Resenhas -

Daniela Botelho 04/01/2024

Livro ÓTIMO. Comprei por indicação de uma amiga e foi uma excelente escolha. Ele tem uma linguagem bem pesada, quando vc lê parece que está assistindo a um filme brasileiro no cinema. A história é boa, os personagens são legais, a trama e interessante. Foi uma ótima leitura. 10/10

Luciana131 03/01/2024

Impactante
Perfeito. Narrativa impactante e que prende a atenção do começo ao fim. Traz importantes reflexões sobre como a mulher é vista na sociedade. Me fez pensar fora da minha bolha, que eu imaginava ser grande e cheia de informação.
Vale a pena.

Dany 01/09/2023

"Nada mais fácil do que aprender a odiar as mulheres. O que não falta é professor."
"O pai ensina. O Estado ensina. O
sistema legal ensina. O mercado ensina. A cultura ensina. A
propaganda ensina." Esta obra aborda de maneira incrível a violência contra as mulheres. Escrito em forma de notícias sobre mulheres mortas e alternando entre a narrativa da protagonista, é preciso ter estômago forte para as notícias de feminicídio, cuja violência pode ser muito forte, mas há outra forma de falar sobre a violência contra a mulher? A autora constrói com maestria a personalidade dos personagens masculinos que representam homens violentos, homens que assim como na vida real, a primeira vista não dão muitos sinais, que tendem a ser protegidos pela sociedade machista brasileira. Narrativa muito interessante, fiquei presa na história, têm alguns momentos meio surreais, meio sobrenaturais que me desconcentraram um pouco, mas nada que me desenvolvesse da narrativa. Só achei o final meio corrido e fiquei com uma sensação de coisa inacabada, talvez por isso não tenha sido melhor. Mesmo assim, recomendo muito, uma leitura necessária.

Mauricio.Carvalho 24/04/2023

Incômodo solidário
A história de uma mulher entrecortada pelas vidas de centenas de mulheres; todas trazendo em comum as marcas das violências sofridas nas mãos dos homens.
História que traz gritos de socorros, de revolta, de tristeza, de raiva, de igualdade, de liberdade...
Vejo para as mulheres algo de solidariedade nesse livro, como se dissesse, você não está sozinha, nós também passamos por isso. E para os homens traz algo que incomoda, a predominancia de representações masculinas grotescas.
Incômodo que deve ser muito bem vindo, pois coitado do homem que não admitir que sua masculinidade precisa ser em alguma medida deslocada das velhas bases em que se sustentava.

Jessica 24/02/2023

Quando comecei a ler, quis engolir o livro. No meio eu desacelerei, e no fim, em meio a uma crise de enxaqueca, não curti o fim.
São histórias que ocorrem todos os dias, o tempo todo, em todos os lugares, e que ninguém faz mídia. É um livro que mostra a realidade da mulher. Viaja um pouco, nas partes dos chás de cipó. O final eu achei que podia ter sido mais paaaaaaah, não o fim em um show do Paul McCartney... Mas o livro em um todo, é bom, impactante e chocante em várias partes.

Ronaldo Thomé 28/06/2021

Os Genocídios Nossos de Cada Dia
Uau! Pesadíssimo romance escrito por Patrícia Melo, e também a minha primeira leitura da autora. É um romance policial típico, porém com elementos inusitados, como o flerte com o realismo mágico e, de leve, uma resvalada no sobrenatural.

Patrícia Melo nos mostra como o Brasil, e principalmente nosso território interior, é povoado por uma triste e chocante realidade: o feminicídio. A autora fez uma extensa pesquisa sobre o tema e volta seu olhar avassalador sobre essa tragédia, por meio de uma jovem advogada de São Paulo que, durante uma festa, é espancada pelo namorado - um homem mais velho - por uma questão de ciúme.

Após esse acontecimento, um gatilho é acionado em sua mente - ela passa a lembrar da morte de sua mãe, vitimada pelo pai quando ela ainda era criança. Assim que lhe é oferecida uma oportunidade, ela embarca para o Acre, a fim de cobrir uma pesquisa sobre os casos de violência e assassinato contra a mulher.

Patrícia nos desvenda, assim, o pano de fundo de horror e sangue que nosso país vive, quase cotidianamente: passam por nossos olhos casos brutais e revoltantes de mulheres cujas vidas foram ceifadas das maneiras mais gratuitas, estúpidas e cruéis possíveis. Casos como o Holocausto, a pandemia e as guerras têm o poder de nos fazer pensar; mas Patrícia nos lembra, a todo momento, que ocorrem genocídios muito piores sob nossos olhos, muitas vezes sob o descaso do Estado e a falta de recursos da Justiça.

Através de um crime brutal - o abuso e assassinato da jovem índia Txupira - a autora nos desvenda diversas camadas nesse romance: a violência e a resistência das comunidades indígenas; a corrupção e o ambiente machista, sufocante; a forma como os poderosos sempre dominam todas as esferas e o imaginário popular. O livro varia das cenas de assassinato e autópsias - gráficas, expondo toda a maldade desse tipo de crime - com as maravilhas da floresta, os sons, os cheiros, o contato com a ayahuasca e outros.

É um belíssimo livro que, com certeza, merece ser mais conhecido, tanto pelo seu tema quanto pela urgência do assunto que trata. Fica o aviso: talvez a obra possa chocar algumas pessoas mais sensíveis, pois possui cenas perturbadoras, inclusive despertando gatilhos (é um livro que sem dúvidas não faria feio no catálogo da Darkside, por exemplo). O que só corrobora: o resultado final é excelente e altamente recomendável.

Indicado para: conhecer um romance policial, com elementos fantásticos, que expõe uma das mais chocantes realidades do nosso país, e pode ajudar muitas pessoas a ver as coisas de forma diferente.

Nota: 10,0 de 10.