Seara Vermelha

Seara Vermelha Jorge Amado




Resenhas - Seara Vermelha


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Mario Miranda 19/03/2019

A Saga do Sertanejo
Dentre todas as obras que caracterizam a Literatura "Engajada" de Jorge Amado, Seara Vermelha destoa tanto em temática, quanto na qualidade da obra. Com uma narrativa que aborda quatro histórias que se tangenciam pela relação de parentesco entre os envolvidos, Seara Vermelha é antes de tudo a saga de sobrevivência do Sertanejo, seja emigrando para São Paulo, seja em direção as capitais nordestinas.

O livro aborda o processo semi-feudal que é a relação trabalhador-terra-patrão, aonde os trabalhadores são mercadoria a venda em conjunto com a própria terra. Em uma destas negociações, estes são despedidos/despejados de suas terras, e a família decide perseguir o sonho de tantos retirantes anteriores: São Paulo. Ao longo do trajeto, momento em que vários parentes morrem no processo, se deparam com o descaso dos demais, o cangaço, a inexistência do Estado, dentre outros percalços.

Os três filhos que decidem abandonar a família previamente ao despejo, entram para a Polícia, Cangaço e, por fim, Exército. Este último, figurante do último capítulo do livro, é ideologicamente engajado no PCB (Partido ao qual Jorge Amado era membro a época), e é o responsável pela exposição ideológica de Amado na obra.

Dois pontos que chamam a atenção ao longo da narrativa é uma visão Romântica do Cangaço (sem mesmo críticas aos abusos sexuais sofridos pelas mulheres) e uma Religiosidade desesperadora em Profetas que prometiam a Salvação àqueles já despojados de tudo. Estas duas características de certa maneira permeiam a cultura Sertaneja nossa ainda no século XXI.

Seara Vermelha (1946), em conjunto com O Quinze (1930), de Rachel de Queiroz, Vidas Secas (1938), de Graciliano Ramos) e Morte e Vida Severina (1955), de João Cabral de Mello Neto, formariam talvez a tetralogia mais viva da saga - e sofrimento - do Sertanejo. Acima de tudo, Seara Vermelha é uma obra a ser lida para melhor conhecermos o que foi/é o sofrimento daqueles que perseveram em buscar uma vida melhor ao sair do Sertão.

site: https://www.instagram.com/marioacmiranda/?hl=pt-br
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Rodrigo 22/02/2020

Luta
Que percurso sofrido. Quantas perdas pelo caminho. Quanto sofrimento passou a jovem Marta e que destino cruel foi reservado a ela. Mas chegou o tempo de colheita.
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Rafa - @espaco_dos_livros 15/04/2020

O livro mais duro que já li do Jorge Amado
Seara Vermelha é um dos livros mais realistas, sofridos, inteligentes e completos do Jorge Amado, e ele retrata com muita dureza a vida do povo nordestino, passando pela massa de trabalhadores que partem para SP em busca de uma vida melhor, o grupo de cangaceiros, as pessoas que seguem os beatos com promessas do fim do sofrimento e da fome e ainda acompanhamos os bastidores da revolução da ANL em Natal no ano de 1935. Uma verdadeira aula de história e uma tentativa de conscientização de um período turbulento no Brasil que era dividido entre os Fascistas e os Comunistas/Liberais.
Sem dúvidas uma leitura muito enriquecedora e emocionante.
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Naiana 24/04/2020

É muito triste ver a história de tantos nordestinos relatada de forma tão crua e real, não duvido nem por um segundo que histórias como a da família de Jerônimo tenham ocorrido no Brasil de 1900 e bolinha, algumas ainda ocorram hoje em dia, a pobreza, a falta de perspectiva de uma vida melhor misturada com o sonho de ter o seu pedaço de terra e controle sobre sua vida, ser tratado como gente, a tentativa de mudar a sua história, narrada de formas diferentes através de Jão, José e Neném e mesmo Jerônimo, e os demais que permaneceram com ele, que quando nada lhes restava foi em busca de uma vida melhor no sofrido caminho de São Paulo.
Apesar de alguns trechos que me incomodaram a leitura, Seara Vermelha me surpreendeu muito, não sabia do que se tratava quando o iniciei, cjorei, sofri, fiquei revoltada, e leria tudo novamente. Recomendo a todos que queriam entender um pouco mais sobre o movimento de imigração nordestino, a indústria da seca, o movimento do cangaço e o início da luta comunista no país, Jorge Amado deu uma verdadeira aula de história nessa obra.
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Juliana 03/06/2020

