fabidb 18/12/2023
Engraçadinho, mas sem graça
Quero começar dizendo que esse livro não é um enemies to lovers, é no máximo um más impressões to lovers. Mitch se porta como um bicho a maior parte do tempo, cara fechada, poucas palavras, e a autora faz questão de descrever ele alto, forte, tatuado e cabeludo (ela usa muito o adjetivo hairy, não consigo não imaginar ele como um Tony Ramos descolado). Então, realmente, ninguém iria querer ser próxima dele no início. Mas não há nenhuma grande briga, dificuldade ou problema que façam Andy e Mitch serem inimigos.
Daí tem a história em si, que é bem sem sal. Não acho que a forma como trauma e luto são trabalhadas na história fazem muito sentido. Tudo parece muito prático, considerando que Mitch passou por situações duras, e Noah, o irmão de Andy, teve uma perda muito recente e é só um adolescente tentando se adaptar. As soluções apresentadas pela autora parecem saídas de um livro de auto ajuda, são todas toscas.
O conflito é fraco, uma coisa que todo mundo poderia apenas ter dado de ombros, feito umas press conference e já foi.
Até a relação deles é meia boca. As partes divertidas sempre partem de Andy, que sabe o que quer e é quem mais age dentro da história, enquanto Mitch só grunhi (sério, o homem não fala, ele grunhi, o livro TODO).
Fraquinho, só serviu pra eu bater minha meta de leitura do ano.