Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos

Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos Lima Barreto




Resenhas - Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos


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Ricardo.Silvestre 25/09/2023

Não foi uma leitura fácil?
Tenho sentimentos contraditórios em relação a esta obra.

A temática é do meu interesse, por um lado, mas achei que a obra torna-se um pouco repetitiva com tanto relato diferente sobre o mesmo tema, feito não só por Lima Barreto (nos apontamentos dispersos e depois no romance e ainda nos contos incluídos já no final) mas também por outros nomes reconhecidos da literatura brasileira do início do séc. XX.

A escrita de Lima Barreto é inegavelmente rica. Em certas passagens, especialmente no romance ?O Cemitério dos Vivos? a leitura é de tal forma prazerosa que é como se estivéssemos a desgostar o final dos cornetos de chocolate, onde sempre fica acumulada uma quantidade extra de substância. Porém, noutras partes é difícil de perceber a intenção do autor logo na primeira leitura, muito por conta da quantidade de palavras das quais não sabemos o significado e que torna o processo num jogo de vai e vem do qual não sou particularmente fã.

Não deixa, contudo, de ser um relato de extrema importância pois temos aqui alguém que passou efectivamente pela experiência de estar internado num hospício, numa altura em que as coisas eram significativamente diferentes da actualidade, especialmente no que toca às doenças de foro mental.

Parabenizo os organizadores da edição deste livro que é de uma riqueza ímpar, não só pelas inúmeras notas de rodapé, que esclarecem muitas das situações em contexto, mas também pelas fotografias incluídas.

Fico, no final, com uma sensação boa de que voltarei a ler este livro lá mais para a frente.
SimoneSMM 27/09/2023minha estante
Olá, Ricardo! Tudo bem? Recorda que Lima faz referência a um médico negro, diretor do hospital, que o atendeu muito bem? Ele se chamava Juliano Moreira, médico baiano, que revolucionou a psiquiatria, principalmente defendendo que doença mental não se relacionava com a cor da pele.
Lembrei disso agora e quis falar pq acho muito interessante com as personagens históricas cruzam seus caminhos. Dois grandes homens que não sabiam do labor um do outro!


Ricardo.Silvestre 27/09/2023minha estante
Oi @Simone,
claro que lembro, Juliano Moreira. Mal sabiam eles da importância que lhes seria atribuída tantos anos depois, não é mesmo? Obrigado pela partilha! ?




Surrender_Nih 17/01/2022

"I'm too consumed with my own life"
Eu FINALMENTE terminei o último livro da lista do vestibular da UFSC (e em tempo!). Dos três que precisei ler, esse foi o que menos gostei e o que mais enrolei para ler (levando em conta que comecei em maio do ano passado).

Essa obra é maçante e cansativa. Compreendo toda a importância histórica e social por trás da obra e do próprio Lima Barreto (e espero que ele não esteja se revirando no túmulo), além de achar incrível toda a situação dele sendo um homem são preso em um hospício, mas eu esperava algo diferente?

Na minha opinião, ele enrola muito em descrições desnecessárias e deixa passar detalhes mais interessantes. Quando li a sinopse pela primeira vez, despertou um interesse profundo sobre como devem ser as descrições que o autor faria do lugar, mas não foi tudo o que eu achava.

As partes sobre a sua vida no personagem do romance são muito bem escritas. Eu me senti mal por toda a situação com a Efigênia (quem parecia ser incrível, mas não recebeu seu devido valor e não acho que exista realmente um culpado) e quanto ao filho. Algumas descrições sobre os momentos do hospício são muito instigantes, só quando ele não se perde nos pensamentos e cita frases de livros sem ligação alguma com os acontecimentos.

Essa edição que li tinha um Anexo com uns textos muito nada a ver, eu fiquei literalmente perdida nesse momento. Já na parte dos outros autores houve relatos interessantes. Para aquele texto que diz que deveríamos deixar loucos governarem o país: está acontecendo nesse momento... E deu tudo errado!

Acredito que seja isso! Agora e fé no vestibular e repassar todas as anotações. Me desejem sorte :)

. Quotes:

"Decididamente, a mocidade acadêmica, de que fiz parte, cada vez mais fica mais presunçosa e oca."

"Mais do que os grandes
acontecimentos, na nossa vida, são os mínimos que decidem o nosso
destino; e esses pequenos fatos encadeados, aparentemente insignificantes,
vieram influir na minha existência, para a satisfação e para o desgosto."

"não
era bem a morte que eu queria, não era o aniquilamento da minha pessoa, a
sua fragmentação até o infinito, nas coisas e nos seres, era outra vida, mais
cheia de amor, de crença, de ilusão, sem nenhum poder de análise e isenta
de toda e qualquer capacidade de exame sobre mim mesmo."
sthesthe 17/01/2022minha estante
boa sorteeee :)


Surrender_Nih 18/01/2022minha estante
Obrigada ?




