Resenhas - Seara Vermelha

Eduarda 23/09/2021

"Os brotos de dor e de revolta cresciam naquela seara vermelha de sangue e fome..."
Tristeza, ódio, mobilização, revolta... são necessárias muitas palavras para descrever as sensações que este livro desperta no leitor. Jorge Amado retrata de modo bastante intenso as inúmeras injustiças que os trabalhadores rurais sofriam, culminando nos movimentos messiânicos, no banditismo social e nos levantes. A fome, a seca e as mazelas infligidas aos camponeses e retirantes podem ser quase vividamente experimentadas ao logo da leitura. Ademais, é possível também acessar nas entrelinhas as opiniões do próprio autor sobre as temáticas exploradas, dinâmica enriquecedora. Por fim, em relação às personagens - tão bem elaboradas que se tornaram como conhecidos para mim - senti falta de um fechamento para Lurdes e sua filha com Juvêncio, bem como um final mais específico para Marta, a quem me apeguei bastante.

Helena 07/11/2021

Relato da miséria
Jorge Amado é um autor excepcional da literatura brasileira e essa é mais uma de suas tristes, porém realistas, obras sobre o sertão.
Seara Vermelha se passa inicialmente no sertão nordestino e relata a vida de uma família que foi expulsa do pedaço de terra de uma fazenda onde trabalhava. A história não possui personagem principal, e se possui é um personagem abstrato: a miséria. O conteúdo abordado é muito sensível e, muitas vezes, chocante.
A viagem da família principal em busca de uma condição de vida melhor é relatada no livro um: "Os caminhos da fome", e acompanha o percurso do Êxodo Rural Nordeste-São Paulo.
No Segundo Livro, "As Estradas da Esperança", há a trajetória dos três filhos que saíram da fazenda antes que ela fosse vendida, esse livro possui uma reviravolta triste e, como o primeiro, traz temas extremamente sensíveis, mas reais e comuns à vida da época.
No geral, o tema do livro gira em volta do domínio de terras pelos grandes fazendeiros e as consequências disso para a população pobre rural, é uma obra que, como qualquer outra, vale a pena tomar coragem para ler.
Ao apreciar esse livro é preciso ter em mente quem era Jorge Amado e também seu posicionamento sobre a política e sociedade da época, não adianta ler o livro e julgá-lo apenas pelo conteúdo sociopolítico

Adriano 09/11/2021

Épico do êxodo, da luta pela sobrevivência e dignidade.
Trágico e brutal.

"Os brotos de dor e de revolta cresciam naquela seara vermelha de sangue e fome, era chegado o tempo da colheita."

A jornada da família de Jucundina e Jerônimo em direção ao sul.

Com eles estão os filhos, Marta e Agostinho, os 3 netos, Noca, Tonho e Ernesto, a cunhada de Jerônimo, Zefa, e a família do irmão, João Pedro, a esposas Dinah e a filha deles, Gertrudes.
A gata Marisca e o jumento Jeremias.

Outros 3 filhos de Jucundina já partiram da casa. Jão, José e Nenen.

Dos livros que ja li do Jorge Amado esse foi o mais trágico.

Fê Gaia 10/12/2009

Duro
Sem dúvida um dos livros mais tristes q já li. Toda a desgraça do povo nordestino é mostrada nessa narrativa dura, como o é a vida do sertanejo. É quase impossível não se envolver com a história dessa família como tantas outras castigada pela miséria e pela ambição desmedida q rege o mundo. Muitas lágrimas foram derramadas nessas páginas (mais minhas q dos personagens) mas a destino de Marta foi sem dúvida oq mais me despertou raiva e indignação. Se vc deseja conhecer um pouco da realidade longe do conforto e indiferença da cidade, não deixe de lê-lo.