Colonialismo Digital

Colonialismo Digital Deivison Faustino...




Resenhas - Colonialismo Digital


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Oesttreiichh 24/05/2023

Livro fundamental e necessário para entender nossa época!
Na obra os autores buscam evidenciar as relações, nem sempre evidentes, entre o grande capital e concentração do conhecimento e da produção das ferramentas tecnológicas que estão influenciando nossa vida no dia a dia. Das redes sociais à indústria e mídia, o grande capital estende seus tentáculos sobre a produção de consenso e na produção exclusiva da tecnologia da informação com base na exploração de dezena de milhares de trabalhadores precarizados (os clickworkers), sem contar nos indiretos (como usuário comum que ajuda a refinar a assertividade das ditas 'inteligências artificiais).

Além disso, as plataformas de tecnologia tendem a ser um espelho da sociedade em que vivemos. Para tanto, reflete em seu seio as violências e os preconceitos existentes em nossa sociabilidade. Assim como não existe "ciência Neutra", o mesmo vale para a ciência de dados, programação e TI.. Racismo, xenofobia, misoginia, exploração e um abismo entre o acesso e domínio dos conglomerados de informação e a população comum. Assim como entre os trabalhadores e o grande capital.

O colonialismo invade o campo da tecnologia. E atualmente vivemos o período de "acumulação primitiva de dados".. Os dados, que são a nova commodity, o novo 'petróleo' é explorado por grandes blocos de capital que enriquecem enquanto se apropriam de todo tipo de dados - incluindo os biodados (vide os wearables que ano param de ser lançados; monitorando sono, ciclo menstrual, batimentos cardíacos e etc) - para refinar cada vez mais a capacidade de influenciar nossas vidas mediante 'micro-targeting' no nível mais básico, e/ou influenciar eleições e decisões coletivas. (vide o modelo Bannon de influencia utilizado nas eleições americanas, Brexit e até no Brasil recente)

E o que Fanon tem haver com isso?

Franz Fanon durante o processo revolucionário argelino, estabeleceu as bases de um pensamento decolonial autônomo com uma práxis voltada para a utilização e apropriação das armas do colonizador contra ele mesmo.

Fanon nos legou o entendimento de que precisamos não fugir das ferramentas de opressão - em especial as tecnológicas, mas aprender a utilizá-las a nosso favor. Desse modo, urge a necessidade de os trabalhadores, as esquerdas e demais interessados num mundo livre de grilhões e da exploração. Para de negar a importância das redes sociais, da tecnologia da informação e se apropriar delas.

Os autores transitam de maneira muito fluída entre várias linhas de pensamento de Marx a Fanon, de Assange a Han e shoshana zUboff. Passando por autores e pesquisadores brasileiros importantíssimos sobre o tema como: Sérgio Amadeu, Tarcísio Silva e Karina Menezes

Hack ético, humanização das tecnologias.. Formação política e ético/moral dos programadores e mais importante, formação de um novo tipo de especialista em tecnologia. Urge a necessidade da abertura de um novo fronte na disputa de classes.

Tanto Walter, como Deivison são pesquisadores de ponta no assunto e abrem uma janela de pesquisa e estudos muito importante.
O livro é, e provavelmente será, a porta de entrada para uma série de estudos nesta linha.

Obra Seminal e muito necessária.
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Rodrigo Leão 03/08/2023

Muito bom
Quais são os impactos das tecnologias em nossa sociedade? Que consequências enfrentamos com a concentração das principais ferramentas tecnológicas que regem a vida de milhões de pessoas no domínio de um punhado de empresas estadunidenses? De que maneira é possível relacionar algoritmos a racismo, misoginia e outras formas de violência e opressão?
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Leitor Subversivo 24/04/2024

Uma critica e análise robusta sobre a tecnologia suas implicações ético políticas e o papel predatório das Big tech numa pespectiva Marxista mas que diálogo bem com os pós estruturalistas
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gxbrielfonte 13/01/2024

Pra quem gosta de Fanon, tecnologia e privacidade digital
Texto incrível que faz articulações com tantas coisas que é difícil resumir. Desde monopólio de dados a partir de big techs, passando por Fanon, necropolítica, fabricalização da cidade, colonização do tempo, dentre outras elocubrações. Propõe o hacktivismo e a apropriação das tecnologias de forma anticolonial ajudando na organização da classe trabalhadora, a exemplo dos trabalhadores sindicalizados da Amazon e dos movimentos dos entregadores antifascistas.
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