A paixão segundo G.H.

A paixão segundo G.H. Clarice Lispector




Resenhas - A Paixão Segundo G.H.


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Craotchky 30/12/2022

De quimeras mil, um castelo ergui
Cá estou eu, uma vez mais escrevendo sobre ela, ainda que já tenha dito que dissertar sobre Clarice é esse tanto difícil. Revelar Clarice é tentar expressar o indizível; é tentar concluir o indefinível; é tentar responder ao núcleo da vida. Sei que escrever sobre Clarice é sempre um risco. Portanto, não vou falar sobre ela. O que segue abaixo, bem lá no fundo, é apenas uma declaração de maravilhamento.

A paixão segundo GH não é um livro que se entregue facilmente. Talvez seja mesmo a obra mais arisca da autora. Minha leitura foi uma perpétua perseguição, em parentesco com a tarefa de Sísifo. Assim que eu apreendia o que Clarice estava querendo dizer, ela já dava um jeito de se evadir. (Quem a conhece sabe como Clarice é escapadiça.) O jeito é compreender que "[...]a aproximação, do que quer que seja, se faz gradualmente e penosamente[...]". Restam duas possibilidades: ou nos perdemos em espaços hostis, ou nos percebemos fora do mundo possível (é que Clarice às vezes me expulsa de mim); pelo menos ainda temos o direito ao grito.

Ao descobrir a barata, esse ser tão ancestral quanto a própria Clarice, no interior da caverna da empregada, GH tem sua iluminação. Em sua epifania, GH como que esbarra em certa Verdade, certo Segredo, certo conhecimento supremo nos arredores do Mistério. Passa então a se descascar diante da barata. Através de seu contato com o inseto passa a se desconstruir como se regredisse no tempo conforme de descolasse das convenções, dos padrões de comportamentos, das noções artificiais da civilização, em busca de sua origem selvagem, sua condição primitiva e desnuda.

Eis a via-crúcis de GH, que parece pretender renascer sem as sequelas da carne humana; mas para se criar novamente ela precisa se queimar como uma Fênix, e por isso como que inaugura uma nova espécie de processo genealógico, consciente desde o princípio de que tudo que sabemos sobre o mundo, a vida e o que entendemos quanto a nós mesmos não passa da Mentira descartável. E ao provar o gosto da queda através da hóstia branca da barata, ela como que se desmisterifica, abandona a bagagem civilizatória, a sopa cultural; se desumaniza na essência; fica só em alma viva... Essa é a profunda obsessão pelo selvagem coração da vida.

Clarice provoca e inquieta.
Clarice causa espasmos.
Clarice desampara e machuca.
Clarice faz nascer desassossegos.
Clarice é um autodevorar-se.
Clarice é um autopsiar-se

Clarice é simultânea em mim.
E nossa!, o quanto me custa ser Clarice nessas fatias do eterno!

É que viver é meio que um modo de Clariceficar-se.
Craotchky 30/12/2022minha estante
CURIOSIDADES:
? Clarice chegou a afirmar, em entrevista publicada no Jornal do Commercio, 18 dez. 1977., que GH foi o melhor romance que escreveu.
? Segundo alguns críticos, as iniciais GH supostamente significariam Gênero Humano, em uma possível intenção da autora de universalizar a personagem. (Pessoalmente acho bonita essa interpretação)
? Para mim uma das partes mais difíceis de qualquer texto é o título. Para essa resenha pensei em alguns outros: Palavras que fazem mais do que dizer; Paixão: uma queda para cima; Clarice: gênese e apocalipse; ...e a vida fermentando por baixo; Uma brecha no cerne do mundo; És fascinação.


Nath 30/12/2022minha estante
? Melhor resenha do ano que vc fez! Realmente vc pegou bem a cerne do que Clarice quis passar com a história de comer a batata.. GH abandonou a bagagem civilizatória e voltou a essência da criação da vida


Nath 30/12/2022minha estante
Jornal do Comercio é o maior jornal daqui de Recife. Não sabia dessa entrevista. Vou procurar.


Craotchky 30/12/2022minha estante
Que? Comer BATATA?!!? Nem percebi que GH comeu batata além da barata. Glutona ela! HHAHAAHAHAHAHAH
Quanto à entrevista menciona, ela está referenciada na página 456 (na edição que tenho) da biografia escrita pela Nádia Gotlib.


Nath 03/01/2023minha estante
? O corretor me trolooou!! Eu quis dizer BARATAAA! Aff ? Procurarei essa entrevista; como eu disse, o Jornal do Comércio é o maior jornal daqui de Recife.


Alberto.Tisbita 27/01/2023minha estante
Caramba, que resenha foi essa?!


Craotchky 27/01/2023minha estante
Valeu, Alberto. Clarice acho que inspira!


Mano Beto 30/01/2024minha estante
"É que viver é meio que um modo de Clariceficar-se." Rapaz, fiquei impressionado. Parabéns! Não só pela resenha, mas por você escrever tão bem também! Foi o primeiro livro que li dela e fiquei sem palavras por vários momentos (nunca marquei tanto um livro com caneta marca texto rs).