Sertanejos movidos pela esperança
Antes de iniciar a leitura li uma resenha que já avisava que esse livro era triste e com uma história dura. E sim, é exatamente o que ele é. Ao contar a vida de sertanejos que perdendo a sua terra enfrentam a caatinga e toda a odisseia para chegarem na mítica São Paulo de riquezas e fartura você depara com uma jornada de dor, fome, esperança e morte. E no meio de tanta injustiça e tanta dor são as mulheres quem mais sofrem.
A história da Marta me revoltou tanto, mais tanto. E principalmente por saber que há muitas Martas nesse nosso país que enfrentam a violência da miséria, da fome e a dos homens.
É revoltante, bom e nesessário. Ah, e muito triste também.
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Natália 01/03/2022

Jorge Amado não decepciona. Recomendo muito.
Seara Vermelha narra a história de uma família de retirantes nordestinos na luta por melhores condições de vida. Tudo começa quando a fazenda em que os sertanejos trabalham é vendida e eles vêem-se obrigados a partirem em direção a São Paulo, uma terra desconhecida e que acreditam ser fonte de trabalho e fartura. Cruzam a caatinga, enfrentando a fome, a sede, a miséria, as doenças, a morte e muitos vão ficando pelo caminho. Em um segundo momento, o livro conta a história de três dos filhos de Jucundina e Jerônimo, um casal de retirantes, que os pais não viam há tanto tempo, sendo eles: João, um soldado da polícia; José, rebatizado Zé Trevoada, que ingressou no bando do cangaceiro Lucas Arvoredo; Juvêncio, de apelido Neném, cabo do Exército que ingressou na luta comunista.
De linguagem extremamente coloquial, esse livro não é nem de longe fácil de ler, visto que certas passagens do livro são extremamente difíceis, um verdadeiro soco no estômago. O livro retrata o sofrimento do povo do sertão, que tanto trabalhou a salários irrisórios, sem direito a um pedaço da terra que ajudou a cultivar, se obrigando a partir de sua terra natal, em um êxodo rural, enfrentando todos os tipos de adversidades. Esse livro nos faz refletir a questão da terra , de como os negros não tiveram direito a um pedaço de terra para cultivar na pós escravidão, trabalhando arduamente em terras que não os pertenciam, sem direitos trabalhistas, e como esse regime escravocrata é refletido até hoje na nossa sociedade.
Um livro difícil de digerir, intenso, marcante, para se ler sem pressa e refletir a cada passagem.
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Leandro 03/02/2021

A dignidade humana como o ouro valioso
Seara Vermelha: um romance duro, denso, realista que faz repensarmos nossos valores. Uma estória de luta pela sobrevivência, de luta pelo trabalho e direito a dignidade. Percebe-se que a vida dos personagens está fadada à escravidão, a dependência. Muitos estão a mercê da sorte imposta pelos poderosos, e assim, os sertanejos têm de sair em busca de sua dignidade, do seu trabalho e sua terra, não importa o preço que se pague, nem que seja pela morte. E, no decorrer do livro, Jorge Amado trás uma solução para todo esse sofrimento, esse círculo vicioso de tragédias, onde um dos seus personagens terá brilho próprio e consegue uma luz na escuridão da cobiça e avareza humana.
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Pedro Luiz da Cunha 05/06/2021

"A terra pertence àqueles que a trabalham"
Um livro triste e pesado. Lançada em 1946 quando Jorge Amado foi deputado constituinte, a obra reúne elementos do debate público da época sobre reforma agrária. Do problema da terra e do latifúndio nasce o drama da família camponesa de Jerônimo e Jucundina. A dura travessia da caatinga em busca de uma vida melhor no Sudeste torna-se metáfora para a seara vermelha: do sangue derramado de migrantes nordestinos nascem brotos de revolta e de luta por uma nova realidade no campo.
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Flavio.Vinicius 08/08/2021

Cangaceiros, beatos, emigrantes e comunistas
Esse livro é de 1946, quando Jorge Amado era deputado pelo Partido Comunista. O livro traz a história de uma família de emigrantes, expulsos das suas terras por um latifundiário. A família vai, então, em busca de São Paulo. O livro também traz a história de personagens cangaceiros, um beato e seus seguidores, e termina com uma luta pela implementação de um governo comunista, a partir de um levante na cidade de Natal (RN).

