Vê 23/09/2013Sete Vidas já estava havia algum tempo na estante, apenas aguardando ser lido e, dessa vez, resolvi dar uma chance a ele. Conta a história de Aprilynne, uma órfã que habita o orfanato Joy Lenz e deseja, assim como todos os outros, ter um lar, uma família, uma vida normal. Ela passa seus dias na companhia das suas amigas e tem uma rivalidade com Angelique (só eu que, quando li esse nome lembrei da bruxa no filme Sombras da Noite?).
Tudo parecia normal na vida de April até que uma noite, após perder uma aposta com sua inimiga, ela é obrigada a passar uma hora na floresta escura e sombria que há nos fundos do orfanato. Perdida e assustada com a possibilidade de ser apanhada pela diretora, o que acarretará em sua expulsão, April corre desesperadamente até um lago e lá descobre algo terrível, algo que mudará sua vida para sempre.
Vamos começar falando dessa capa que é simplesmente maravilhosa. Chama a atenção pela linda moça com um vestido poético e as letras em caixa alta trabalhadas com intrincados arabescos mantém-se no começo de cada capítulo, levando certo charme para as páginas do livro. Os capítulos iniciam-se com um trecho de livro, música ou alguma frase de algum poeta, filósofo ou escritor. E seu conteúdo, é claro, está relacionado ao que encontraremos à frente.
A narrativa é uma delícia, foi muito fácil transcorrer as páginas e acompanhar a história de Aprilynne. O nome da protagonista é bem diferente e a história que estará por trás das origens dessa jovem é ainda mais fascinante. Sua descoberta sobre seu potencial começa com sucessivos desmaios e sonhos que lhe apresentam à vida de uma deusa egípcia, Bastet.
Mas isso só é possível após a aposta de Angelique e April, que a faz meter-se dentro de um lago na floresta e revelar o corpo de uma menina submerso. Sem poder contar para qualquer um, ela acaba por confiar na última pessoa em que pensaria: Ian, um ex-colega de escola que, junto com sua namorada, Caroline, a esnobava quando os órfãos eram autorizados a frequentar aulas com as demais crianças da cidade.
Sendo o único que acredita nela, Ian e April embarcam em uma busca para saber mais sobre a garota no lago, Sarah. Tudo isso sem que ninguém do orfanato saiba, o que não é uma tarefa fácil já que, após a fuga para a floresta, April pode ser transferida a qualquer momento.
Ao longo dos capítulos, vamos descobrindo com April, que é a narradora da história, a manifestação de suas novas habilidades, bem como acompanhamos a conturbada história de Bastet para viver seu grande amor com Ammon. A forma como todas as peças vão se encaixando é progressiva e não descobrimos tudo antes da hora, deixando as melhores surpresas para o final.
Fiquei curiosa para saber como tudo se encaixaria e de forma alguma esperava que a história seguisse o curso que as autoras escolheram. Foi fascinante saber mais sobre a cultura egípcia, Bastet é uma personagem maravilhosa, torcemos para ela tanto quanto para April, afinal, as duas enfrentam perigos, mesmo com séculos de distância.
Eu amei o livro, amei essa nova proposta, a narrativa envolvente e o enredo inovador fizeram de Sete Vidas uma história que definitivamente me chamou a atenção e me deixou completamente ansiosa para saber o que mais vem por aí. Pois é, assim como tantos outros, esse é mais um livro que não se resolve em apenas um volume e, o pior de tudo, é que sua continuação não tem previsão de lançamento.
Além da espera pela continuação para o novo desenrolar das aventuras vividas por Aprilynne, outro ponto negativo que encontrei foi a revisão. Muitos erros, principalmente a falta de acentos, deixaram a qualidade do texto um pouco a desejar. Nada que afetasse a compreensão, mas algo que seria facilmente resolvido com uma simples releitura. Nesse ponto, a editora Underworld escorregou feio. Sem comparação com as revisões medonhas com que tenho me deparado ultimamente, mas por pouco não chegou a tal nível.
Ainda assim, Sete Vidas está mais do que indicado se você é fã de uma história com toques sobrenaturais, deseja saber mais sobre novas lendas, como a história de uma deusa egípcia e tudo isso sem perder o caráter aventureiro e, até certo ponto, romântico na vida de uma jovem órfã que descobre uma vida extraordinária e cheia de perigos à sua espera.
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