Craotchky 03/02/2024minha estante
Obrigado, Mano. se você fez tantas marcações só pode ser em razão de ter gostado esse tanto. Recomendo o Livro do desassossego. Pode lembrar Clarice em termos de linguagem. Com certeza você quererá fazer inúmeras marcações nesse monumento do Fernando Pessoa.


Mano Beto 05/02/2024minha estante
Anotada a dica meu meu caro! Muito obrigado!


Craotchky 09/02/2024minha estante
Bem, aproveite, Mano!




Isadora1232 21/12/2020

Um convite ao mergulho em nossos próprios abismos
Terminei de ler ?A Paixão Segundo G.H.?, há algumas semanas, totalmente sem palavras. Esse é um daqueles livros que permanecem dentro da gente por muito tempo após a leitura, evoluindo e acompanhando nossos pensamentos. Somente hoje senti segurança pra escrever sobre ele.

G.H. é uma mulher de classe média alta (bastante elitista, pra ser sincera) que, após uma visita ao quarto da empregada recém-demitida, toma a coragem de atravessar o vazio do ser e, para tanto, pede nossa mão para que a acompanhemos. Quem é esta mulher além do que a sociedade lhe atribui e além de suas iniciais ostentadas em suas malas?

Damos a mão a G.H. não para compreendê-la, mas para senti-la. Pra atravessar o deserto proposto por Clarice, é fundamental que deixemos um pouco de lado a fome do nosso lado racional ? a urgência que temos em tentar ver sentido em tudo.

O livro mantém em todas as suas páginas um tom epifânico, metafísico. Em muitos momentos, e em especial no primeiro capítulo, a experiência foi pra mim quase transcendental. 
Agora entendo a fama de que o que Clarice Lispector faz não é literatura mas sim magia.

"Ouve, por eu ter mergulhado no abismo é que estou começando a amar o abismo de que sou feita".
jade martins 21/12/2020minha estante
resenha incrível, terminei de ler recentemente também e não sabia como expressar o que li, mas você conseguiu ??


Isadora1232 21/12/2020minha estante
Aaaa que linda ? obrigada Jade! Clarice me deixa totalmente sem palavras. Não há muito o que falar, e ao mesmo tempo qualquer coisa que falamos sobre ela soa como uma análise simplista e superficial. Só lendo mesmo pra sentir a grandiosidade dessa obra ?


Andre.28 21/12/2020minha estante
Nossa essa resenha foi tudo Isadora! Excelente! ??... Eu sou suspeitíssimo pra falar de Clarice kkkk... Fã mesmo da Diva! ?


Isadora1232 22/12/2020minha estante
Obrigada André!! E obrigada pela oportunidade de lermos juntos essa pérola ?


Carlos 02/01/2021minha estante
Muito boa a sua resenha, parabéns.


Isadora1232 04/01/2021minha estante
Muito obrigada, Carlos!


Alê | @alexandrejjr 10/09/2021minha estante
A resenha é extraordinária mesmo. Parabéns, dá muita vontade de furar a fila e pegar o livro pra ler agora!


Isadora1232 10/09/2021minha estante
Muito obrigada Alê! Nossa, esse livro é excelente! Uma viagem que em alguns momentos até fez minha cabeça doer kkk mas uma experiência única mesmo! Vale a pena dar uma chance


Douglas Finger 04/04/2022minha estante
Este livro é porreta de mais!




Max 15/03/2024

Clarice? Não entendo tudo, mas amo!
Este é sem dúvida o melhor livro que li de minha eterna "crush".
Aqui a autora, em minha humilde opinião, alcança o ápice de sua capacidade provocativa acerca do humano. Sua ardilosa técnica de ir de mansinho, quase carinhosamente, levando-nos da mansidão ao desespero sem sentir...
Sua escrita cheia de aforismos, quase poesia, contendo um reunido de indagações puramente Kafkanianas, Drummondianas, Dostoievskinianas, ufa...
E de onde vem tudo isso?
Da cabeça de uma mulher, uma mulher como só o é Clarice Lispector!
Super recomendo!
Regis 15/03/2024minha estante
Que resenha instigante, Max! ????


Léo 15/03/2024minha estante
Adorei a resenha, Max, coloquei o livro na lista. Rsrs ?
Estou lendo um livro de contos dela e estou encantado pelo jeito que ela escreve...


Max 15/03/2024minha estante
Obrigado, querida Régis! ?
Culpa da Clarice! ?


Max 15/03/2024minha estante
Obrigado, amigo Léo!


Mel 16/03/2024minha estante
Parabéns pela resenha, Max!! Sua escrita é divina, querido!! ?


Max 16/03/2024minha estante
Obrigado, Mel, pela generosidade! ?


priscyla.bellini2023 18/03/2024minha estante
Preciso ler, também amo dona Clarice. ?


