Franklin Moreno 23/10/2021Uma tragédia ShakespearianaNão esperava que esse livro fosse ser tão dramático como foi mas vamo por partes.
Primeiro, achei que os personagens, o cenário, a trama, tudo é muito bem pensado e ajustado para que se pareça real. Os personagens são muito realistas, cada um tem a sua personalidade e seu jeito de agir, isso eu acho muito massa, não são ocos como em muitos livros que eu estou lendo ultimamente, e isso dá uma outra cara para tudo que está acontecendo na trama. O cenário também dispensa comentários, tanto na Espanha como na base da NSA, é tudo muito bem construído. E a trama, como é padrão nos livros do Dan Brown, é super bem feita, as histórias fazem sentido, até aí tudo perfeito.
A única coisa que pegou um pouco no livro foi a questão da tragédia e também alguns furos no enredo que me deixaram meio (como um/uma personagem tão inteligente pode ser tão burro(a) como agora).
Teve uma parte do livro que parecia que eu estava lendo Shakespeare, onde eu achei que ia sair da leitura com uma sensação boa somente, mas saí com uma sensação tão estranha como se tivesse lido Romeu e Julieta.
E também a incoerência em alguns pontos de alguns personagens, fora que o enredo se arrastou um pouco em uma parte do livro, sei lá. Esses dois problemas talvez foram os mais decisivos para as pessoas não considerarem um livro perfeito. Tem uma hora na trama que você pode ler 100 páginas e ela não sai do lugar, como se o autor estivesse arrastando muito para concluir um evento ou coisa assim. E também a incoerência as vezes de alguns personagens, como Susan, me fez passar raiva do tipo "você é muito inconsequente".
Mas é isso. Apesar deste livro não ser perfeito, e também ser o primeiro do autor, ainda sim é sensacional ver como os livros do Dan Brown são super bem construídos. Já é um dos meus autores favoritos, em questão de trama, em questão de aprofundamento de personagens para se tornarem complexos e reais, em questão de como montar uma história que tenha um equilíbrio entre explicação e ação, sem que um atropele o outro, é uma aula de como escrever um livro. Se um dia eu for escrever um, como certeza eu vou ter aprendido muito com esse cara.