Krishna.Nunes 31/01/2022As flores não deixam o mal ir adiante"O menino do dedo verde" conta a história de Tistu, um menino que não conseguiu se adaptar à escola e logo descobriu que possuía um dom especial: um dedo verde. Essa qualidade não pode ser vista a olho nu, mas é detectável por um especialista (como o jardineiro Bigode) e dá ao garotinho o poder de fazer germinar plantas e flores.
Tistu é frequentemente visto como um menino diferente. Apesar de nunca ser indisciplinado ou desobediente, seus constantes questionamentos são considerados pelas pessoas grandes como um ato de rebeldia. Tistu é então enxergado como "distraído e raciocinador, com uma generosidade que o priva do senso de realidade." Os adultos acham que a habilidade de pensar de Tistu é algo que precisa ser vigiado de perto. A verdade é que as perguntas de Tistu e sua dificuldade em entender ideias preconcebidas expõem as contradições dos adultos, ao mesmo tempo que demonstram sua grande inocência e pureza.
Cada lição de vida aprendida por Tistu com seus tutores lhe revela que o conhecimento dos adultos é incoerente. Como a guerra pode ser ruim e ao mesmo tempo desejável? Por que existem diferenças sociais e miséria? Como redimir os homens maus? Essas são apenas algumas das questões filosóficas apresentadas nesse livro.
Para Tistu, tudo pode ser solucionado através da da beleza. Como um sopro de esperança para a humanidade, as flores são capazes de sanar qualquer mal. "Dizei não à guerra, mas dizei-o com flores."
Com ensinamentos apresentados de maneira simples para que sejam entendidos por crianças, a obra não deixa de ter profundidade suficiente para despertar reflexões nos adultos. "O menino do dedo verde" tem uma linguagem poética, uma mensagem universal e um final singelo que o torna ainda mais encantador.
Pode ser saboreado em diferentes fases da vida.