Fabio.Nunes 19/03/2024minha estante
Clarice é incrível Max! Só li a hora da estrela e fiquei embasbacado. Agora com essa dica sua aí, já tô correndo atrás.




Queila - Meu vício literário 14/10/2016

CLARICE, TU É DOIDA MULHER?
Vou te falar, iniciei a leitura sem muita pretenção, mas esperando mesmo que a leitura fosse complicada, porque Clarice - pra mim - sempre foi complicada, aquele papo de que a "A hora da Estrela" era um clássico, leitura obrigatória, nunca foi muito sério pra mim porque não tive aquele Crush que todo mundo que leu teve (desculpa galera), tentei "Perto do coração selvagem" uma vez, e digamos que não rolou, abandonei sem entender nada do que estava lendo (Pode me chamar de burra), daí fomos para "Laços de Família" que se me lembro bem, era um livro de contos e que vejam só... não entendi nada de novo, e deixei lá abandonado pela metade (Metas em aberto para voltar com fé e ler novamente).
Mas esse aí "Paixão segundo G.H" comprei porque a edição era TOP, as frases de capa me chamaram a atenção, e porque desde a adolescência Clarice Lispector era a mulher que eu menos entendi na vida, então era questão de honra!
Iniciei leitura, e não se surpreenda por eu não ter passado da página 100 - SIM, de novo Clarice me venceu... abandonei o livro, talvez por falta de paciência de entender a escrita "falada", desconexa e poética da fofa! Mas coloquei lá na meta de leitura do Skoob de 2016, e voltei do início pro G.H que como a Tati Feltrin, eu também achava que era um personagem masculino - erroneamente.
Depois de finalmente vencer Clarice, e ler e achar que eu entendi o que "Paixão segundo G.H" é, ainda estou pensando se a conclusão que tirei, é a conclusão que é. Por que "a coisa" que é esse livro, não tem nome e definição, não é o amor neutro que ela tentou me explicar, não sei, fiquei confusa. (Esse não é um trecho do livro, mas poderia ser, por que é nesse nível aí!)

Logo na introdução, a Clarice tão meiga e excêntrica já deixa um aviso de que só "Pessoas formadas" deveria ler esse livro aí.
Ok - descobri que ainda não sou uma pessoa formada, porque fiquei/ainda estou digerindo o livro, e o conceito e o objetivo dele existir, fiquei com a sensação de que ela falou - falou, e não saí com nada do que me foi dito, tipo Error 404 do windows, em que não consigo nenhuma conexão com o servidor. HAHAHA

Foi como assistir Matrix pela 30ª vez, e não entender nada novamente, mesmo entendendo o conceito e não aceitando muito bem.
Mas acho que ideia é essa mesmo, fazer você pensar e querer entender a humanização, o objetivo de existimos, ela defende toda uma ideia "religiosa" do deus e seu objetivo de criação, que eu particularmente não concordo porque vai contra o que acredito e tenho por fé, e Deus e amor divino. Mas o discurso dela sobre a existência humana - e posso estar falando uma grande besteira aqui - me lembra um pouco do existencialismo de Sartre, quando ela defende que sua existência não tem um propósito divino, e que ela existe pra encontrar dentro de sí mesmo o propósito. (Bem esquisito!)
O google me disse que a religião da Clarice era Judaica, e sim, nesse livro era usa muito como referência personagens e trechos da bíblia, mas... ela meio que questiona muito, sobre o contexto, e algumas doutrinas. As vezes até ironiza.
Mas ok, segue a vida Clarice, continue buscando seu interior assim mesmo. Neste assunto sim, eu sou uma pessoa formada. (ao meu ver)

No fim de todo esse discurso, eu recomendo o livro. Por que preciso de mais alguém pra discutir sobre ele comigo... por que é tão intenso, e tão reflexivo que preciso discutir sobre ele!!

Darei mais uma chance para que Clarice me explique um dia, talvez quando eu enfim achar que realmente sou uma "Pessoa formada" no sentido de entender o outro e as questões do outro, eu releia, por enquanto, fico aqui achando que a Clarice perdeu alguns miolos nessa busca.
Ayla Cedraz 28/11/2016minha estante
Queila, adorei o jeito que você falou. Tenho uma história com os livros de Clarice, e agora estou em A Paixão Segundo G.H. Quando terminar, acho que voltarei aqui para discuti-lo!


Queila - Meu vício literário 29/11/2016minha estante
:) Por favor Ayla, volte, ainda não consegui engolir essa história, ela ainda está aqui na minha mente, batendo e batendo. Não tenho com quem dividir minhas inúmeras interrogações. hahaha Boa leitura!


