Lucy 12/05/2024
"Lível", mas dispensável e esquecível
Quase o abandonei no início, diante da primeira carta constrangedora do Akira e após perceber que Naomi é uma babaca hipócrita que se acha melhor e "diferente das outras garotas". Quase fiquei cega de tanto revirar os olhos diante de seus monólogos juvenis e irritantes. O fato de serem universitários que agem como adolescentes rebeldinhos intensificou minha intenção inicial. Porém, como o desenrolar foi me entretendo, aguentei até o final.
Gostei do primeiro capítulo do Sebastian. Achei que ele seria mais pé no chão e menos melodramático que Naomi. Porém, cansou muito rápido o quanto ele "é bom em esconder o sentimentos", o quanto ele é "sombrio" ou um "monstro/fera". Afff... Naomi é aquela personagem virginal muito julgadora e muito chata. Ela é asiática e gosta de anime e mangá (*cof* clichê *cof*) e ela sofre muito preconceito, tadinha. Qual a dificuldade em escrever sobre pessoas não-brancas como pessoas "normais" e sem esse estigma todo? Ela podia sofrer bullying por apenas ser uma idiota arrogante? Na verdade, existem milhares de outras razões mais plausíveis e interessantes. Não é difícil percebermos a razão para ela não ter amigos, além do seu correspondente esquisitão, Akira, e sua melhor amiga, Lucy, que ela ofende enquanto tenta elogiar. Se eu ver essa desgraçad@ falar mais uma vez que adora séries sobre serial killers, eu juro que esmurro alguém!
Apesar de ter me prendido, a execução da trama foi ruim. Foi muito imatura e regada de breguices pueris. Há uma aposta, que só existe para trazer um drama desnecessário e estender essa baboseira para um segundo livro, e tal aposta não serve de nada para unir o casal. Casal que vira parceiro sexual após um esbarrão, sem nenhum tipo de diálogo relevante anterior. Do mais absoluto nada, Sebastian tem certeza que ela curte as mesmas maluquices que ele. E a desculpa é que ele "sabe ler as pessoas muito bem". Ou seja, a autora teve preguiça de inventar coisa melhor. Há um drama envolvendo os pais de Naomi, há um carro preto que só se mostra importante no final, RK cria a pior versão de Regina George que eu já vi, que, do nada, fica boa após levar uma borrada na cabeça (???), e ninguém questiona nada sobre isso, como se fosse supernormal (????). A melhor coisa é a carta mais descabida do Akira, que simplesmente foi um resquício de sanidade e muita verdade na cara da chata da Naomi.
Não sei se me darei ao trabalho de ler o resto do dueto.