Resenhas - Cultos: A Linguagem do Fanatismo

Marcelo 27/12/2023

Resenha publicada no Booksgram @cellobooks ?
O título por sí só já é bastante atrativo: "Cultos: A Linguagem do Fanatismo". Investiga o fascínio, a assustadora natureza e o poder dos cultos. A autora foca sua investigação nas linguagens empregadas por líderes de cultos, explorando o que leva as pessoas a aderirem a movimentos macabros como os de Jim Jones, Charles Manson e Heaven?s Gate. O texto abrange uma ampla variedade de cultos, desde os notórios até os mais inusitados, como o "culto da Air Fryer," fornecendo uma visão abrangente e esclarecedora sobre o tema.

Além de uma obra investigativa, o livro atua também como um guia, ensinando a identificar características de cultos e seitas, alertando sobre os perigos associados a essas organizações. Com base em casos reais e pesquisas aprofundadas, o livro oferece insights valiosos para evitar golpes e manipulações propostas por esses grupos, promovendo conscientização e prevenção.

Apesar da seriedade do tema, Amanda Montell apresenta a narrativa de forma envolvente e acessível, equilibrando o conteúdo denso com um humor ácido. O livro não apenas explora cultos do passado, como Jonestown, mas também destaca o surgimento de novos cultos impulsionados pela internet. A autora deixa claro que nem todo culto é negativo ou prejudicial, mas partem da mesma base do ?nos x eles?, do fato de um conhecimento acessível apenas para quem é do grupo, a veneração de valores do grupo e muitas vezes também de seu fundador. Nessa linha a autora investiga o sucesso de empresas de Marketing Multinível como Avon, Amway, Mary Kay, Herbalife, etc... e Também o Crossfit e a SoulCycle, considerados pela autora como uma seita fitness
Além disso, o autor fornece uma "galeria macabra" de indicações, incluindo filmes, séries e documentários, aprofundando ainda mais o conhecimento sobre o tema.

Clarissa 23/12/2023

Para quem gosta do tema, esse livro é uma delicinha. A escrita é muito fluida e simples. A autora faz uma análise de como vários "movimentos" podem ser tidos como espécie de cultos, em razão principalmente da linguagem que utilizam. Os pontos que ela apresenta indicam que é muito fácil qualquer pessoa cair em algum culto sem perceber e que isso não tem nada a ver com a inteligência ou grau de instrução de cada um. O único ponto problemático pra mim foi que em alguns momentos a autora quase caiu na intolerância religiosa, mas acho que ela contornou bem a situação, embora isso possa incomodar algumas pessoas.

Soipaz 14/12/2023

Ótima leitura
Ótima leitura e muito informativa, Amanda nos conduz a uma reflexão muito bem fundamentada de como estamos cultuando algo, muitas vezes sem nem perceber. Terminei a leitura lembrando de um provérbio (ela explica o surgimento dos provérbios também) "Seja ao diabo ou seja a Deus, um dia você vai servir a alguém".

Victoria (Vic) 10/12/2023

Eu ADORO esse tema de cultos e seitas então estava ansiosa pra ler esse livro. Apesar de ser interessante as explicações sobre a linguagem dos cultos, eu preferia um livro que fosse mais focado na história de cada culto, tema que eu acho super interessante.

Manuella54 29/11/2023

Cultos
Este livro apresenta uma linguagem de fácil compreensão, e logo nos primeiros capítulos, a sensação de compreensão plena do tema se instala. Surgiu a dúvida se valeria a pena continuar a leitura, mas a compreensão trouxe consigo uma crescente consciencialização. Rapidamente, comecei a identificar o cultismo em situações cotidianas, aprofundando meu interesse nas diversas experiências e referências narradas. É uma obra que desafia a mente, proporcionando reflexões profundas sobre o tema. Recomendo a leitura para aqueles que buscam uma experiência enriquecedora.

Giovanna1624 17/09/2023

Cultos: um livro sobre a linguagem e a sociedade
Um mergulho delicioso no mundo da linguagem! Livro extremamente esclarecedor que abre a mente sobre como a comunicação tem um papel crucial na nossa vida em comunidade.

Nele analisamos diversos grupos ?cultistas?, sua forma de se comunicar e até onde isso se reflete no nosso dia a dia.

Cada capítulo mostra um aspecto diferente de como a linguagem faz com que a gente se sinta parte de um grupo, bem como o lado bom e ruim desses grupos.

Interessantíssimo pra quem gosta de comunicação, política, religião e tem cabeça aberta para analisar as similaridades entre os movimentos benéficos e maléficos que se envolvem com esses temas.

