Matt 09/10/2022
Johnny Panic e a Bíblia de Sonhos
Em Johnny Panic e a Bíblia de Sonhos, encontramos alguns dos melhores contos de Sylvia Plath e outros textos em prosa escritos em diferentes períodos da sua vida. Além desses, de acordo com Ted Hughes, ainda restam cerca de setenta contos que, em sua maioria, nunca foram publicados. Nessa coletânea, também se encontra um dos vários fragmentos de romance que Sylvia escreveu: Menino de pedra com golfinho.
Nessa segunda edição, diferente da primeira, encontramos mais vinte e dois contos, textos jornalísticos e fragmentos dos diários de Plath em que ela relatava o que para ela era a realidade. Tudo isso, vale destacar, feito postumamente, sem a autorização de Sylvia. Os contos são separados entre os melhores e os mais fracos, algo que, certamente, causaria espanto na escritora. Nas palavras de Margaret Atwood, esse "é um trabalho de menor destaque de uma autora de destaque", e de acordo com ela, esse contraste incomoda.
Apesar disso, esse livro serve para quem já tem um conhecimento e interesse na vida e obra de Sylvia Plath. É possivel encontrar várias referências cruzadas, insights e ter uma ideia, na prática, ou seja, no texto já elaborado, do seu processo criativo. Nos seus diários, no entanto, temos apenas uma ideia desse processo e não encontramos o texto pronto para saber como foi o resultado.
Sobre essa obra e sobre sua autora, Atwood ainda fala que, "de certa forma, Johnny Panic é um registro de aprendizagem. Tem tudo para destruir de vez a ideia romântica de genialidade que brota feito uma flor. Raros escritores de grande relevância foram capazes de trabalhar tanto, por tanto tempo, e com tão pouco resultado".
Meus textos favoritos foram: Jhonny Panic e a Bíblia de Sonhos (1958); A caixinha de desejos (1956); Oceano 1212-W (1962); Iniciação (1952); O domingo dos Minton (1952); Nas montanhas (1954); Línguas de pedra (1955).
4,5?
-- livro lido em entre julho e setembro de 2022.