Resenhas - A Cinza das Horas

lamarchatropical 05/03/2023

A melancolia é cinza
Um livro melancólico, cuja sensação despertada vai depender de como o leitor se sente no momento.

Algumas poesias têm leitura mais complexa devido a linguagem, mas, de forma geral, acredito que ele se fez entender no que se propôs.

Foi minha primeira experiência com a poesia de Manuel Bandeira e pretendo explorar mais títulos. Recomendo!

Ilza 18/03/2020

Névoa
Lindinho como um dia nublado. Pode ser ruim, pode ser bom. Depende do que você tinha programado.

eagorarenato 23/03/2020

"Eu faço versos como quem chora
De desalento... De desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tem motivos nenhum de pranto."
..
Fica difícil não dizer que fiquei deslumbrado na poesia parnasiana, com a beleza que o Manuel Bandeira traz. Mesmo na tristeza, mesmo na agonia. Aos poucos tenho me dado a abertura de conhecer poesia, que de fato é um gosto adquirido. Sinto que múltiplas condições fizeram eu chegar nesse tipo de leitura, nesse momento de hoje. A capacidade de conexão que a literatura proporciona é sempre surpreendente. Os clássicos são aqueles que se perpetuam ao longo do tempo porque ainda comunicam e movem as pessoas. Não se perdem na poeira das estantes. Alcançar as páginas centenárias dessas poesias mostram a capacidade humana de comunicar, de compartilhar os sentimentos e as experiências. Continuo batendo nessa tecla. É preciso escuta.

Nat 29/01/2019

A Cinza das Horas
A Cinza das Horas foi o primeiro livro publicado de Manuel Bandeira, em 1917. Muitos dos poemas desse livro não foram escritos no Brasil e sim na Suíça, onde tratava de uma doença, e isso deu ao livro um ar bem fúnebre – o que não é tão frequente no restante de sua obra.
Manuel Bandeira é muito conhecido por “ir-se embora para Pasárgada”, mas esse poema é de uma obra posterior.

Manuel Bandeira faleceu há 51 anos, em 1968

Chama e Fumo
Amor?... – chama, e, depois, fumaça:
O fumo vem, a chama passa...

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat

Vanderley.Sampaio 19/02/2020

Vamos falar de tons de cinza?
Depois de ler A cinza das horas, de Manuel Bandeira, será que ainda seria necessário falar sobre os tons de cinza? Definitivamente, não. O livro é uma jóia, um conjunto maravilhoso do mais puro desencanto. E, justamente por isso, encanta incomensuravelmente.

Isabele 03/02/2021

O primeiro e já maravilhoso livro de poesias do Bandeira. Depois de lê-lo eu ouço Vambora muito mais feliz, muitíssimo obrigada à minha amiga halana que me proporcionou isso.

Breno 19/01/2022

Referência Musical
O que escrevo aqui não é exatamente a respeito do livro, mas uma referência ao livro de Manuel Bandeira feita na famosa canção "Vambora", de Adriana Calcanhotto, na seguinte estrofe:

"Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
Na cinza das horas"

Antes desta, existe outra estrofe quase idêntica na qual o verso "Na cinza das horas" é substituído pelo verso "Dentro da noite veloz." Nesse caso a referência é ao livro do poeta Ferreira Gullar.

Paulo 24/01/2022

Ótima estreia do maior poeta brasileiro
Publicada em 1917, a obra inaugural de Manuel Bandeira traz 50 poemas, dentre os quais alguns escritos no sanatório de Clavadel, na Suíça, onde o poeta esteve internado em 1091 para tratamento da tuberculose. O poeta tinha perdido a mãe um ano antes, em 1916. A melancolia e a sensação onipresente da morte marcam a obra, como se vê em “Desencanto”:

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

Outros 5 poemas tiveram versos que me chamaram especialmente a atenção.
De “A canção de Maria”, destaco o último quarteto, pela forma delicada e elogiosa com que se refere à Nossa Senhora:

Ó minha linda alegria,
Trégua dos cuidados meus,
Por que não vens todo dia,
Se é toda vinda de Deus?

