Aline Michele 31/08/2021
Roubou foi a minha paciência
Todos os Beijos Que Roubei narra o romance de Romeu, um dos príncipes do diamante com Isabela, uma jovem que já teve muito dinheiro, mas que acabou ficando sozinha no mundo e precisou ir trabalhar para se sustentar.
Este é o segundo livro da série e aqui revemos todos os personagens do Te Juro Amor em Silêncio e conhecemos outros.
Ele começa muito bem, tão bem que eu li a prévia no final do primeiro livro e corri para ler o segundo porquê queria muito saber o que ia acontecer. Pelo início já dava para sacar que a história do Romeu era pesada.
A premissa dos livros na verdade é essa, cada um dos filhos tem um passado difícil que os levaram a ser quem são hoje (com uma ajudinha do papai Joaquim, claro).
O livro tem aquele humor que te faz rir em alguns casos (como com as baratas que voam) e como o anterior é fácil de ler (na maior parte pelo menos).
A autora consegue ter uma imaginação para histórias tristes que minha nossa, está de parabéns.
O passado da Isabela é muito triste, mas consegui entender tudo que ela fez pelos pais e a esperança que ela ainda tem. Afinal por que só se lembrar do final que foi ruim quando a fase boa foi realmente ótima e durou muito mais tempo né? Concordo com ela não guardar raiva de nada.
Aí chegamos no Romeu e o envolvimento dos dois. É aqui que tudo desanda.
Ela começa a trabalhar como secretária dele e num esforço para que peça demissão ele a faz de gato e sapato. Eu fiquei passada com ele jogar café nela, mandar que fosse buscar café, suco, sanduíche num lugar longe, passear com o cachorro da Roberta e mais um bando de ofensas onde ninguém fez absolutamente nada. Não tem um RH na empresa da família né?
Tudo bem que ele a ajudou, tirou ela daquele lugar horrível onde morava e tal, mas isso não apaga o antes, como ele foi cruel humilhando alguém que era sua subordinada.
Os dois tem química, isso é inegável e tiveram momentos fofos de aquecer o coração, porém entra a personalidade do Romeu e estraga tudo.
Acho linda a interação entre os irmãos e o pai, aceito que as vezes umas verdades têm que ser jogadas na cara das pessoas para que vejam o todo e não só o umbigo, mas tratar o Átila daquela forma foi ridículo. Que o neném tem problemas é inegável, se ele sabe disso por que não incentivar a tratar o passado com terapia e apoiar? Não, ele preferiu jogar várias coisas na cara do irmão e pouco tempo depois exigiu que o apoiassem em uma situação parecida, contraditório não?
Depois temos o julgamento do relacionamento entre Gael e Bruna, que ele vive falando que vai naufragar. Os dois são diferentes? São. Tem sonhos diferentes? Sim. Mas não quer dizer que não vai dar certo. Romeu tem a mania de querer ser o dono da razão sem saber o significado dela.
Não fui muito com a cara do personagem desde o primeiro livro e o final do segundo só serviu para que eu tivesse certeza de que ele sempre será o personagem que eu vou engolir, mas não gostar. A menos que a continuação me faça pagar a língua.
O que ele fez com o pai (aquele bilhete na porta me enerva), com os irmãos e com a Isabela foi absurdo!!! Não vou comentar para não dar spoiler, mas que raiva que eu fiquei.
Achei que neste livro faltou que os outros personagens aparecessem mais, para dar uma dinâmica maior, já que a maioria das mais de 900 páginas é focada nos dois e quando você lê a interação entre irmãos, pai e a cunhadas você se diverte e senti falta disso aqui. E o livro abusa das cenas hot. Sério, não sei se é porque eu emendei um livro com temática parecida no outro, mas achei que ficaram em excesso.
Enfim, aguardando a segunda parte para ver se vou continuar querendo que o personagem “morra de catapora” ou se vai se redimir e ganhar um lugarzinho no mio cuore.
Resenha de número 50 no ano de 2021 – virei uma coruja guru rsrsrsrsrs.