Ayla Cedraz 02/12/2016minha estante
Acho que a dificuldade em ler Clarice está no fato de que ela não escreve, ou pouco o faz, descrevendo fatos; ela descreve sentimentos. E soa estranho. Por isso mesmo, tudo me leva a crer que, quanto mais eu envelhecer, melhor me verei em seus livros. Já me vejo em breves passagens. E fico emocionada. Há pouco tempo li a biografia de Clarice, e te recomendo; talvez depois dessa leitura, você se sinta mais íntima dos livros dela. Verá também que o objetivo de Clarice era justamente esse, onde travamos: atravessar a linguagem. Acho que estamos muito apegados aos significados comuns das palavras e, em seus livros, Clarice dá novos significados às coisas que, penso e espero, só vivendo para se dar conta. Dos livros dela que li, foi em A Paixão Segundo G.H. que mais vi menção a Deus. Talvez descobrir o significado que ela dá a "Deus" seja a chave para chegar perto desse livro... Outra coisa que faço, em livros densos como os dela: sublinho as passagens que mais sinto o toque, e vez ou outra escrevo um pensamento do lado. Ajuda. Na aproximação. É comum mesmo ler uma página e pensar: "oi?" rs. Mas é legal voltar uns anos depois. É uma outra página. É uma outra pessoa.


Queila - Meu vício literário 06/12/2016minha estante
"É comum mesmo ler uma página e pensar: "oi?" rs. Mas é legal voltar uns anos depois. É uma outra página. É uma outra pessoa." É realmente isto, talvez um dia eu volte e entenda perfeitamente tudo o que G.H realmente quis dizer. Caberia uma nova leitura, mas não sei se agora é o momento, talvez ainda não tenha vivido o necessário pra entender todos os infinitos significados que este livro carrega consigo e que eu compreendi se quer 5%. Anotei a recomendação, e apesar de já ter pego a biografia dela varias vezes na livraria, e largado lá só pela impressão que A Paixão segundo G.H me deixou. Depois da sua opinião, que muito me fez ver alguns pontos que deixei de lado na minha resenha, vou encarar a biografia, e mais tarde A hora da Estrela novamente, e vamos convivendo com essa literatura que me dá essa missão de atravessar a linguagem. Obrigada Ayla! Estou me sentindo mais leve hahaha


Fernanda.Melo 27/01/2018minha estante
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Gabriellcom2Ls 13/02/2019minha estante
Mulheres, me digam que releram esse livro e entenderam. Pq eu tô mega perdido. Tive um senhor bug depois dá página 100.




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Léia Viana 17/02/2011minha estante
Clarice é a minha paixão literária!

Adoro descobrir o mundo através de suas palavras, adoro desvendar os mistérios de seus textos.
Ela é hermética, perturbadora e filosófica, uma verdadeira bruxa literária, que consegue nos agitar sentimentalmente através de seus escritos.

É impossível ser a mesma pessoa sempre ao ler Clarice.

Neste livro mesmo, em que ela narra a descoberta da paixão através de seus personagens, de uma maneira tão intensa e quase que selvagem, é de tirar o fôlego e de nos deixar com a boca cheia d'água!

São muitos, os conflitos existenciais propostos por Clarice neste livro, o que dá uma oportunidade imensa ao leitor se identificar com o texto e com as sensações experimentadas através dos personagens.

Creio que seja por isso que Clarice não seja fácil de se ler, porque ela nos perturba, nos deixa despido de nós mesmos, de nossos sentimentos.

Adoro ler suas resenhas, mesmo que nossas leituras não sejam assim, tão compatíveis, adoro ler a maneira que você descreve a sensação que um livro exerce em você.


Fabio Shiva 19/02/2011minha estante
Oi meu bem!!!
O seu comentário é uma linda e maravilhosa resenha! Aprendo muito com você, gosto muito de seu jeito de se expressar!!


Léia Viana 20/02/2011minha estante
Por isso que repito sempre: É impossível ser a mesma pessoa ao ler Clarice.
Descobrir quem sê é, proposto o tempo todo por Lispector nesta obra é um desafio e tanto!
Ela faz com que vasculhemos a nossa alma, que nos viremos ao avesso de nós mesmos!
Impossível não se perturbar! Sair imune disso tudo!

Fiz algumas referências a outro grande livro dela: "Uma aprendizagem ou o Livro dos Prazeres", creio que você vai adorar a maneira filosófica em que Lispector narra, através de seus personagens, a descoberta do amor. É lindo demais este livro, vale e muito a pena ler.


Tarsila 11/05/2011minha estante
Fantásticos seus comentários sobre o livro! Clarice é magnífica! Minha escritora preferida, quero ler toda a obra dela...


Fabio Shiva 11/05/2011minha estante
Oi Tarsila querida!
Valeu pelas palavras e boas energias!
E olha que sincronicidade: vi seu comentário justamente quando ia iniciar a resenha de "Água Viva"! Clarice é irresistível!!!


Juliana 21/10/2016minha estante
Fábio Shiva, só tenho a agradecer. Suas resenhas muitas vezes me norteiam a escolher qual será minha próxima viagem, no momento estou entre Clarice e Hesse, lendo G.H e Sidarta...belas coincidências, ou não.




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Henrique Fendrich 26/11/2020minha estante
Ela degustou "só" o líquido, não foi?