Juju 26/07/2023

Mas afinal, o que são cultos?
A palavra cultos quase sempre nos remete a algo ruim, perigoso. Mas a verdade é que ao longo dos séculos o sentido da palavra foi sendo modificado e até nós não podemos definir com precisão o que são de fato os cultos, uma vez que eles se adequam constantemente às mudanças da nossa sociedade e, portanto, estão sempre em evolução. No entanto, os seres humanos por natureza são seres "cultistas", gregários. Muito no sentido de que estamos sempre procurando nos encaixar em um grupo, pertencer, fazer parte, compartilhar ideais ou interesses com semelhantes. Possuímos dentro de nós uma necessidade de encontrar a própria identidade e por vezes essa busca nos coloca em crise, de modo que este pode ser um processo difícil e que nos deixa perdidos em meio a um turbilhão de infinitas possibilidades em um mundo tão vasto e tecnológico logo, fazer parte de um culto pode oferecer um norte, uma direção. Sendo assim, cultos não são necessariamente perigosos ou nocivos, na verdade, muitos grupos que conhecemos hoje podem se configurar como cultos, como por exemplo as academias com seus jargões e rotinas estipuladas. Mas é justamente a partir da linguagem de que se utilizam que podem ser capazes de convencer, conquistar e até manipular pessoas se assim desejarem. E é a partir dessa noção que Amanda Montell, linguista experiente, irá nos conduzir por uma valiosa e importantíssima jornada a fim de compreender como essa linguagem tão única pode ser moldada e explorada para todo o tipo de objetivo, desde ajudar pessoas e transformar suas vidas para o bem, até para convencê-las a cometer os mais brutais tipos de atrocidades como atos de violências, suicídio e assassinato.

Amanda Montell é uma escritora, pesquisadora e linguista americana que vem ganhando notoriedade, ela tem até mesmo um contrato com a FX para a adaptação de um seus grandes sucessos: um guia feminista! Em Cultos, o objetivo da autora é desmistificar tudo o que conhecemos sobre essas peculiares estruturas sociais e deste modo nos ensinar a respeitar as pessoas que fazem parte deles, compreender suas motivações, afinal, eles não são idiotas ou acéfalos como muita gente - a maioria - acredita por aí. Acredito que é um livro que todos deveriam ter a oportunidade de ler em algum momento da vida, porque eu mesma aprendi muita coisa de que não fazia ideia, principalmente fiquei com vergonha da minha ignorância e do meu egoísmo, porque ao escolher priorizar e ouvir a voz do meu preconceito me tornei incapaz de nutrir empatia e ter um raciocínio crítico sobre tudo o que envolve os cultos/seitas. É fácil você julgar e condenar os indivíduos que, por exemplo, perderam suas vidas na tragédia de Jonestown ou os séquitos da Família Manson que cometeram assassinatos terríveis em nome de um líder excêntrico. E parte do motivo pelo qual tememos tanto os cultos se dá porque apenas os nocivos ganham uma espécie de notoriedade, a gente não ouve muito falar daqueles que não fazem mal a ninguém ou até auxiliam em alguma coisa. Mas você já parou para pensar que as academias, as redes sociais e até mesmo aquele seu clube do livro online podem se configurar como cultos? E tendo como isso base então, por quê é que alguns se tornam ruins e outros não? Seus seguidores são tão alienados, sofreram tamanha "lavagem cerebral" (expressão que você vai aprender a condenar após ler esse livro) que simplesmente não conseguem mais se desvincular? Por trás de tudo isso, das aparências, das regras e das polêmicas existe um conjunto de elementos extremamente complexos e intimamente ligados à linguagem que permitem, ou melhor, criam o território perfeito para que práticas nocivas se perpetuem, e as pessoas que estão ali muitas vezes não buscam fazer o mal, elas apenas precisam encontrar um propósito. Só que a partir do momento em que esse propósito começa a tomar conta da sua vida, te isola das pessoas e da sua própria realidade, não permite que você faça escolhas ou questione, tenha um pensamento crítico, bem... Aí estamos falando de um culto nocivo! E o mais legal sobre essa obra em específico é que você vai aprender a identificar os fatores que compõem grupos assim, para não se tornar mais uma vítima. Uma leitura que teria tudo para ser bastante densa e talvez até cansativa, é extremamente viciante e acessível, permeada pelo bom humor e toques sarcásticos de uma autora maravilhosa. Eu recomendo esse livro para todo mundo!