Resenhas - Apocalipse Bebê

Xico 26/05/2024

"Apocalipse Bebê" de Virginie Despentes é um dos livros mais instigantes que li este ano. A escrita da autora é ácida, caótica e bizarramente divertida, envolvendo o leitor em uma trama que é tanto um thriller quanto um romance de viagem. A história segue a jovem detetive Lucie Toledo e sua parceira Hiena na busca frenética por Valentine, uma adolescente desaparecida. Despentes constrói um mosaico de personagens intrigantes e um submundo sombrio que expõe os desejos e medos de uma geração.

A narrativa é um périplo vertiginoso de Paris a Barcelona, desvendando a vida disfuncional de Valentine e revelando as complexidades das relações humanas. A tradução de Natalia Borges Polesso capta a essência da escrita provocadora de Despentes, trazendo à tona a crueza e o humor ácido que permeiam a obra.

Virginie Despentes, com sua vasta experiência e passado multifacetado, entrega uma história que é ao mesmo tempo chocante e fascinante. "Apocalipse Bebê" é uma leitura imperdível para quem busca algo além do convencional, mergulhando no caos e na beleza das imperfeições humanas.

Andre 29/04/2024

Altos e baixos
Apocalipse Bebê, de Despentes, trata sobre o desaparecimento de uma adolescente e a busca por ela por uma dupla de detetives, Lucie e a Hiena. Com alguns altos e baixos, mas um final surpreendente, o livro traz bons personagens, em especial as protagonistas, o par de detetives e a adolescente desaparecida.
Permeado por sexo e drogas, o livro cutuca fundo as feridas que os ricos não gostam de mostrar: suas famílias são, de forma geral, disfuncionais, como a de qualquer e reles mortal.

Drika Bresolin 09/04/2024

Sem sentido
Prometeu um thriller e não entregou nada. Livro difícil de gostar, personagens ruins, história arrastada, final sem sentido com a narrativa inicial proposta.

Elisio Rebouças 16/03/2024

2010
Escrito em 2010 esse livro mostra uma realidade e uma premonição para o que vitória nos próximos anos para a sociedade mundial. Nem parece ficção.

Gabriela 28/02/2024

Totalmente pra mim
Vi muitas críticas negativas, eu não sei como explicar melhor sem ser ainda mais egotrip: este livro foi feito para mim. Como eu amo a contracultura, a sapatão antiheroína, a feiúra da honestidade, a beleza das mentiras mal contadas.

Eu amei cada aspecto da leitura, poderia ter o triplo de capítulos que eu saborearia cada um deles. Apaixonei-me pela Hiena, porque, claro, ela foi basicamente meus maiores desejos psicossexuais sublimados em uma lésbica politicamente desvairada.

"Como é que você fez, sua imbecil, pra perder a garota no METRÔ??? Aquela palavra a excita".

"Olha só, ela não trepa com cachorros, mas honestamente, esse é o limite."

"Máquinas extravagantes estripam o chão e expõem as entranhas da cidade, com muito barulho (...) O ópio do povo catalão são as gruas. Eles abrem as calçadas só pelo prazer de olhar dentro."

Engraçada de verdade, sabe? Meu tipo total. Desejei Virginie Despentes do início ao fim desse livro. E o final que tanta gente encheu os dedos de "escrachado, desmedido, indecente"? Impossível ter me agradado mais, mesmo que tenha me deixado com gosto amargo na boca.

Não sei, me sinto viesada demais pra resenhar esse livro. Meu tipo, meu tipo, meu tipo. 5 estrelas fáceis.

Diego Vertu @outro_livro_lido 30/01/2024

Não foi para mim
O livro narra a história de Valentine, uma adolescente, filha de uma família abastada de Paris. Valentine desapareceu e sua família coloca a detetive Lucie Toledo para procurá-la, Lucie pede ajuda a sua amiga Hiena e passam a investigar o caso.
Se o foco principal da autora fosse mistério policial acho que esse livro tinha dado mais certo, porém a narrativa se concentra nas divagações das personagens, achei a leitura chata, cansativa, personagens que entram e sai da história sem sentido algum, entendo que é a escrita única da autora e que ela inovou nesse sentido masnão deu certo. A linguagem do livro é horrível e escrachada (longe de puritanismo) mas tem partes desnecessárias. Meu ponto positivo é que a autora debate temas como solidão, orgulho LGBTQIA+ e feminismo.

Victoria.Olzany 23/01/2024

Um romance policial bem legal, que gira em torno do desaparecimento de uma adolescente de família rica, Valentine, que, antes mesmo de desaparecer, já era vigiada, a pedido da família, pela detetive Lucie. Após o desaparecimento, Lucie conta com o reforço da Hiena, detetive lendária e polêmica.
Durante a investigação, ouvimos as vozes dos diversos personagens envolvidos com a adolescente (a mãe que a abandonou na infância, o primo com quem teve um romance, os membros da banda da qual ela era fã - e groupie -, o pai e escritor famoso, a irmã Elisabeth - religiosa que fez parte do passado de Valentine, etc.).
No final, a adolescente se deixa conduzir de volta a sua família pelas detetives. Mas o retorno "pacífico" de Valentine esconde um plano sombrio - mentorada pela irmã Elisabeth, ela se torna "mulher bomba", detonando durante uma cerimônia de condecoração a que seu pai fora convidado, deixando muitos mortos.

Klelber 27/12/2023

Que final!
O livro começou devagar, demorei pra ler, mas o final valeu! Gente, o livro não prepara a gente pro que a garota faz, um ataque terrorista e mata meio prédio cheio de gente!

Esdras 23/12/2023

Livro que começa um pouco morno, arrasta e depois vai ganhando ritmo... Até chegar ao ponto de explodir o leitor, junto de sua trama. A francesa tem um texto f0d4. E tô muito feliz pois, em 2022, li várias autoras mulheres.

Fabiene.Barbosa 10/12/2023

A história gira em torno de uma adolescente rebelde, fruto de uma família totalmente desestruturada, que desaparece e os acontecimentos em torno de sua busca. O desfecho é surpreendente.

Um livro com um viés de crítica à sociedade atual, passando por assuntos como relações familiares, descobertas de identidade, relacionamentos homoafetivos, religião e desigualdades sociais.

Thi 28/11/2023

Um estilo diferente, a narradora, na sua grande parte é Lucie, uma péssima detetive, deprimida, sem vontade para nada... desleixada com a vida. O enredo é sobre o desaparecimento de Valentine, mas surgem várias histórias paralelas, contando a vida dos personagens.... me pergunto se na verdade a história principal é sobre o lado sombrio de cada geração, de cada um de nós .

Babis Schuina 12/11/2023

Bombástico
O livro começa como um clássico livro de investigação, com um dinâmica bem conhecida e clichê: investigadora que está ali de má vontade, investigadora durona, agência altamente controlada por homens, família rica e omissa, garotinha problema..... Todos os elementos bem clássicos. O que me prendeu ao livro foi a forma como a autora ia subvertendo isso.
Cada personagem pode contar um pouco do seu ponto de vista e sua história, e, honestamente, são todos amplamente detestáveis e ao mesmo tempo convincentes. Você pode não concordar com as justificativas mas elas são compreensíveis.
Gosto da alternância de capítulos e como a autora evoca traumas e acontecimentos passados para criar o panorama atual de quem é Valentine, e, mesmo assim, no final ainda ficar confuso quanto a sua escolha.
O final não é nada previsível e me pegou desprevenida, foi inclusive pelo final que não dei 5 estrelas, achei um pouco confuso os capítulos da freira e de Valentine, e mesmo achando que essa foi a intenção da autora, dado o final do livro deixou tudo ainda mais bagunçado (ou estou sendo boba e deveria aceitar a ausência final de respostas).

DEA 03/09/2023

É uma leitura fluída, embora tenham capítulos enormes e alguns que achei desnecessários.
Não me apeguei a nenhum personagem e o que me prendeu à leitura foi a curiosidade em saber o que tinha acontecido com Valentine. Uma jovem rebelde, apesar de ter uma vida financeira muito boa, que usava drogas e levava uma vida cheia de sexo, porém bastante solitária, pois sua família não se importava com ela, apenas tinham interesses financeiros e seus "amigos" também não eram realmente amigos, como ela descobrirá depois.
O final me surpreendeu por ser inesperado, pois eu não tinha percebido que a organização que Elisabeth fazia parte tivesse intenções terroristas. Mas depois reli o capítulo sobre a freira e percebi que sutilmente dava a entender, quando por exemplo fala que estavam procurando alguém disposto a fazer um grande sacrifício. Embora faça um certo sentido, foi um final que não sei dizer se achei tão bom.
Além disso ficaram perguntas sem respostas, exemplo:
Hiena sabia da organização ou fazia parte dela? Como conhecia a freira e sabia para quais fins usariam a Valentine?
Vanessa estava envolvida de alguma forma, já que deu depoimentos contraditórios à polícia?
Dentre outros pontos...

Enfim, é um livro para passar um tempo, mas eu não o recomendaria.

Bê. 19/08/2023

Ideia boa, desenvolvimento ruim
Essa experiência literária foi decepcionante, pela sinopse eu esperava um thriller envolvente, chocante? Mas acabou sendo ?chocante? a falta de fluidez da narrativa.
Normalmente eu adoro quando os autores trocam a voz narrativa pra montar um quebra cabeça com os fatos, trazendo nuances específicas da visão de mundo e da personalidade de cada personagem, mas nesse caso essa alternância não funcionou bem. Isso contribuiu pra deixar a obra mais arrastada, chata.
Além disso, o excesso de cenas grotescas e sexuais, a exemplo da orgia no apartamento em Barcelona, além de não adicionar nada na história aparenta ter sido um recurso pra ?prender? o leitor e camuflar a ?encheção de linguiça? da autora.
Personagens nada carismáticos, uma linguagem chula, apelativa, com uma história que não flui bem e que nas últimas 30 páginas mostra todo o potencial desperdiçado:
Através de um plot twist muuuito bom, trazendo uma ?conspiração? que merecia ter sido melhor desenvolvida, com o histórico da Valentine - cuja profundidade psicológica, juntamente com a personagem Hiena, foram pontos positivos da história - e a repercussão de suas decisões, o livro dá um vislumbre ao leitor do que ele realmente poderia ter sido.
Uma pena que esse potencial ficou perdido em cenas sexuais bizarras e palavreado escrachado.

Adriana Scarpin 14/06/2023

A Virginie Despentes tem um efeito bem curioso sobre a gente, começamos achando ruim, depois bom, depois muito bom, depois péssimo e alternando todas essas sensações, tanto no seu cinema quanto nos livros. Acho que a única obra dela que consegui gostar 100% de cabo a rabo foi Teoria King Kong, mesmo com essas oscilação sou bem fã dela, acho sua crueza muito bem vinda tanto no cinema quanto na literatura e em Apocalipse Bebê ela expõe com maestria a cloaca que esse mundo é.