Colonialismo Digital

Colonialismo Digital Deivison Faustino...


Compartilhe


Colonialismo Digital (Estado de Sítio)


Por uma crítica hacker-fanoniana




Quais são os impactos das tecnologias em nossa sociedade? Que consequências enfrentamos com a concentração das principais ferramentas tecnológicas que regem a vida de milhões de pessoas no domínio de um punhado de empresas estadunidenses? De que maneira é possível relacionar algoritmos a racismo, misoginia e outras formas de violência e opressão?

Em Colonialismo digital: por uma crítica hacker-fanoniana, Deivison Faustino e Walter Lippold entrelaçam tecnologia e ciências humanas, apresentando um debate provocador sobre diferentes assuntos de nossa era. Inteligência artificial, internet das coisas, soberania digital, racismo algorítmico, big data, indústrias 4.0 e 5.0, segurança digital, software livre e valor da informação são alguns dos temas abordados.

A obra se inicia com um debate histórico e conceitual sobre o dilema das redes e a atualidade do colonialismo para, em seguida, discutir as expressões “colonialismo digital” e “racismo algorítmico”. Ao fim, apresenta uma reflexão sobre os possíveis caminhos a seguir, partindo das encruzilhadas teóricas e políticas entre o hacktivismo anticapitalista e o pensamento antirracista radical. Para discutir a relação dialética entre tecnologia, dominação e desigualdade e propor pautas fundamentais a movimentos sociais, os autores dispõem, ao longo da obra, da contribuição de intelectuais como Frantz Fanon, Karl Marx, Julian Assange, Shoshana Zuboff, Byung-Chul Han, Marcos Dantas, entre outros.

A edição conta, ainda, com a colaboração de referências no debate nacional: a apresentação é de Sergio Amadeu, especialista em software livre e inclusão digital no Brasil; e o texto de orelha é de Tarcízio Silva, pesquisador e um dos maiores nomes do hacktivismo brasileiro.



TRECHOS:

“O ‘velho’ capitalismo foi e continua sendo irremediavelmente permeado pelo racismo, pelo sexismo, pela transfobia, pelo antropocentrismo especista etc. Neste cenário, a velha racialização colonial, que marca a atual reprodução social, condiciona a emergência do chamado racismo algorítmico, fenômeno que, como veremos, influi tanto sobre a divisão social do trabalho e do acesso às tecnologias disponíveis quanto sobre os desenhos tecnológicos e sua capacidade de promoção de vida ou de morte.”

“É necessário alertar para certa colonização da vida pelas máquinas e pelos algoritmos, mas a pergunta que as pessoas nem sempre se fazem é: quem domina quem? Se a máquina domina o humano, ainda que por meio de uma servidão voluntária, quem domina a máquina? Em outras palavras, se algoritmos macabros colonizam nosso cotidiano para captar dados e induzir nosso comportamento e nossa subjetividade, com que razão o fazem? Será correto atribuir razão e, portanto, status de sujeito ao algoritmo quando ele próprio é programado por alguém com vistas à obtenção de determinados resultados?”

“As novas tecnologias informacionais são a tônica de nosso velho e admirável mundo novo. Um mundo real onde tudo muda a velocidades crescentes, mas muda para intensificar e diversificar as velhas formas de produção e extração de mais-valor. As promessas de um capitalismo informacional ou imaterial, cidades inteligentes, smarthouses e trabalho em casa, tudo pervasivamente ligado a uma internet das coisas (IoT – internet of things), na verdade nos permitiram morar no trabalho e/ou em um shopping supostamente metavirtual, onde a vida vai sendo, cada vez mais, convertida em uma entediante e fungível coleção de mercadorias.”

Comunicação / Ensaios / História / Informática e Tecnologia / Internet / Não-ficção / Política / Sociologia

Edições (1)

ver mais
Colonialismo Digital

Similares

(7) ver mais
Colonialismo Digital
A Cultura é Livre
Colonialismo de dados
O valor da informação

Resenhas para Colonialismo Digital (4)

ver mais
Livro fundamental e necessário para entender nossa época!
on 24/5/23


Na obra os autores buscam evidenciar as relações, nem sempre evidentes, entre o grande capital e concentração do conhecimento e da produção das ferramentas tecnológicas que estão influenciando nossa vida no dia a dia. Das redes sociais à indústria e mídia, o grande capital estende seus tentáculos sobre a produção de consenso e na produção exclusiva da tecnologia da informação com base na exploração de dezena de milhares de trabalhadores precarizados (os clickworkers), sem contar nos in... leia mais

Estatísticas

Desejam13
Trocam
Informações não disponíveis
Avaliações 4.6 / 14
5
ranking 57
57%
4
ranking 43
43%
3
ranking 0
0%
2
ranking 0
0%
1
ranking 0
0%

45%

55%

Oesttreiichh
cadastrou em:
24/05/2023 15:21:26
marcooscaioo
editou em:
17/02/2024 07:12:09

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR