pano de fundo (a incrível cidade de Florianópolis) diferentemente de outros contos da Gisela que exalam a frieza melancólica do inverno e a inspiração na cultura europeia.
A modernidade do conto e o cenário paradisíaco estão unidos com as raízes clássicas das histórias sobre a origem do ser humano e dos anjos, retratando vários contrastes, incluindo o que existe entre o mundo celestial e o mundo profano.
Réstia de Luz me tocou profundamente. Por um instante, eu me identifiquei com Ferus. Não pelo sadismo dele, mas pelo cansaço em fazer o bem. A noite escura da alma atravessada pelo personagem talvez seja a mais profunda provação espiritual representada dentro de um conto gótico.
Não sei se a autora tinha alguma intenção de levar reflexões esotéricas e morais, pois a linha literária dela é diferente da minha (e eu sei que a escrita dela é mais gótica do que mística). Entretanto, esse conto de Ferus transmitiu insights espirituais em mim que chegam a ser mais profundos do que os livros místicos que eu costumo ler.
Amei a ironia do personagem e todas as mensagens ocultas nas entrelinhas. O que levou o personagem Ferus a ser malvado está bem explicado, “costurado” e coeso dentro da narrativa. No fundo, todo ser humano que busca o bem e a luz tem uma sombra parecida com a de Ferus: a sombra da fadiga espiritual, do cansaço e da desilusão que enlouquecem a alma no mundo profano enquanto ela sonha com a alegria celestial.
Gosto de perceber que a escrita da Gisela ultrapassa a linha maniqueísta que divide o bem e o mal em rótulos definidos. Os seus personagens mais sombrios carregam uma luz sinistra.
A sombra egoísta e sádica de Ferus no mundo profano é apenas o outro lado da sua luz generosa e serviçal no ambiente celestial, assim como as gêmeas Circe e Selene de Allhallowtide são mais doentias do que más. E isto é o mais fascinante na literatura gótica: a percepção de que sombra e luz estão mais unidas do que os mortais comuns pensam.

Resenha escrita por Tatyana Casarino.


site: https://poetisataty.blogspot.com/2023/07/resenha-do-livro-horda-contos-errantes.html
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Diovana.Krauchemberg 12/07/2023

Ótimos contos!
Um livro recheado de contos, alguns góticos, alguns nórdicos, alguns com folclore mas todos ótimos.
A Gisela escreve de uma forma clara e simples contando muito bem as suas histórias.
Meus contos favoritos foram:
A chegada do inverno, O vampiro de Montparnasse, Batismo de fogo, A gula, Merica, Allhalliwtide e Réstia de Luz.
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Bru | @umoceanodehistorias 19/06/2023

Contos impecáveis
A horda – Contos errantes, como o nome diz, é um livro de contos, todos escritos pela Gisela Biacchi.

Ao todo, o livro é composto por 22 contos divididos em 4 partes: Lendários, Enfeitiçados, Imortais e Surreais. Como todo livro de contos que lemos, alguns se destacam mais que outros. Alguns ficamos curiosos para saber mais, outros são perfeitos com as poucas páginas que têm.

Da primeira parte (Lendários), meu conto preferido foi “Urutau”, que vai falar sobre uma criatura que protege a natureza contra a ação humana. Gostaria que essa criatura existisse. Ainda nessa primeira parte, também é um destaque “O vampiro de Montparnasse”, que é baseado em fatos, e chega a ser cômico de tão trágico. A última fala é algo que não vou me esquecer tão cedo.

Da segunda parte (Enfeitiçados) gostei muito de “Laços de s4ngu3”, um conto que fala sobre os laços de duas pessoas que nasceram separadas. Esse é um conto que gostaria de mais desenvolvimento. Acho que ele daria um livro muito bom.

Todos os contos da terceira parte (Imortais) são muito bons. Confesso que não consigo escolher um favorito, mas, destacaria “A gula”, que é um conto curto e que foi completo, no meu ponto de vista.

