O arquipélago

O arquipélago Erico Verissimo




Resenhas - O Arquipélago - Vol. 3


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Natalie Lagedo 10/06/2016

Na última parte de O Arquipélago foi dissecado o caráter do então Presidente Getúlio Vargas, o que instigou bastante a curiosidade, pois percebemos que em vida aquela personalidade já despertava admiração ou ódio pela sua forma de ser, constituindo-se como um mito antes do óbito. Veríssimo fala como se ele fosse indecifrável, capaz de agradar a todos os ramos da sociedade.

Cumpre salientar que é notável o desejo do escritor de passar a mensagem sobre como todo o tipo de fanatismo é autodestrutivo. O judeu Stein é o representante dessa teoria: trabalhando e sendo torturado por toda uma vida em prol do comunismo, foi ao final expulso do Partido Comunista e acusado de traição à Causa. Vendo não possuir outro horizonte que não fosse a luta contra o sistema de classes, suicidou-se.

Nos capítulos intitulados “Caderno de Pauta Simples” e “Diário de Sílvia” a narrativa toma a forma de cartas ou confissões pessoais. São trechos muito importantes para se entender o sentido de tudo, é como se naquelas páginas toda a obra, desde O Continente, se fundisse e ganhasse proporções maiores. É o romance sendo citado por ele próprio.

Já afirmei anteriormente que as personagens viraram amigas minhas. Tão íntimas que já sabia o que ocorreria com elas no final. Porém, mesmo sabendo não contive as lágrimas. O término da trilogia é sensacional, é só esse o adjetivo que consigo achar.

Dois meses na companhia de O Tempo e o Vento foi encantador. Agora sinto aquele vazio que somente quem já leu obras que falam intimamente com você vai entender. Aproveitei pra escrever enquanto estou tomada de fascinação pelo desfecho da história. O enredo é tranquilo, direto e o autor não usa acontecimentos mirabolantes pra deixá-lo mais chamativo. Ele simplesmente não precisa disso porque não são os fatos em si que tornam a leitura interessante, mas sim a maneira como foram contados.
Ricardo Rocha 11/06/2016minha estante
"não são os fatos em si que tornam a leitura interessante, mas sim a maneira como foram contados" é isso, lindinha


Ricardo Rocha 11/06/2016minha estante
agora não tem jeito, tenho de achar um tempo... (=


Ricardo Rocha 11/06/2016minha estante
agora nao tem jeito. tenho de ler. o unico do autor que gostei foi O prisioneiro (acho que é esse título). Olhai os lirios etc, não muito, embora me lembre que quando li a primeira vez, faz tempo, noutra encadernação, até me comovi


Natalie Lagedo 11/06/2016minha estante
Fico feliz de ter despertado sua vontade de ler a trilogia. De Érico, além dessa saga, li Olhai os Lírios do Campo e amei. Pretendo ainda ler mais coisas dele. Acho que vou adquirir Solo de Clarineta pra desvendar um pouco mais sobre a sua vida.




Lili 11/03/2015

O Arquipélago - parte 3
A saga chega ao fim. Considerando tratar-se do último livro, acho que o mais interessante é falar da história como um todo.

Esta é, sem dúvida alguma, a melhor obra de literatura nacional que já li. A melhor saga. E se não é o melhor, está pelo menos entre os três melhores livros que já li na vida. No comentário que fiz ao segundo volume de "O Retrato", eu mencionei tê-lo achado um pouco raso, em comparação com "O Continente". Retiro o que disse. Os livros foram escritos da maneira perfeita para que entendêssemos a história em diversos níveis: a família Terra-Cambará, o Rio Grande do Sul, o Brasil, a política, o regionalismo e o amor pela terra dos gaúchos, entre muitas outras dimensões. O livro é interessante de todas as maneiras possíveis e se "O Retrato" gira em torno de Rodrigo Cambará, tudo fica plenamente explicado em "O Arquipélago".

Quanto à ficção, fiquei FARTA de Rodrigo Cambará. Não do livro, de maneira alguma, mas da pessoa mesmo, como se eu estivesse vivendo com ele e não aguentasse mais o som da sua voz, seu perfume exagerado, seu egocentrismo, sua vaidade. Mas agora que não o "tenho" mais, sinto um imenso vazio. Que personagem intenso! O autor nos faz conhecê-lo tão profundamente, que ele se torna realmente algo palpável. E ele é cercado de tantos outros personagens cativantes, que nos ensinam tanto! Ideias políticas, filosofia, religião, amenidades... Todos enriquecem nossa vida e visão de mundo. Nem sei quais citar, pois são muitos. E todos os personagens que fazem realmente parte da vida de Rodrigo Cambará são ricos e acrescentaram muito à história.

