Sabrina 23/11/2010BEM PÓS-MODERNOO livro sobre “O que é pós-moderno” logo no título dos seus capítulos mostra as mudanças nas novas formas de ver e lidar com um mundo pós-guerra. O livro foi escrito em meio a mudança histórica, ou seja, em 1980. Que é também quando o próprio autor cita estar ocorrendo a aparição de um certo ‘fantasma’ desejoso de espalhar a ideia do pós-modernismo pelo mundo.
O que se classifica como início de uma desconstrução do moderno e a aparição de algo diferente e novo seria uma mistura geral, uma geléia total. O pós-modernismo segundo o autor é o nome que foi aplicado as mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades avançadas desde 1950, quando segundo alguns, se encerrou o modernismo. Para dos Santos, a arquitetura e a computação dos anos 50, juntamente com a arte POP dos anos 60 e com a crítica à cultura ocidental nos anos 70, desemboca nos anos 80 com um ‘amadurecimento’ que se associa com a moda, o cinema, a música e o cotidiano programado pela tecnociência.
O que se enxerga no pós-moderno é uma desconstrução, o surgimento de um novo homem. Homem esse que leva uma vida agora fragmentada em imagens, dígitos, signos. E de maneira satisfatória, sem revolta, simplesmente de acordo com a nova agenda do mundo pós-moderno. Entra-se na era onde tudo é computadorizado, a tecnologia passa a organizar o dia-a-dia de cada um. A sociedade se vê cheia de produtos e com somente uma demanda: vender. Nasce assim o conceito de sociedade de consumo. Sociedade esta que seduz o indivíduo para que ele deseje consumir, deseje viver de modo hedonista.
Além de o pós-modernismo aparecer como construidor de signos e imagens do que é o novo modelo de viver, ele aparece também como destruidor/desconstrutor das idéias modernas, ‘antigas’. Traz consigo o niilismo, a ideia de nada, de vazio, ausência de valores e de sentido para vida. Ignora e destrói Deus e os ideais do passado. O homem moderno visa a História, o Desenvolvimento, uma Consciência Social. Para o pós-moderno, tudo isso são ilusões, não existe Céu, nem motivo para História, o que importa é a realização do prazer e do consumo no presente.
O pós-modernismo é próprio das sociedades pós-industriais baseadas na informação – EUA, Japão e centros europeus. No entanto, hoje em dia, esse conceito de estende a vários outros pólos, inclusive atualmente se vê uma inserção mais atuante do Brasil no meio global do consumo e participação no mundo pós-moderno.
Vê-se a ideia muito presente do espetáculo, da sociedade do espetáculo, onde tudo é observado, filmado, vendido e anunciado como produto, como consumo. Transforma o real em algo bem mais interessante que o real em si, transforma-o em hiper-real, espetacular. Exemplo muito forte hoje são os reality show. Essa ideia de que tudo pode se ver, até o que é íntimo, o considerado hoje perde essa referência. Tudo se pode ver, se pode experimentar. O pós-moderno mistura tudo. O que se tem é aberto, plural, eclético.
A partir da leitura do texto vê-se alguns exemplos de como a sociedade se encontrava nos anos 80 (período em que o livro foi desenvolvido), e que hoje já há umas diferenças, por exemplo, a tabela da página 24.
Cita-se muito a tecnologia, a questão da informação, o aumento do uso dos computadores e o desenvolvimento de diversos programas e estudos acerca do crescimento e investimento nessa área.
O resto do texto visa bastante fazer comparações entre obras de arte, literatura, movimentos sociais, os filmes e a cultura em si. Depois lê-se exemplos nos quais foram baseadas diversas novas formas de aplicar o pós-moderno, o porque e com qual objetivo.
Segundo o autor do texto, outros autores que já descartam a novidade do pós-modernismo o fazem por se sentirem incomodados a saírem de sua zona de conforto. No entanto, talvez fosse necessário experienciá-lo para depois descartá-lo de vez ou não. Claro que ele também menciona o lado negativo ou pelo menos individualista da lógica pós-moderna, mas ele crê ter seu fundamento desde o modo como o homem moderno esta levando e vendo a vida e as construções sociais antes.