A febre

A febre Marcelo Ferroni




Resenhas - A febre


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Luciana 09/12/2023

É esse não funcionou para mim.

Começa bacana, Marco indo cuidar do pai. E no decorrer das lembranças de Marcos vamos sabendo um pouco mais da sua história e toda a família. Cria-se uma atmosfera sobrenatural que gera curiosidade, depois chega o irmão Cláudio, um cara nojento. Para o final temos a visão de parte da história da família na visão de Joana. Exatamente aí você pensa que teremos o ápice para fechar a história, só que...

Um ponto positivo é que Marco começa teoricamente como um personagem legal e se torna totalmente cinza no decorrer da história.

Agora sinceramente, achei o sobrenatural usado só para fazer balbúrdia e Marco ficar com medo e ter lembranças fraco, até porque aconteceu também com pessoas não envolvidas na sujeira toda, então estavam ali somente por estar. Talvez tenha esperado uma situação de tensão e perturbação maior. Achei muito mais válido e com sentido Joana e a mãe.
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MMaralto 17/01/2024

1) A história de um modo geral gira em torno de explorar os fantasmas de um passado não tão distante. O autor passeia pelas feridas da sociedade brasileira através dos Soares lobos, uma família tradicional totalmente disfuncional mas que são o modelo do que é visto de fora como " pessoas de bem"
2) gostei muito do uso do "sub- gênero" de casa assombrado pra trabalhar a questão dos fantasmas, e consequentemente, as questões e críticas sobre a política Brasil
3) O maior problema é do meio pro final: cadê a história? Tem muita construção se personagem pra pouca trama, as últimas 50 páginas parecem que não chegam a lugar nenhum.
4) De uma modo geral, vale a leitura. Um livro curto, rápido, muito atual e que serve pra reflexão. Mas não é um livro pra quem busca uma leitura com muitos acontecimentos ou uma trama muito desenvolvida
5) recomendo pra quem gosta de terror social/ pós- horror
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adrianlendo 14/01/2024

Há algo de extraordinário na maneira como esse livro consegue ser sufocante e, ao mesmo tempo, como ele consegue prender o leitor na narrativa fazendo com que só seja possível parar de ler ao terminar a história.

A progressão com que os personagens e a sanidade deles vão se desfazendo ao longo do livro fazem com que a narrativa construída por Ferroni aqui soe como uma faca próxima à garganta da qual não se pode escapar mesmo querendo, mas, de alguma forma, não queremos isso.

Queremos mais e mais. Não importa quantos traumas sejam trazidos, o quão estranho tido fique, o quão desconfortável o que acontece nessa história faça com que fiquemos, ainda sim estamos presos em uma relação de presa e predador onde ela, como predadora, consegue nos trazer, como presas, cada vez mais para perto.

Incrível, confuso no início e estranho no final, mas incrível.
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Lasse_ 24/03/2024

Terror sem terror
É um livro bastante interessante, mas que tem muita introdução e pouca conclusão, quase nenhum desenvolvimento. Como terror, não funcionou pra mim. Usando o subgênero de casa mal assombrada, o autor faz uma subversão nesse gênero ao fazer com que os fantasmas existam apenas na memória e na percepção individual dos personagens, quase que apenas como um reflexo de uma consciência pesada. Tudo muito interessante, mas pouco assustador ou inquietante. Talvez tenha faltado uma sensibilidade maior na hora de criar a tensão, as coisas acontecem espalhafatosamente, criam uma tensão pelo personagem mais pela completa ineptitude do Marco do que por qualquer outra coisa. Fantasmas aparecem brevemente para lembrar que a casa é um lugar terrível, assim como a sua consciência, mas não reduzem os personagens à paralisia pelo medo inelutável daquilo que se encontra no corredor.

Isso dito, o que torna o livro interessante é a premissa e o jeito que ela é introduzida, pois várias reflexões são suscitadas no desenvolvimento do pano de fundo da família. O avô, espécie de patriarca, era um letrado integralista, autor de um livro chamado "A Febre", sobre uma família corroída pela prole comunista. O pai, fortemente autoritário, está mal com alguma fatídica doença, e o filho Marco, resignado e conformado, vai cuidar dele. Aparece logo o irmão Cláudio, encarnação da maldade, que esconde os remédios do pai, sem que Marco tenha a coragem de impedi-lo, tornando-o cúmplice. A irmã Joana demora a aparecer, afastada da família por não ser aceita como mulher que rasura a heteronormatividade pregada pelos valores patriarcais do pai Abel, ela que sempre foi a única que tinha habilidades práticas da família.

A grande lição do livro é que a passividade não é a neutralidade, mas sim um quieto favorecimento ao opressor. É proverbial a reflexão do narrador quando Marco folheia outra obra do avô: Vassouras de Antanho. "A obra foi feita para que os seletos contemporâneos reconhecessem suas famílias". Num contexto onde a história é apagada pela ditadura, conhecer o passado é um privilégio dos favorecidos pelo regime. Marco esquece dos oprimidos quando folheia o livro em busca de afirmações polêmicas que denunciassem as ideias erradas do avô, sem encontrar nada.
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Matheus656 04/04/2024

Suspense visceral
A trama se desenvolve em torno da ?casa?, ora um coadjuvante, ora um ser vivo de carne e osso. Mas são as relações familiares o ponto focal. O antagonista de tudo e todos, Claudio, evoca os sentimentos mais viscerais como ódio, nojo e repulsa. As relações entre homem e mulher são postas de maneira nua e crua, machismo, misoginia e homofobia. O enredo presente é apenas um pano de fundo para o passado sombrio e pesaroso desta ?família tradicional brasileira.?
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Rafael V. 27/04/2024

Dá pra ler
Divertido, tem umas passagens cômicas, mas nada de novo e comum para uma família de classe média branca.
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