Gostei bastante das primeiras partes do livro, que abordam a família emigrando e todas as dificuldades, assim como a parte dos cangaceiros e do beato. A parte que fala sobre o levante comunista achei um pouco forçada e deslocada do restante da história, não parece natural como o restante do livro.

Seara Vermelha é um livro muito bonito. Para ser lido, estudado e discutido.
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Everton 18/08/2021

Devastador
Q livro devastador, história triste. Porém preciso ler tudo q esse homem escreveu!
Q obra maravilhosa ??????????
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Letícia 06/09/2021

Descobri Seara Vermelha em uma discussão no twitter sobre o caso Lázaro. O rapaz que indicava o livro dizia que Jorge Amado abordava a disputa de terras e o poder que os latifundiários têm no país, apesar de nunca serem retratados (pelo menos na mídia) como os verdadeiros culpados por algumas situações (o próprio Lázaro foi pintado como serial killer quando, na verdade, suas vítimas tinham relação com disputas de terras. Enfim.)

Seara Vermelha é um livro, acima de tudo, triste. Pessoas que não têm direito à moradia, não têm onde criar os filhos e apenas vivem o hoje tentando não morrer. Indivíduos que tampouco tinham dignidade.

Jorge Amado deixa nele bem explícito seu posicionamento político: enquanto existir capitalismo, existirá desigualdade, pobreza, lucro e ganância. Alguns terão demais, outros não terão nada e ninguém se importará com isso.

E os poderosos nunca levarão a culpa, por isso continuam no poder.
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Lucas 17/09/2021

Assim como em Vidas Secas, Morte e Vida Severina entre outros livros que abordam questão dos retirantes do sertão nordestino, Seara Vermelha é um duro retrato da vida sofrida dessa gente, que cansados da miséria a qual se encontram abandonam o Sertão, em uma tentativa quase desesperada atravessam o caatinga, carregando consigo tudo aquilo que possui, que por sinal é muito pouca e mal da contar de garantir sua sobrevivência, evidentemente que nessa empreitada a sombra da morte se faz presente, mas é possível perceber que para esses retirantes o risco da morte iminente é mais preferível do que a sentencia de uma longa e agoniante na miséria em que vivem. E para aqueles que de alguma maneira co
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Helena 07/11/2021

Relato da miséria
Jorge Amado é um autor excepcional da literatura brasileira e essa é mais uma de suas tristes, porém realistas, obras sobre o sertão.
Seara Vermelha se passa inicialmente no sertão nordestino e relata a vida de uma família que foi expulsa do pedaço de terra de uma fazenda onde trabalhava. A história não possui personagem principal, e se possui é um personagem abstrato: a miséria. O conteúdo abordado é muito sensível e, muitas vezes, chocante.
A viagem da família principal em busca de uma condição de vida melhor é relatada no livro um: "Os caminhos da fome", e acompanha o percurso do Êxodo Rural Nordeste-São Paulo.
No Segundo Livro, "As Estradas da Esperança", há a trajetória dos três filhos que saíram da fazenda antes que ela fosse vendida, esse livro possui uma reviravolta triste e, como o primeiro, traz temas extremamente sensíveis, mas reais e comuns à vida da época.
No geral, o tema do livro gira em volta do domínio de terras pelos grandes fazendeiros e as consequências disso para a população pobre rural, é uma obra que, como qualquer outra, vale a pena tomar coragem para ler.
Ao apreciar esse livro é preciso ter em mente quem era Jorge Amado e também seu posicionamento sobre a política e sociedade da época, não adianta ler o livro e julgá-lo apenas pelo conteúdo sociopolítico
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