Quel Heloise 07/07/2023

"Alcoolismo, Loucura e Genialidade
Nesse relato autobiográfico que é um verdadeiro documento da psiquiatria brasileira, Lima Barreto expõe honestamente os dias vividos por ele durante sua segunda internação no Hospital Nacional de Alienados. Dotado de uma genialidade literária e de uma lucidez impressionantes, o escritor descreverá em detalhes as humilhações,amarguras e o isolamento intelectual de sua experiência no hospício. Mesclando habilmente descrições detalhadas do ambiente e dos companheiros de internação com reflexões filosóficas, políticas e sociais , Lima Barreto descortina a hipocrisia política e científica de seu tempo somada à desilusão com a doutrina positivista prevalente na época. Ao refletir sobre sua luta contra o alcoolismo que acabou por rebaixá-lo àquela condição de reclusão, o escritor humildemente reconhece sua incapacidade em lidar com as desilusões da vida, com a desesperança frente a um futuro incerto e à fragilidade de suas relações afetivas e sociais. Refugiando-se na literatura e recheando o texto com citações e referências a grandes escritores que o inspiravam, Lima Barreto nos faz pensar sobre o mito da meritocracia e nos leva a refletir sobre quantos outros gênios como ele tiveram seu potencial sufocado pelas contingências sociais. Certamente, uma leitura indispensável para quem se interessa pelo tema da saúde mental e do adoecimento da alma humana com todas as suas nuances e implicações!
P.S: Os textos de apoio desta edição são fantásticos ,enriquecem muito a leitura e merecem ser lidos por quiser entender melhor o contexto sócio-histórico e literário da época.
Afra Mary 07/07/2023minha estante
Interessante ?




Diego 16/10/2021

Interessante relato
Embora tenha um perfil mais filosófico, este livro, incompleto, é como uma versão diferente do que li anteriormente, Diário do Hospício, com muitas partes claramente repetidas.
Parece ser uma tentativa de reescrita do outro, mais em forma literária.
Além disso, incompleto que é, dá a clara impressão de ser um rascunho, contendo algumas repetições internas da história em si mesmo.
É interessante de ler, ainda assim.
Diego 16/10/2021minha estante
Apenas complementando: as duas obras fazem parte deste mesmo volume.
A rigor, são uma só obra, escrita de duas formas diferentes.




Isasc.exe 12/04/2024

Sinto que li esse livro no automático então não vale tanto minha opinião aqui
Quero poder reler algum dia com o olhar minucioso que ele demanda e merece
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Jhenifer 07/04/2016

Diário do Hospício conta com anotações feitas por Lima Barreto em pequenos pedaços de papel durante os dois meses de sua internação no antigo Hospício Nacional. Logo O Cemitério dos vivos completa essa maravilhosa edição com um romance inacabado.

Quando você começa a ler as primeiras linhas de O Diário do Hospício, você nota a lucidez de Lima Barreto, que tem certeza que não é louco e que só está ali pelo fato do álcool (na época eram como tratavam as pessoas que sofriam pelo alcoolismo).
Lima Barreto relata sobre os pacientes, médicos e pessoas que ali trabalham sempre de forma sincera e direta.

[] acode-me refletir por que razão os médicos não encontram no amor, desde o mais baixo, mais carnal, até a sua forma mais elevada, desdobrando-se num verdadeiro misticismo, numa divinização do objeto amado; por que - pergunto eu - não é fator de loucura também?

site: http://www.ceuemversos.com.br
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Adriana Scarpin 04/08/2016


Mais um documento histórico que funciona como preparação, Diário do hospício não é propriamente um diário, soa mais como anotações dispersas para futuro uso ficcional, se comparado ao diário de Maura Lopes Cançado sobre sua internação também no Pedro II algumas décadas mais tarde, as diferenças de qualidades literárias são gritantes, sendo a obra de Cançado de um primor inigualável. Adentrando Cemitério dos Vivos, vemos como funcionou a mente barretiana com relação ao diário e de como galgou as informações ali contidas em prol da ficção.
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regifreitas 14/09/2017

Duas obras póstumas encontram-se nesta edição. No Diário, Lima Barreto registra todo o seu drama pessoal ao ser recolhido em uma instituição para doentes mentais, por conta dos abusos de álcool; abusos esses que o tornavam uma pessoas excitável e dado a delírios e alucinações, obrigando a família a interná-lo, o que acontece em pelo menos duas oportunidades. Percebe-se nas anotações do Diário a clara intenção do autor em ficcionalizar posteriormente essas experiências – em determinadas passagens, chega a confundir os fatos vivenciados com as notas para o futuro romance.

Este romance seria O cemitério dos vivos, no qual o protagonista, Vicente Mascarenhas, passa pela mesma experiência do autor – por conta de uma vida repleta de dificuldades financeiras, frustrações e desilusões, e também por um profundo remorso provocado pela perda da esposa (a qual só passa a compreender depois de morta), acaba, igualmente, enveredando pelo alcoolismo.