Maria 27/11/2020minha estante
Sim, mas foi o bastante para a "viagem" :p


Maria 27/11/2020minha estante
Mais precisamente, a "massa branca". :p


Henrique Fendrich 27/11/2020minha estante
Antes de ler o livro, eu achava que fosse a barata inteira =p.


Felps / @felpssevero 19/12/2020minha estante
Quando fechei esse livro a minha pergunta foi se eu tinha a alma já formada, já que ele não tinha me tocado em nada, apesar da escrita impecável.




vsc80 10/09/2009

Seria "Metamorfose" versão brasileira?
Qual seria o objetivo de ficar 180 páginas, uma perturbada sem nome, apenas conhecida como GH falando, falando, falando, até que ela decide beijar uma barata e aí, fim?

Será que a CL queria parodiar Kafka?

Só faltou o sexo das baratas... :D

Devo ser muito ignorante, pq até hj, nunca entendi o fundamento desse livro, aliás, acho que nunca vou conseguir entender CL. Por isso, decidi: NÃO LEIO MAIS CL!!!

Desculpe, mas não dá para dar uma nota para esse livro que, para mim, foi pura perda de tempo... E não venham me dizer que isso aí é "clássico", argh!!! (aliás, odeio essas denominações que o povo coloca nos livros para defini-los como "clássicos"...)
Samantha 19/09/2009minha estante
concordo absolutamente com vc, e ainda digo q não só não vi fundamento no q ela escreveu como cehguei a sentir náuseas (literalmente) com esse com esse livro.



tbm sou adepta da corrente: não leio mais, um outro começava com um maldito monólogo sobre um ovo.... , vá..... desculpe.... me empolguei.. rs


Luciana 23/01/2010minha estante
mas a propria Clarice disse que não era um livro fácil. Em uma entrevista ela disse que um professor universitário leu diversas vezes e nao entendia o livro, mas uma fa adolescente o amava e era seu livro de cabeceira.



As vezes, para ser honesta, acredito que todo livro tem seu momento certo em nossa vida. Se eu fosse ler machado de assis ou alvares de azevedo na adolescencia acredito que nao teria gostado e entendido ele, mas ao ler mais madura, anos depois, consegui entender melhor. Tem coisas que so quando temos a maturidade certa pra aceitarmos. Acho que esse livro se encaixa aqui tbm


Nanda 20/12/2012minha estante
Concordo plenamente com vc!
Abandonei o livro e não leio mais Clarice.
Acho os seus textos muito piegas...


Nádia C. 02/09/2015minha estante
que pena de ti... leia as outras resenhas que talvez entenderá que clarice ultrapassa qualquer entendimento. e como se a vida fosse em total compreensível e por isso você deixará de viver?


MrLimaSan 12/07/2019minha estante
"A POSSÍVEIS LEITORES Este livro é como um livro qualquer. Mas eu ficaria contente se fosse lido apenas por pessoas de alma já formada. Aquelas que sabem que a aproximação, do que quer que seja, se faz gradualmente e penosamente ? atravessando inclusive o oposto daquilo que se vai aproximar. Aquelas pessoas que, só elas, entenderão bem devagar que este livro nada tira de ninguém. A mim, por exemplo, o personagem G.H. foi dando pouco a pouco uma alegria difícil; mas chama-se alegria. C. L."




Gengis 13/04/2016

Opinião
Foi difícil, bem difícil, mas uns 6 meses depois consegui terminar de ler... não que o livro seja gigantesco, mas porque ele é muito chato! Putz que livro chato! Terminei uma meia dúzia de livros que ia lendo concomitantemente e este ia ficando pra trás.
Bem que dizem, os clássicos são livros que todos gostariam de ter lido, mas ninguém gosta de ler ha-ha-ha... os defensores da literatura de plantão que venham me criticar com bons argumentos, porque não vou aceitar eufemismos e demais subterfúgios para justificar um sistema educacional que recomenda Clarice pra adolecentes que supostamente deveriam estar tomando gosto pra leitura.
Que livro chato do caramba!
Kátia Predebom 20/06/2016minha estante
Eu acho o livro genial e a escritora mais ainda, mas acho que tu pegou um livro que não faz teu estilo, mano. Clarice Lispector lida com o sútil e com o silêncio, se a gente não tem sensibilidade o suficiente pra perceber o que ela quer falar nos silêncios realmente acaba se tornando um livro meio pesado. De forma alguma acho o livro uma bosta, mas entendo o motivo de você não ter gostado.


DAbora.Ferri 07/07/2016minha estante
Indicar um livro destes para aluno do ensino médio seria criminoso rssssss. Para os alunos de Letras já pode ser considerado torturante. Eu, pessoalmente, poderia ter passado sem esta leitura rssss.


Gengis 09/07/2016minha estante
huahauhau se vc falou, ta falado... ja me sinto melhor ^^


Américo 20/07/2016minha estante
Concordo basicamente com o que a Kátia Predebom escreveu. É preciso sensibilidade (provavelmente em um alto grau) para ler as obras de Clarice, principalmente essa. Às vezes eu acho que ela escrevia exclusivamente ao público feminino. Não tem muita explicação, pois se não me engano, foi a própria Clarice que comentou numa entrevista, que enquanto alguns odeiam o livro, outras pessoas o tem como livro de cabeceira.