No panorama político, observamos as raízes da corrupção na política brasileira. As contradições e rivalidades, de tão atuais assustam. Será que Erico estava vendo o futuro, ou realmente a maturidade política no Brasil não evoluiu nem um pouco? Infelizmente não acredito na primeira opção. Continuamos acreditando que os erros do nosso partido são mais bonitos que os dos adversários, continuamos querendo enfiar nossas ideologias goela alheia abaixo, continuamos acreditando que tudo vai melhorar quando o próximo herói assumir a presidência. E continuamos mal.

Para finalizar, devo dizer que pela primeira vez na vida chorei porque um livro terminou. Não porque algum personagem específico morreu, ou porque algo emocionante aconteceu, mas porque o livro terminou. Foi minha companhia nos últimos setenta dias, me fez rir, me emocionar, conhecer um pouco mais da história do "Rio Grande" e do Brasil (e até do mundo!), me fez pensar sobre diversos temas como a solidão, a força das mulheres, a alegria de viver que certas pessoas possuem (Cambarás em destaque!), a fé em Deus... E muitas outras coisas. Agora não o tenho mais. Reler não é o mesmo que ler, portanto jamais poderei ler esta magnífica obra da mesma forma novamente. Quem puder, por favor, faça isso.
Débora 22/11/2018minha estante
Amei a resenha, parabéns !!!!


Lili 22/11/2018minha estante
Obrigada, Débora! =)




Ronan.Azarias 28/09/2014

Complexo e cativante
O último livro do tempo e o vento é com certeza um livro de muitíssimas camadas. Eu só fui fazer a ligação do Floriano com autor no meio do livro. De todos os livros este é o que tem maior carga filosófica ( o que não é a minha praia, mas que seja), as discussões políticas ficaram mais obscuras ainda mais com um Rodrigo totalmente diferente do que vemos nos outros livros, praticamente um Michel do Poderoso Chefão, no qual o protagonista acaba se tornando o anti-heroi no decorrer da trama. No capítulo final temos apenas acertos de contas e tudo ocorre de maneira muito mais natural e calma do que imaginava. Com certeza não tem tanta ação do que os primeiros, mas acho que foi um fechamento dentro da realidade. No mais é a melhor série brasileira que li até agora!
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Francieli51 03/09/2014

Reflexão e personagens apaixonantes
Ainda estou de ressaca literária, vivendo no mundo dee O tempo e o vento, criado por Érico Verissímo.
Só existem duas formas de eu ter Ressaca Literária: se o livro é muito bom, ou se eu levei tempo demais para ler.
Eu levei 6 anos pra ler os oito livros.
O tempo e o vento é uma série incrível, mas ainda é um clássico, e ninguém nega que apesar de apaixonantes, eles são de linguagem mais formal, e portanto, mais chato de ler.
Não que OTEOV seja chato! Nunca! A linguagem é formal, sim, mas imensamente mais contemporâneo que a maioria deles. É gostoso de ler. Os personagens de Érico são vivos por si só (Ana Terra, Bibiana, Capitão Rodrigo, Luzia, Floriano, Doutor Rodrigo, Silvia...), formando verdadeiros seres reais na cabeça de quem lê (Capitão Rodrigo será eternamente meu amante literário e Floriano e Silvia melhores amigos *-*) e nos apaixonando perdidamente por eles.
O arquipélogo, fecha a triologia, com muito do drama característico, e claro, personagens enigmáticos e impactantes. E para fechar com chave de ouro, os agora personagens de diferentes personalidades na família Cambará, causam debates não só empolgantes para quem lê, mas também reflexivos e críticos.
Cada opinião (comunista, anarquista atéia, agnóstica, católica, neo-humanista, getuliana, etc), é tão bem defendida e difundida por cada personagem, intensamente e apaixonadamente, que dá oportunidade de escolher entre elas a melhor, ou até mesmo um pouco de cada uma delas, como eu escolhi. E nenhuma, claro. O que o narrador faz com destreza e perfeição, é apresentar os personagens e suas opiniões de maneira imparcial, fazendo do leitor não um recebedor de informações, mas um verdadeiro crítico do que lê.
Claro que o romance se desenrola entre os debates e a situação política do Estado Novo, cujo governo, Rodrigo é um dos braços de Getúlio. O drama que envolve Silvia e Floriano, proibido e envolve, forma todo o resto mais interessante e gostoso de ler.
Se vou sentir saudade da minha triologia favorita? Claro que sim! De cada um dos personagens... Por sorte livros, diferente da vida real, pode ser vivido de novo e de novo...


