vanes.rc 21/04/2024
Infelizes ou felizes para sempre?
A Biblioteca das Tristezas Obscuras vai te levar para uma viagem direto para dentro de páginas de livros, onde há uma biblioteca capaz de fazer as histórias serem vivenciadas até os seus felizes para sempre. Mas já pensou se existisse um final que não terminasse tão feliz assim e os personagens vivessem infelizes para sempre?
Alana, Lysandra ou Lys, para os mais próximos, foi a única sobrevivente do desastre que foi a queda da Biblioteca de Ghrays. O lugar, antes mágico, acabou se tornando o lar de fantasmas e tristezas obscuras que, para a garota, era apenas um assombro daquilo que tanto queria esquecer. Mas o passado não era algo para ser esquecido, apesar das suas tentativas. Ele sempre estaria à espreita e alguma hora bateria a sua porta? e ele bateu, trazendo de volta toda a angústia e hostilidade a qual viveu anos atrás, antes de se tornar a grande mercenária de renome em Nova Anchorage.
Para tentar salvar o presente de uma história que nem era sua, Lys precisaria enfrentar as suas dores, mergulhando novamente naquele mar em ruínas e escombros, mas principalmente se lembrar:
O que causou a misteriosa queda da Biblioteca de Ghrays?
Eu nem sei muito bem o que escrever sobre o livro porque para mim foi uma grande experiência de sensações. É uma narrativa que consegue ser profunda e divertida, te levando a se identificar com o que Lys estava passando e sentindo, mas também te faz rir muito. O humor foi uma coisa deliciosa de acompanhar, meio mordaz, meio questionável, meio de flerte e provocativo (porque isso, meus amores, não vai faltar: provocação).
Os personagens foram tão bem trabalhados que, mesmo quando eles erravam em benefício próprio, tinham aquela compreensão do porquê estavam fazendo aquilo, sabe? Tipo, e daí? Se ele errou, foi tentando acertar (ou porque acreditava que era o certo). Tem essas nuances que meio que te confunde, te faz ter dúvidas sobre certo ou errado e também te faz duvidar de TODOS ELES.
Qual é, eu li A Rainha Vermelha!
Ali, em meio à tensão do que pode ou não acontecer, do mal que assola o reino, a confiança é algo tão frágil quanto um castelo de cartas e, acredite, ela pode ser quebrada por qualquer um.
Uma das coisas que mais gostei foi que a Júlia não tem dó de fazer os personagens sofrerem e nem de dar falhas para eles ou traumas, assim como não é por que querem salvar pessoas, que eles vão conseguir. Eles vão perder MUITO e vão sentir o peso do caos que se transformou aquele mundo, daquele ódio que se tornou parte de suas vivências, mostrando para Lysandra que nesse quesito o seu mundo não é diferente daquele que precisa libertar.
No fim de tudo, foi muito mais que só um livro de fantasia onde existem criaturas cruéis e sombrias ou lagos que te levarão para um mergulho mortal. É sobre você saber que uma hora vai passar, que vai ficar tudo bem, mesmo quando parece que causar essa mesma dor a quem te machucou pareça mais fácil.
Eu me apaixonei por esse universo, amei acompanhar essa jornada de infelizes ou felizes para sempre. Conhecer esses personagens foi incrível e espero ansiosamente por mais deles.
@vanesleituras no instagram.