Seguem outros versos que destaquei durante a leitura:

Não aprofundes o teu tédio.
Não te entregues à mágoa vã.
O próprio tempo é o bom remédio:
bebe a delícia da manhã.

A arte é uma fada que transmuta
e transfigura o mau destino.
Prova. Olha. Toca. Cheira. Escuta.
Cada sentido é um dom divino.
(“À sombra das araucárias”)


Embora morra encontentado,
Bendigo o amor que Deus me deu.
Bendigo-o como um dom sagrado.
Como o só bem que há confortado
Um coração que a dor venceu!
Enfim te vejo!
(“Volta”)


Se fosse dor tudo na vida,
Seria a morte o grande bem.
Libertadora apetecida,
A alma dir-lhe-ia, ansiosa: — “Vem!

E a vida vai tecendo laços
Quase impossíveis de romper:
Tudo o que amamos são pedaços
Vivos do nosso próprio ser.

A vida assim nos afeiçoa,
Prende. Antes fosse toda fel!
Que ao se mostrar às vezes boa,
Ela requinta em ser cruel…
(“A vida assim nos afeiçoa”)

Tenho êxtase de santo... Ânsias para a virtude...
Canta em minhalma absorta um mundo de harmonias.
Vêm-me audácias de herói... Sonho o que jamais pude
- Belo como Davi, forte como Golias...

E neste curto instante em que todo me exalto
De tudo o que não sou, gozo tudo o que invejo,
E nunca o sonho humano assim subiu tão alto
Nem flamejou mais bela a chama do desejo.
(“Plenitude”)

Enfim, ótima estreia do maior poeta brasileiro.

Gabriela 04/02/2022

O ritmo das cinzas
Livro de estreia de Manuel Bandeira, ?A Cinza das Horas? revela uma poesia com grande proximidade com o Parnasianismo e o Simbolismo. Para quem é mais afeiçoado ao Bandeira modernista ? como é meu caso ?, a leitura desse livro requer uma perspectiva diferente. Li os livros de Bandeira fora da ordem cronológica de publicação e, quando cheguei em ?A Cinza das Horas?, fiquei igualmente admirada e melancólica. Admirada porque Bandeira demonstra sua capacidade estética e formal à luz dos padrões parnasiano-simbolistas; melancólica porque grande parte das temáticas dessas poesias nos conduz à contrição, à reflexão.

Como toda grande obra, vale a pena a leitura e a apreciação!

Leticia 15/10/2023

Primeira vez que li Manuel Bandeira e apesar de precisar fazer um esforço pra entender a escrita, consegui aproveitar o livro e gostar de muitas poesias.
Minha primeira impressão da escrita de Bandeira, foi uma literatura bem melancólica, bem triste, que muitas vezes deixa nítido a saudade de algo ou de alguém.

Jota Ge 23/01/2024

Triste amei
Durante toda a leitura, eu só desejei ler esse livro durante um dia nublado e com uma caneca de café (o que fiz) e também dar um abraço no Manuel

Felipe Fleury 29/01/2016

O primeiro, o antigo Manuel Bandeira é um dos melhores. A Cinza das Horas, o primeiro e mais marcante livro do maior poeta nacional.

Valnikson 17/03/2016

1001 Livros Brasileiros Para Ler Antes de Morrer: A Cinza das Horas
O pernambucano Manuel Bandeira viveu para as letras, lecionando aulas de língua e literatura e voltando-se à escrita incessante de poesia, crônicas, ensaios críticos e obras de caráter didático, além de realizar inúmeras traduções. A coletânea A Cinza das Horas reúne os primeiros versos do autor, concebidos ao longo de sua juventude. (Leia mais no link)

site: https://1001livrosbrasileirosparalerantesdemorrer.wordpress.com/2016/02/25/55-a-cinza-das-horas/

Biblioteca Álvaro Guerra 23/10/2019

A Cinza das Horas foi o primeiro livro publicado de Manuel Bandeira, em 1917.
Concedidos ao longo de sua juventude, revelam um manel ja senhor de sua linguagem.

Empreste esse livro na biblioteca pública

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/b9788526017771

gabers 29/10/2020

"Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração."

Favoritado, 5 estrelas.