site: eisaminhahistoria.blogspot.com
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Beto 02/06/2014

O tempo e o vento. O arquipélago vol. 3
Autor : Erico Verissimo



Acabei a leitura desta fantástica obra de Erico Verissimo, O tempo e o vento, último romance, e o melhor de todos, impressionante a percepção da alma feminina do autor, a riqueza de detalhes dos personagens. VALE A PENA.

"- Eu cá tenho a minha teoria sobre as causas do atraso do Rio Grande com relação a São Paulo...

Leva algum tempo para conseguir a atenção dos outros.

- Os fatores são muitos, e eu vou enumerar alguns...- continua depois que sente cinco pares de olhos postos nele, com as expressões mais variadas: irritada impaciência nos de Terêncio; fatigada indiferença nos do dono da casa; sono e incompreensão nos de Liroca; expectativa divertida nos de Zeca e Floriano. - Cessadas as lutas de fronteira e as duas grandes guerras, a dos Farrapos e a do Paraguai, entrou o Rio Grande num período de reconstrução, agitado mais tarde pela propaganda republicana. Proclamada a República, a direção da política estadual foi empolgada por Júlio de Castilhos , e a influência do positivismo começou a fazer-se sentida entre nós. Tivemos então um governo autoritário, conservador e, até certo ponto, castrador. Borges de Medeiros, herdeiro de Castilhos, exerceu durante um quarto de século a "ditadura científica". Mercê de sua curteza de visão e de suas superstições positivoides, trasmitiu aos seus discípulos e colaboradores um certo horror ao progresso e ao risco, contaminando-os com o vício da cautela e do conservantismo."
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Laura Bernardes 19/05/2014

O Tempo e o Vento - O Arquipélago Vol. 3 - Erico Verissimo (Companhia das Letras)
Termino a série de livros certa de que Erico Verissimo é um dos maiores, se não o maior, escritor brasileiro. Fala sério, não sei nem como avaliar uma história dessas. É envolvente, bonita, real. Eu me sentia no lugar das personagens, e não é nem um pouco fácil escrever a evolução de uma família e de um país durante 2 séculos. Ele era genial e fim.
A arte dessa nova edição da série é linda também. Vale muito a pena! :)
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Gláucia 26/04/2011

O Tempo e o Vento - O Arquipélago - Vol. 3
A Guerra dos caudilhos chega ao fim, porém a Grande Guerra acaba repercutindo de alguma forma na vida dos habitantes do sobrado. Floriano escreve um livro dentro de um livro e através dele Veríssimo termina essa saga.
Luiza 28/06/2011minha estante
Adoraria ler a saga, mas temo ser uma história lenta e arrastada. Vi alguns filmes baseados na obra, mas não sei se aguentaria os livros. O que vc me diz?


Mariana 30/10/2013minha estante
eu digo: leia e não vai se arrepender. Acho que nenhum filme foi e será capaz de passar essa trilogia como ela verdadeiramente é.




Hannah Jook 12/09/2010

Tinha me esquecido porque essa obra do Érico(ou seria do Floriano?)me era tão agradável, cada página desses sete maravilhoios tomos tem o poder de nos remeter para a (nem sempre)tranquila e pacata Santa Fé!que Obra, Deus meu!é dificil se despedir dos meus amigos gaúchos, que de tanto ler acabo me acostumando com suas companhias, sim pq ultimamente minhas noites eram nos "serões do Sobrado" acompanha dos vários visitantes e moradores deste, enfim e h sempre uma aula prazerosa de Historia acompanhada por este personagens deliciosos...


Wallas Felippe 23/07/2009

Dedicado à obra!
Tempo...

Às vezes o tempo é nosso maior inimigo,
Outras vezes é nosso maior aliado.
Nada melhor do que dar tempo ao tempo,
Pois tempo é remédio para tudo

A única coisa que sinto nesse momento é o vento lá fora.
O vento sopra e o tempo passa...
O tempo e o vento...

É noite,
Só encontro você em meus pensamentos.
Meus únicos companheiros são:
O tempo e o vento...

Tudo passa,
A morte chega quando você menos espera.
Só restarão duas coisas:
O Tempo e o Vento...

(Wallas Felippe)
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