Infelizmente a obra ficou incompleta, pois Lima Barreto veio a falecer antes de poder concluí-la. Sua primeira edição só veio a público em 1956, por conta dos esforços do biógrafo Francisco de Assis Barbosa. Contudo, em O cemitério já se encontra o germe do que poderia se tornar a obra-prima do autor. O dia a dia na instituição psiquiátrica e a relação com os outros pacientes, médicos e funcionários; fatos inusitados e personalidades pitorescas que atravessam o caminho de Vicente; além de reflexões sobre a própria loucura, bem como sobre a finalidade e o funcionamento do hospício, e a marginalização das pessoas ali internadas. Uma pena um material tão rico não poder ter uma merecida finalização!

Nesta edição constam extras que enriquecem bastante a obra, começando por um prefácio esclarecedor de Alfredo Bosi. Além dele, textos (contos, crônicas, entrevistas) do próprio Lima Barreto, todos relacionados às suas sucessivas internações ou tendo como tema a loucura. Também fazem parte outros textos (crônicas e reportagens) de Machado de Assis, Raul Pompeia e Olavo Bilac, autores que em algum momento escreveram sobre o Hospício Nacional de Alienados, instituição na qual Barreto foi recolhido.
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Anna 09/04/2019

Acredito que pelo fato de ser leiga em literatura nacional, tive grande dificuldade de me encontrar nessa leitura.
A história chamou atenção pelo "Diário do hospício", dessa forma, imaginei detalhes dos detalhes de tudo o que aconteceu durante a estadia do autor por lá. Realmente são descritas
diversas características do local, como são alguns médicos e enfermeiros. Porém, considerei a narrativa sobre o hospício em si e como é o tratamento dado aos pacientes, superficial.
Retifico que não tenho o hábito desse tipo de leitura, mas achei lenta e maçante.
Não conheço as outras edições da obra, mas essa tem no final o adicional de contos de outros autores consagrados. Onde são relacionados com o hospícios e os tipos de "loucura".
A linguagem do autor trás momentos de lucidez e de tormentos, narra fatos que não aconteceram em sua vida "real". Muitas notas explicativas esclarecem essas narrativas, como por exemplo, ao mencionar sua esposa e filho. Ele não chegou a se casar e também não teve um filho. Mas o narra, como se os tivessem tido.
Em suma, não satisfez a minha curiosidade antecipada em conhecer Lima Barreto em seus devaneios.
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notexist 16/12/2019

Quando o real e o fictício se entreune
Uma obra escrita com a pena d'angústia.
Antes mesmo da internação do protagonista, contra a sua vontade, no hospício, toda uma série de infortúnios prorromperam ao seu redor.
Como ele próprio dissera, teve sorte em nada de mais grave ter-lhe acontecido após seus momentos de embriaguez, que se repetiam como uma constância fora de controle.
Então, posto em reclusão psiquiátrica sentiu na pele toda uma série de contratempos e pequenas, mas profundas humilhações em seu forçoso exílio, repleta de outras pessoas aviltadas em suas consciências e, com hábitos insuportáveis e inescapáveis para àqueles que ainda tinham alguma sanidade, mas que pouco a pouco participavam de sua esfera de loucura.

Entretanto, diante de tal degradação moral, sempre houve declarações de sua parte, por uma redenção; uma nova e recuperada vida - mais salutar e com uma perspectiva financeira melhor. E, se possível, por um acerto de contas com um passado de remorsos e de debilidade.
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Filipe Candido, o otimista 29/02/2020

A
Aaaaaaa
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gabi 24/07/2020

Surpreendente
Demorei um pouco para começar a ler esse livro, mas quando comecei, não consegui mais parar. Lima Barreto conta sobre sua segunda passagem pelo Hospício e sobre as dificuldades que encontrou. Em Cemitério dos Vivos, faz uma ficção sobre o mesmo hospício.
Há trechos tocantes, dolorosos. Nos apresenta a vida em um hospício no século 20. Vale muito a pena a leitura.
Achei o começo, com o prefácio, um pouco lento. Resolvi pular para o Diário (recomendo) e para o Cemitério e só depois voltar para o prefácio.
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gabi 24/07/2020

Surpreendente
Demorei um pouco para começar a ler esse livro, mas quando comecei, não consegui mais parar. Lima Barreto conta sobre sua segunda passagem pelo Hospício e sobre as dificuldades que encontrou. Em Cemitério dos Vivos, faz uma ficção sobre o mesmo hospício.
Há trechos tocantes, dolorosos. Nos apresenta a vida em um hospício no século 20. Vale muito a pena a leitura.
Achei o começo, com o prefácio, um pouco lento. Resolvi pular para o Diário (recomendo) e para o Cemitério e só depois voltar para o prefácio.
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Diego 29/07/2020

Muito interessante como Lima Barreto já tecia críticas extremamente relevantes aos manicômios décadas antes da Reforma Psiquiátrica italiana. A ficção e a realidade se confundem em muitos momentos
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