Marina 21/07/2020

Que leitura difícil...
Em "A paixão segundo G.H.", Clarice converte prosa em poesia e nos arrasta para o seu íntimo, nos fazendo partilhar dos seus sentimentos e pensar em nós mesmos.

O enredo é muito simples: uma mulher decide limpar o quarto de sua ex funcionária e lá, encontra uma barata. Tomada pelo nojo e horror, esmaga a barata entre as portas do guarda-roupa. Com o inseto preso ali, a mulher começa a observá-lo e se vê atraída por uma força que a faz provar da massa branca do bicho esmagado.

No livro, G.H. pede ao leitor que tome a sua mão, pois ela precisa de forças para contar o que viveu. A protagonista busca desesperadamente entender o que lhe tirou da normalidade à que estava acostumada. Para ela, sentir o novo, o incontrolável, é semelhante ao horror (ou ao amor, quem sabe).

"Como se uma mulher tranqüila tivesse simplesmente sido chamada e tranqüilamente largasse o bordado
na cadeira, se erguesse, e sem uma palavra - abandonando sua vida, renegando bordado, amor e alma já feita - sem uma palavra essa mulher se pusesse calma mente de quatro, começasse a engatinhar e a se arrastar com olhos brilhantes e tranqüilos: é que a vida anterior a reclamara e ela fora".

Não é fácil ler um livro desses, nem acompanhar o fluxo de pensamento. Não há divisão de capítulos, então se pararmos a leitura, é difícil retomá-la depois.
Algumas reflexões trazidas por G.H. são tão íntimas e particulares (como a de um aborto) que existe o duplo trabalho de entender o que ela está falando e compreender o que ela está sentindo.

Logicamente, é fácil se identificar com muitos dos seus questionamentos. O que não e fácil é acompanhar o seu raciocínio à medida que expressa a sua incomodidade com a vida "em modo automático", reflete sobre a beleza e o neutro e quando se sente semelhante à barata, percebe que o animalesco é anterior ao humano. Ao tentar entender Deus e o humano, descobre o demoníaco.

Não estamos acostumados à poesia. Livros como esse exigem introspecção, dedicação e reflexão e hoje em dia é tão difícil parar a rotina corrida e fazer isso...
Depois de ler, sinto que tenho mais perguntas do que respostas. A experiência foi curiosa e de estranhamento. Espero conseguir ler novamente no futuro e perceber que amadureci a minha visão e entendimento. Por enquanto, estou cheia de dúvidas.

Alguns trechos legais (e beeem viajados):

"Perder- se significa ir achando e nem saber o que fazer do que se for achando. As duas pernas que andam, sem mais a terceira que prende. E eu quero ser presa. Não sei o que fazer da aterradora liberdade que pode me destruir. Mas enquanto eu estava presa, estava contente? Ou havia, e havia, aquela coisa sonsa e inquieta em minha feliz rotina de prisioneira?"

"A espirituosa elegância de minha casa vem de que tudo aqui está entre aspas. Por honestidade com uma verdadeira autoria, eu cito o mundo, eu o citava, já que ele não era nem eu nem meu".

"Embaraçada ali dentro por uma teia de vazios"

"A vida, meu amor, é uma grande sedução onde tudo o que existe se seduz".

"A barata é um ser feio e brilhante. A barata é pelo avesso. Não, não, ela mesma não tem lado direito nem avesso: ela é aquilo.
O que nela é exposto é o que em mim eu escondo: de meu lado a ser exposto fiz o meu avesso ignorado."

"Entende, morrer eu sabia de antemão e morrer ainda não me exigia. Mas o que eu nunca havia experimentado era o choque com o momento chamado ?já?. Hoje me exige hoje mesmo. Nunca antes soubera que a hora de viver também não tem palavra. A hora de viver, meu amor, estava sendo tão já que eu encostava a boca na matéria da vida. A hora de viver é um ininterrupto lento rangido de portas que se abrem continuamente de par em par".

"Eu estava sendo levada pelo demoníaco.
Pois o inexpressivo é diabólico. Se a pessoa não estiver comprometida com a esperança, vive o demoníaco. Se a pessoa tiver coragem de largar os sentimentos, descobre a ampla vida de um silêncio extremamente ocupado, o mesmo que existe na barata, o mesmo nos astros, o mesmo em si próprio - o demoníaco é antes do humano".

"O inferno pelo qual eu passara - como te dizer? - fora o inferno que vem do amor. Ah, as pessoas põem a idéia de pecado em sexo. Mas como é inocente e infantil esse pecado. O inferno mesmo é o do amor. Amor é a experiência de um perigo de pecado maior - é a experiência da lama e da degradação e da alegria pior. Sexo é o susto de uma criança."