Por fim, a quarta parte (Surreais) tem o meu conto favorito do livro: “Mérica”. Neste conto temos a história de uma jovem italiana, que não sabia ler ou escrever. Ela vivia com muitos irmãos e um deles sempre lhe falou de um panfleto – onde lia-se “Mérica” – que era um lugar bom para morar. Esse conto vai falar sobre a força da mulher e como ela não pode se rebaixar, mas, também, sobre como é importante o ler. Mereceu ser semifinalista de um concurso internacional.

Como vocês puderam perceber, A horda é um livro composto por contos muito bons e que eu recomendo a leitura.

Vale a pena dizer que a edição é muito bonita também, com detalhes que melhoram a experiência de leitura.

site: https://www.instagram.com/p/CthpHRhvN2s/
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Grazi Gomes 04/05/2023

Uma horda de contos extraordinários!
"A Horda - Contos Errantes" é um livro fascinante que oferece uma experiência de leitura imersiva e emocionante. Dividido em quatro partes distintas: Lendários, Enfeitiçados, Surreais e Imortais - o livro apresenta uma coleção de contos neo-góticos que exploram lendas e mitos de várias partes do mundo.

A autora habilmente cria um cenário misterioso e sedutor que transporta o leitor para um universo de fantasia e magia. A escrita é cativante, imersiva e envolvente, com uma descrição detalhada dos personagens e do ambiente que os cercam. Cada história é única e surpreendente, com reviravoltas inesperadas e momentos intensos.

O livro explora lendas do Brasil e do mundo, e é impressionante a forma como a autora consegue adaptar e converter esses mitos para um contexto contemporâneo, sem perder o elemento fundamental da história original. A mistura de elementos da cultura popular com elementos sobrenaturais e fantásticos cria uma atmosfera envolvente.
"A Horda - Contos Errantes" é um livro que certamente vai agradar aos fãs do gênero neo-gótico e aos amantes de contos de terror e fantasia.
É uma leitura emocionante que irá prender o leitor do início ao fim. Altamente recomendado!

site: www.consultoriamedusa.com
Marcelo 23/05/2023minha estante
Coletânea de contos A Horda, da gaúcha Gisela Biachi, natural de Santa Maria,
que se dedica à temática gótica. Misturando vampiros em diversas abordagens e ambientes e também mitologia nórdica. A surpresa fica por conta dos elementos brasileiros, tradição e folclore sendo surpreendentemente colocados ao lado das criaturas sobrenaturais, por vezes bem reais.
E o livro começa muito bem com a A noite longa, um mito indígena-diluviano. A personagem: o
Mboitatá, normalmente visto como assombração mas, aqui, revelado como o Ser que propicia o
retorno à vida e à normalidade da comunidade.
Talvez você goste de partir dos pampas gaúchos num vôo direto para as montanhas nórdicas no
rabo da cobra Boiguaçu e pousar em Folkvangar, observando Freya, a governante local, em sua árdua tarefa de administrar seu reino.
Menos mítico, talvez? Então revisite a história em O Vampiro de Montparnasse. Cuidando do
estômago, que fique avisado. Menos mítico, mas o vampiro está lá, em carne, osso e dentes.
E essa é só uma parte da primeira subdivisão do livro, Lendários. Há ainda outras três: Enfeitiçados,Imortais e Surrreais. Viaje por eles e busque as conexões que dão a liga do l ivro.
E por falar em livro, que edição bem cuidada! Da capa à contra-capa. Requintes gráficos encimando cada conto, sub-divisões dos capítulos em estilo gótico e um capricho que recomenda, e muito, a Editora Medusa para quem tem pretensões literárias.
Voltando aos seres.
Vampirismo também está presente em O ocaso do Amor, talvez para nos dar conta de que a literatura gótica, por mais imaginativa que seja, tem por inspiração nossas relações, sociais, familiares ou amorosas.
E o que dizesr da literalmente diabólica Réstia de Luz, onde, outra vez, o lado sombrio dos homens se mostra cru e cruel
Muita criatividade e conhecimento, estudo das diversas vertentes do gótico e um domínio fino da
língua. Gisela sabe o que faz e onde pisa, não dando chance alguma aos sugadores da energia alheia.
Apesar de alguns spoilers, leiam. Há muito mais nessa coletânea para nos assombrar e encantar,
seja em Devon, na imperial Rio de Janeiro ou na mítica Folkvangar.




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