Rangel 25/02/2013
As origens do Brasil
O livro "Raízes do Brasil" de Sérgio Buarque de Holanda relata as origens históricas do Brasil.
O desterro no Brasil pela Europa se tornou hostil e o valor do ser humano não depende de virtudes, mas do estoicismo da filosofia nacional.
A ideia de superação do moralismo se fez pelas associações, que implicaram a ordenação e a solidariedade na organização social. A falta de coesão na vida social por causa do elemento anárquico, resultou no Brasil uma sociedade que não é o fim em si mesma. A hierarquia não coube ao Brasil, apesar das injustiças e privilégios.
A aristocracia portuguesa era fechada e negou honrarias aos industriais brasileiros.
No trabalho e aventura do Brasil, latifundiários monocultores semi-capitalistas exploraram de forma metódica e racional a expansão da lavoura e pecuária predatórias. A ética da aventura foi diferente da ética do trabalho, no Brasil, o que se percebeu que o aventureiro no Brasil foi irresponsável e decisivo no process de colonização. O método da colonização portuguesa não foi pelo progresso e nem de obedecer normas fixas. Por isso, que no Brasil, não houve uma fomentação de orgulho social, uma vez que os colonizadores se relacionaram com índios e negros, sem se prenderem a preservar uma raça branca pura, o que originou então os mestiços do Brasil. Os bacharéis e brancos, contudo, ocupavam altos cargos e tinham até maior liberdade civil, depois vinham os índios, e os negros não tinham tais direitos, a não serem como submissos. A incompatibilidade dos nobres com os trabalhadores originou relações sociais entre famílias condescendentes com os erros incoerentes. O sucesso da colonização se deve ao sistema eficiente de defesa para a sociedade dos conquistadores, que buscavam fortunas, o que criou uma forte raiz em valorizar a terra. E a mestiçagem foi uma um fenômeno que propiciou em criar uma pátria nova para o Brasil.
Na herança rural, após a independência do Brasil, movimentos liberais se opuseram aos senhores antigos de escravos e apoiavam o republicanismo, o que então se formou, o movimento republicano que reivindicou e intensificou por reformas. Nesse período, em 1853, fundou-se o Banco Rural, e a importação de negros foi muito grande no Brasil. O engenho, nessa época, foi um organismo completo e a família patriarcal, valorizada, a qual era tirânica e de fazer justiça com as próprias mãos. O privado se tornou público, confundiu-se, e o preconceito social e religioso foi maior no meio rural. O trabalho intelectual foi exclusivos do senhores de terras e seus herdeiros, por isso que se constatou, numa época, uma intelectualidade brasileira decorativa, mas que depois vai orientar o pensamento econômico industrial. A organização do trabalho fordiano despersonalizou o antigo trabalhador brasileiro do sistema servil. A revolução pernambucana de nativos contra os senhores dos engenhos marcou uma profunda mudança de transformação e influência para movimentos posteriores.Os senhores rurais influenciaram muito na política que se tornaram então profissionais políticos, assim também foram os profissionais liberais das cidades com o tempo.
Do semeador a ladrilhador, a fundação das cidades iniciou-se pela fundação das praças e depois das ruas. A colonização litorânea foi preferencial em relação ao interior. Ressalta-se que o primeiro rebelde da coroa foi Amador Bueno, que proclamou a autonomia da cidade de São Paulo como se fosse o rei dos mestiços. O preceito mercantilista é o que predominou no Brasil com Felipe II no trono português, época que os estrangeiros foram expulsos. A tradição feudal no Brasil fez dos herdeiros fabricantes sonharem para serem fidalgos, até que se tornaram burgueses e assimilaram as ideias revolucionárias liberais burguesas. Pode-se constatar que os portugueses não criaram cidades fortes como os espanhóis. A imprensa no Brasil foi introduzida em 1537 no Rio de Janeiro, enquanto que na América Hispânica colonial, já estava muito mais avançada nas questão da produção intelectual.
O homem cordial de Estado é ampliado no Brasil, pelo círculo familiar, quando houve o desenvolvimento urbano, que resultou no crescimento dos meios de comunicação social e desequilíbrio social. As instituições democráticas tiveram então suas normas particularizadas e sedimentou a cordialidade como convivência para tolerância entre as diferenças. O individual se fez supremacia perante o coletivo e o social, por isso que o brasileiro só se disciplina por questão pessoal e não social.
Nesses novos tempos, o sentido do bacharelismo na política e a vida social no Brasil ficou enraizado nos positivistas, que se apoderaram da política e da ciência e que conseguiram tirar o poder da Igreja Católica, e eles se dividiram entre conservadores e liberais. A democracia brasileira teve sua origem na aristocracia e plutocracia brasileiras, não veio do povo.
Por isso que a revolução no Brasil se deve ao fim do predomínio do agrário e agitações militantes políticas contra ditaduras, o que sempre levou a busca de acordos e consensos, o fez de todas as revoluções serem mais verticalizadas do que horizontais, o que então se tornou uma raiz política cultural. Ante a história do Brasil, a democracia liberal é o que predomina e se faz presente no país.