O Falador

O Falador Mario Vargas Llosa




Resenhas - O Falador


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Namira 30/12/2022

O livro é bem interessante. Foi legal ver como é o mundo na perspectiva machiguenga. Além disso, as mudanças de narrativa foram bem maneiras, mesmo deixando a gente super confuso no início kkkkkkkkkk
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Mari 10/12/2022

como pode um peruano bolsonarista escrever tão bem? ?
No meu segundo contato com literatura hispanoamericana:
50% do livro eu li em 1 mes
os outros 50% eu li em 1 noite

foi uma leitura cansativa por ser um para trabalho de faculdade, o que me exigiu atenção especial a pequenos detalhes narrativos.

Mas eu acredito que isso me fez chegar no fim do livro com uma visão muito positiva:
A maneira como as duas narrativas oral vs. escrita é muito bem trabalhada. O elemento do mito, a intersecção entre os dois mundos e a valorização dessa cultura foram as partes que eu mais gostei.

No começo eu não tava entendendo muito bem a narração do falador, mas depois que eu peguei a manha eu comecei a admirar a escrita do autor, que captou muito bem a essência da contaçao de historias tradicional.

O plot twist no final deixou o enredo redondinho, amei.
E que venham más libros pa yo hablar
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Glauber 21/02/2021

Comovente
O livro adentra na cultura dos machiguengas, uma tribo da Amazônia peruana.

De turismo na Itália, um narrador peruano vê um quadro com indígenas machiguengas em um museu, que desperta um antigo pensamento inquietante nele.

A narrativa intercala entre os seus pensamentos sobre a tribo de sua terra natal e os relatos da experiência do seu amigo, Saul Zuratas, que conviveu diretamente com os indígenas.

Assim, acompanhamos a discussão em um embate de visões sobre os limites do contato entre as culturas indígenas e do colonizador.

O narrador acredita nos benefícios da inserção de elementos chamados civilizatórios na tribo. Já Saul defende a preservação total da cultura dela.

Mas, apesar das discordâncias, Saul Zuratas fascina o narrador por sua imersão na cultura machiguenga, que é trazida no livro de modo fascinante, com toda uma linguagem e cosmologia própria de ver o mundo.

Os machiguengas passam por ataques, ao longo de sua história, que vão minando suas forças, mas acreditam que se continuarem andando, podem impedir o sol de cair. E, assim, andando, eles vivem. Nômades e dispersos, mantendo-se unidos como povo por meio de um peculiar meio de contato: Os Faladores.

O Falador, na tribo, não é nem sacerdote nem líder. É algo a mais, que fascina tanto Saul quanto o narrador. E ao longo da leitura vai nos fascinando também, ao descobrirmos aos poucos o seu rico significado.

É um livro que vale a pena, pela forma que é escrito e por mostrar como há elementos universais nas mais variadas culturas humanas. Comovente.
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Julio.Argibay 18/07/2018

Amazônia latina
Gosto muito desse escritor, Mario Vargas Llosa, inicialmente pelo romance histórico jornalístico - A guerra do fim do mundo, que trata da Guerra de Canudos. Interessante informar que, numa passagem deste livro, O falador, o escritor cita em dado momento o personagem sertanejo da localidade de Uaua/BA. Llosa neste romance, envereda por um assunto sempre atual: as sociedades indígenas da Amazônia peruana, mais precisamente os Machiguengas, tribos nômades com uma cultura secular e frágil. Eles acreditam em deuses personificados em animais e coisas de sua vivência cotidiana. Deuses esses que regem o mundo espiritual e físico, que os cercam, características muito diferentes das tradições dos povos já colonizados e miscigenados do pais em questão. Vale ainda ressaltar o perigo de extinção desse povo e de sua cultura devido a acao irresponsável dos exploradores: capitalistas, padres e pastores, que desrespeitam a cultura e as tradições dessas tribos fascinantes. Aqui abrimos um parêntese para abordar a figura do falador, um personagem importante desse povo que amarra essa estória impar contada pelo autor.
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Sebo Por Todo C 17/05/2012

O FALADOR, de Mário Vargas Llosa
Francisco Alves, 216 páginas, Rio de Janeiro, 1988.
Em “O Falador”, de Llosa, o narrador faz-se de autor (ou o autor está no papel de narrador). Duas histórias são desenvolvidas: a do narrador, desde a época de estudante, período em que fora amigo de Mascarita, estudante de Antropologia que chamava a atenção por uma arroxeada e grande mancha que lhe tomava boa parte do rosto; a outra história passa-se entre os Machiguenga, tribo isolada nas selvas amazônicas. A curiosidade é que este grupo nativo nômade organiza-se por famílias, vivendo os machiguengas isolados uns dos outros. O Falador é um contador ambulante de histórias, é quem cumpre a função de trazer notícias das famílias, é quem “guarda” as lendas, as verdades da criação, é quem houve com atenção sobre as ervas capazes de curar (ou matar), enfim, o Falador é o guardião da memória coletiva desse povo. Ele é o elo dos machiguengas, visto com respeito e segredo. Os machiguengas ignoram qualquer pergunta a respeito do Falador, negando sua existência.
O livro se passa no período da juventude do narrador aos seus estudos de pós-graduação no exterior, em uma trajetória esperada e normal. Relata, também, a tentativa de entender a trajetória de seu amigo, Saul Zuratas, filho de pais judeus, o Mascarita, o “homem mais feio do mundo”, que renega seu futuro esperado e normal como antropólogo brilhante ou como advogado – desejo de seu pai – optando por retroceder no tempo “da calça e da gravata à tanga e à tatuagem, [...] da razão à magia.”
Trecho Predileto, p.11
"Saul Zuratas tinha uma mancha roxa-escura, vinho avinagrado, que lhe cobria todo o lado direito da cara, e uns cabelos vermelhos e despenteados como as cerdas de um escovão. A mancha não respeitava a orelha nem os lábios nem o nariz, aos quais também marcava com um inchaço venoso. Era o rapaz mais feio do mundo: mas simpático e boa gente. Não conheci outra pessoa que desse, de saída, como ele, essa impressão de pessoa tão franca, sem arestas, desprendida e de bons instintos, ninguém que mostrasse uma simplicidade e um coração semelhantes em qualquer circunstância. Eu o conheci quando prestávamos exames para ingresso na Universidade e fomos muito amigos -- na medida em que se pode ser amigo de um arcanjo -- sobretudo nos dois primeiros anos, que cursamos juntos na Faculdade de Letras. No dia em que o conheci ele me advertiu, morrendo de rir e apontando para a sua mancha:
-- Todos me chamam de Mascarita, compadre. E aposto que não sabe por quê."

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