"Minha maior aproximação possível pára à distância de um passo. O que impede esse passo à frente de ser dado? É a irradiação opaca, simultaneamente da coisa e de mim. Por semelhança, nós nos repelimos; por semelhança não entramos um no outro. E se o passo fosse dado?"

"Ah, mão que me segura, se eu não tivesse precisado tanto
de mim para formar minha vida, eu já teria tido a vida!"

"Nós somos muito atrasados, e não temos idéia de como aproveitar Deus numa intertroca - como se ainda não tivéssemos
descoberto que o leite se bebe. Daí a alguns séculos ou daí a alguns minutos talvez digamos espantados: e dizer que Deus sempre esteve! quem esteve pouco fui eu - assim como diríamos do petróleo de que a gente finalmente precisou a ponto de saber como
tirá-lo da terra, assim como um dia lamentaremos os que morreram de câncer sem usar o remédio que está."

"Ah, falar comigo e contigo está sendo mudo. Falar com o Deus é o que de mais mudo existe. Falar com as coisas, é mudo. Eu sei que isso te soa triste, e a mim também, pois ainda estou viciada pelo condimento da palavra. E é por isso que a mudez está me doendo como uma destituição."
Mada 24/07/2020minha estante
Um dos meus livros da vida!! Adorei isso de ao fim ter mais perguntas que respostas, acho que é exatamente por aí que ela queria nos levar.
Amo demais esse livro, como parte de mim, e se eu pudesse ser uma personagem de algum livro certamente escolheria G.H.


Marina 25/07/2020minha estante
Que massa! G.H. é fascinante. Eu me senti enfeitiçada pela narrativas várias vezes, mas confesso que, em algumas partes, estive totalmente ausente. Foi muito bizarro ler esse livro. Gosto disso hahahahaha.


Everton Vidal 03/08/2020minha estante
Ótima resenha. Algum dia lerei esse livro.


Marina 05/08/2020minha estante
Muito obrigada, Everton! Quando decidir ler, me conta o que achou. Gosto muito das suas resenhas :)




Adriano 28/10/2017

Fala demais por não ter nada a dizer
Uma narrativa sem narração, é disso que se trata este livro. Quase nada acontece, o livro inteiro é uma sequência de impressões sobre a vida, o que torna a leitura extremamente exaustiva. Talvez, se eu estivesse passando por uma crise existencial ou algum tipo de depressão, absorveria melhor a leitura. As ideias se repentem e vão se repetindo até o final, num verdadeiro teste de paciência.
Voltando ao tempo, quando eu ainda ouvia as falas do Leandro Karnal (o que já não acontece, ainda bem), vi que ele considerava esse livro um dos mais importantes de sua vida. Eu acredito, pois ao que parece, é uma vida de impressões, não de ações.
Aos que forem ler: tenham muita paciência e saibam que nada acontece. Fica o desafio.
Nanso 19/03/2018minha estante
Porra Adriano, claramente se não entendeu nada


Ricardo 02/06/2018minha estante
Resenha corajosa, parabéns.


Marina 08/06/2018minha estante
nada acontece?????
caramba como assim? você tem certeza que leu o livro?

TUDO ACONTECE!!!


Pri 12/06/2019minha estante
Totalmente de acordo.




Serena 29/05/2009

Na última entrevista que clarice deu a cultura no ano de sua morte, ela diz que um professor não conseguiu absorver a mensagem de seu livro, e que ironica e contraditoriamente uma garota de 17 anos o tinha como livro de cabeceira!
Clarice não é uma questão de ser intelígivel, é sensorial!
Concy 24/08/2009minha estante
"Clarice não é uma questão de ser intelígivel, é sensorial!"



Bravo!





Lara 04/07/2021minha estante
Muito bom , senti vontade de chorar , surtei com G.H


Andrea.Karli 24/07/2023minha estante
sim, meu professor de literatura falou isso quando estávamos estudando Clarice Lispector e sim eu concordo muito. Um dia eu terei uma aula já formada para entender Clarice, mas por enquanto, apenas sentirei ela!


Celia132 26/02/2024minha estante
Maravilhosa Clarice! Recomendo a biografia dela,. Escrita por Benjamin Moser,me emocionei muito.




*Carina* 03/07/2010

Uma mulher mata uma barata. Dito assim, fica difícil acreditar que esse livro possa ser bom. Realmente, bom não é o adjetivo que usaria para "A paixão segundo G.H.". Eu diria - estou dizendo, aliás - que é um livro intenso, cortante, angustiante, demasiadamente lindo e absolutamente aterrador. Tenho sempre muita dificuldade em falar sobre leituras como essa, leituras que me tomam e me transformam, das quais não consigo apreender nenhum conceito ou saber, mas apenas vivo-as como se fossem parte de mim. E sobre "A paixão segundo G.H." o que tenho a dizer é que foi uma leitura mortificante. Morri com a barata que G.H. esmagou, e voltei à vida com as palavras da mesma G.H. - mas minha vida nunca mais foi a mesma.
Citando Clarice (que diz de mim melhor do que eu jamais poderei fazer): "Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável."
Leiam. Deixem partes de si pelo caminho. É preciso morrer um pouco para, então, viver.
Pris 10/11/2010minha estante
É preciso morrer um pouco para, então, viver.


