Suruassossaurus 20/10/2023
O Exorcista é o meu filme de terror favorito. Não gera em mim nenhum medo ligado à motivos religiosos pois sou ateu, todavia simplesmente amo como a história é contada, como a possessão avança em conjunto com a desfiguração de Regan e a forma como a questão é resolvida é sensacional, embora extremamente trágica.
Por conta de toda a minha admiração fiquei muito interessado quando vi sua pré-venda. Para minha felicidade minha melhor amiga (bjs, Vivi ?) se ofeeceu para me dar de presente. Então, com o livro garantido, tudo o que fiz foi aguardar a sua chegada. Eis que veio a surpresa: trata-se de um livro que aborda as questões da produção do filme, não uma edição bonitona da Darkside do romance que o inspirou.
Meio contrariado, mas sabendo que a culpa disso foi da minha empolgação, comecei a leitura que para o meu prazer, é fluída e muito interessante.
Tratando desde a concepção originada de uma notícia e posterior entrevista sobre o exorcismo realizado em um garoto até a pós produção e posteriores reedições do filme, o livro aborda os pormenores sobre o desenvolvimento do roteiro. Este, que era disputado em um cabo de guerra de três cordas sobre como a história deveria ser contada e quais cenas usar, é apresentado sem enrolação e é contado não totalmente de maneira cronológica. Isto, ao invés de atrapalhar o entendimento, une atos e consequências de cenas sem deixar que uma se afaste demais da outra, fazendo com que o leitor perca o fio da meada.
As principais cenas são abordadas de maneira técnica quanto sua realização contando com comentários dos realizadores. O famoso jato de vômito no padre Karras e a icônica cena da regan descendo a escada engatinhando de costas, por exemplo, geraram uma série de desconfortos e resultados decepcionantes em um primeiro momento, sendo melhores aproveitados nas reedições posteriores.
Por fim, a histeria religiosa em torno do filme não é esquecida. Culpado por assassinatos, suicídios e até mesmo abortos, é inegável que o filme teve um efeito singular no público ao ponto que o escritor do romance original parabeniza o diretor dizendo que ele é o único que conseguiu deixar um filme melhor que o livro.
Um presente vindo de uma pessoa especial que acompanhou diversos brindes inclusos na pré-venda (a "amoeba" verde que simula o vômito da Regan é o item favorito. Também veio "Legião", continuação do romance, que pretendo ler após comprar e ler o livro original. Estou longe de ser um estudioso de cinema, porém, graças ao me interesse pelo filme, simplesmente devorei esse livro. Recomendo para aqueles que se encaixam em um desses dois casos.