Babis Schuina 23/12/2023
Chato
Sabe aquele livro que parece não dizer a que veio, pra onde vai, o que ele é? É esse aqui. Quem gostou parabéns, mas não consegui me apegar nenhum pouquinho.
O início é marcante, trágico, instiga, mas já nele temos vários problemas.... Eu mesma demorei um bom bocado pra entender a passagem de tempo, a idade da protagonista e processar os acontecimentos. Se no início do capítulo parecia que ela estava em marcha, no final ela já estava estabelecida no lugar a várias estações, seus pensamentos e lógica bem maduros e adultos, eram, na verdade, referentes a uma criança de 6 ANOS. Simplesmente confuso.
A protagonista não é cativante, não é gostável, eu me compadecida e sentia empatia pelas tragédias que viveu mas logo em siga me vinha um surto de antipatia por suas atitudes mesquinhas.
As relações são construídas de forma estranha, se em um capítulo ela diz não confiar em alguém, no próximo ela já tem uma relação de amizade sincera, para terminar no terceiro capítulo, após a morte do personagem, sem um momento de reflexão sobre.
A autora retrata vários eventos (inclusive eventos históricos) sem se aprofundar, dando pinceladas, se alguém vai casar isso é resolvido em 1 linha, se um conflito se apresenta numa festa do chá organizado por Aina escola, conflito esse que a autora coloca como importante, ele será resolvido em 1 parágrafo após acontecer em off. Não temos tempo de digerir ou evidenciar nada, somos jogados de atitude irritante em atitude irritante da Aina.
O livro também é beeeem arrastado, passei vários capítulos andando pela casa e dizendo: que livro chato, por deuses. Eu olhava pra capa dele já cansada. Esperando a sequência de eventos que autora ia me jogar sem se aprofundar, quase como um cronograma da realeza britânica.
No fim, em quase 400 páginas, o livro falou falou falou e parecia não ter nada a dizer. Inclusive em vários momentos senti uma passada de pano para muitos dos brancos envolvidos na trama.
Ps: tá na hora da TAG trazer narrativas não brancas diferentes, consigo comparar esse livro com outros 3 da própria TAG inéditos, sendo pheby e exílio os mais fortes em minha memória. Adoraria que buscassem histórias sobre reis, rainhas e princesas africanas ou não brancos em sua grandeza, abordassem seus reinos e cultura. Cansei dessas narrativas onde tomam, levam pra uma cultura branca e vemos todas as tragédias decorrentes disso.