Jacy 31/07/2012minha estante
"...assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável." depois de ler essa frase fiquei louca para ler o livro. Parabéns pela sua ótima resenha!


Juh 14/12/2012minha estante
Mesmo ele sendo confuso demais ele te faz refletir sobre tudo, mas se ele não fosse confuso ele não seria escrito por Clarice


Qlucas 16/07/2021minha estante
Adorei sua resenha.




renata1004 20/05/2020

Primeiro contato que tenho com leitura de Clarice Lispector e ainda não sei o que achar. Eu gostei, e ao mesmo tempo entendi o motivo de considerarem uma leitura meio difícil: em certos momentos, minha mente voava e eu me perdia no que estava lendo muito facilmente. No entanto, descobri em Clarice uma escrita que me encanta, filosofias sobre a vida que me fizeram pensar bastante. Espero reler quando ficar mais velha e ser capaz de entender mais do que entendi agora, na primeira vez.
grs.neto 04/06/2020minha estante
Acredito que esse seja um livro nada bom para começar a ler clarice. É muito denso e complexo. Aconselho que sua próxima leitura dela seja os contos, ou a hora da estrela.


renata1004 04/06/2020minha estante
Estou pensando em ler A hora da estrela! Obrigada pela dica.


grs.neto 04/06/2020minha estante
Por nada. Vá sem medo a hora da estrela é incrível ??




Têco 01/09/2009

Um despertar, de uma nova consciência e ser, que é a vida
Genial. Mostra a diferença do existir para o viver, que é interno e vem de dentro pra um novo um novo contato com a realidade e estado de espírito que é verdadeiro.

Ensina o desprendimento e a coragem, o amor, o agora, a vida, o enxergar "de verdade", a realidade, seu verdadeiro contato, o perdão em si, mostra o que é o ser quem é.

Interessante ver "O Poder do Agora" do Eckhart Tolle e excertos ou obras de Jiddu Krishnamurti.

Excelentemente fantástico ver isso na literatura, de forma literária, revelando pessoas comuns, despertando, "entrando na realidade e verdade", vida, transcendência, encontrando a liberdade, que vem de dentro.

Talvez prevendo um futuro, revelando um futuro, sendo pioneiro e de vanguarda, um livro escrito em 1964 e em sintonia com o antigo "misticismo" oriental do budismo, taoísmo e afins (ou então "a verdade" do cristianismo, "enxergado com olhos de verdade e realidade", "com tato", "percepção que é vida", mas que por mais que "seja amorfo" ("pouco explorado", "pouco compreendido", pelos homens, para a transformação de si na sua mais pura essência e sabedoria de atos e atitudes norteando sua verdadeira consciência; o que se acontecesse a sociedade, esta bem visível no livro de Clarice, seria transformada) claro que tem o seu papel, mas que tomara que por ele também se sinta e traga, pelo menos por um instante, o que é a vida..., que a física quântica "acolheu" (o budismo, taoísmo, e afins).
Têco 12/12/2011minha estante
Genial, aprendizado do dia. Imagine em pessoas e personalidades.:


"Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta. De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia. Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois fatos existe um fato, entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir ? nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio"


Têco 12/12/2011minha estante
Do horizontal (aprendizado cultural) ao vertical (aprendizado espiritual, de sabedoria), do vertical (espiritual) ao horizontal (cultural, também inclusos o "cult" e o "erudito"), sempre se chega a um ponto de centro e eles são misturados. O livro te mexe pra todos lados, posições, mexe, remexe, vira, revira, avesso, desavesso, verso, inverso, afim de cehgar num quê cultural e emocional, mais ligados ao horizontal, e num vertical espiritual que puxa "para um centro" (são vários os centros) mais que aquele. Mas, como a autora diz no prefácio, "que é um livro pra quem está preparado, maduro", e outras ademais, ele puxa e direciona mais numa verticalidade, de amor, de luz, de atemporal, e aí de um equilíbrio. Mas não é tão simples assim, o próprio título do livro é "A Paixão Segundo...". Estou vendo que a Clarice mexe com tanta gente, pessoas diversas, borbulhar de personalidades, emoções, estados de espírito, pensamentos, razões, ideias, mexe num inexplorado seu e quase certamente. Acho que este livro, como a autora fala no prefácio, é um pouco mais a frente. No sentido da verticalidade que mencionei. Não é o que se trata, ou talvez, talvez ela quis fazer um mix disto pra tocar emoções: Paixão, com uma paixão como diz o espiritualista Krishnamurti, "paixão que liberta", num sentido de entusiasmo e vitalidade. Vou reler, e, po, não sei o que me espera.


Têco 12/12/2011minha estante
E este equilíbrio que seja um ponto interno, chamado "do ser" e "ser". O "é". Que te trás propulsão, leveza, coragem, um "linha de frente". Um agir meditativo.




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